terça-feira, 1 de março de 2016

A coltura



O ministro da  cultura trata o director da mais importante sala cultural do país como dantes se tratava as mulheres a dias. Ultimatos, mão na anca, tudo no lavadouro. Quer lá pôr um seu adjunto e ex-governante socialista, o que é normal, mas entendeu poder fazer as coisas assim. À patrão.
Helena Roseta, Pacheco Pereira, Adão e Silva, A. José Teixeira , entre outros, grávidos de empáfia, passaram os últimos quatro anos em trezenas pela decadência: da cultura, da arte, do respeito pelas instituições, do cosmopolitismo. Relvas era o epítome  do homem do gangue de Passos, um lapardão  analfabeto e abrutalhado, formado nas negociatas políticas e na carne assada,  que sugava o Estado  e fechava os bons costumes num lupanar.
Diante do espectáculo da mulher peluda, oferecido pelo Soares, onde estão agora esses publicanos que tanto se enojaram com os Relvas desta  vida? Sobrepujantes de silêncio, na mesma lógica de assalto ao pote que Relvas perfilhava. E   sem urticária.  Nada de estranho, politicamente são iguais a ele.

8 comentários:

  1. Só quem os levou a sério pode mostrar surpresa. A "indignação" forçada sempre denunciou o taticismo.

    XisPto

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  2. Claro que há diferenças que justificam esses silêncios: um era um plebeuzeco da treta, o outro é o distinto herdeiro da do pai da democracia... fina flor mais alva que marfim...pois...
    neves

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  3. Muito bom o seu post! humm....mas cuidado, olhe que ainda o mandam prender, por desacato contra o Regime, contra a esperança e contra os amanhãs que cantam (!?) :) .

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    Respostas
    1. amanhãs? eu vivo no passado...

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    2. Excelente e arrojado post. Eu não sei se seria capaz de fazer um texto tão ousado.

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  4. Caríssimo Filipe, neste Portugal pós-Troïka o que está a dar são as "reprises" pós-modernas dos filmes da Tóbis com António Silva, Vasco Santana e Ribeirinho, agora em regime de fado vadio e braguilha encravada...

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  5. Nos tempos da administração colonial existia a figura do 24/20, o decreto dos governadores que ordenava a expulsão de cidadãos indesejáveis, em 24 horas e com direito a 20 quilos na bagagem. Quem tenha vivido em Angola e Moçambique depois da independência destes países, sabe que esta figura se manteve para expulsar estrangeiros indesejáveis. Sendo um Ministro da Cultura com mundo (parece que também terá andado por Angola), João Soares soube adaptar aquela figura a este "tempo novo" e aos nossos brandos costumes: deu a António Lamas um fim-de-semana para deixar o cargo pelo próprio pé, sob pena de ser exonerado, e uns dias para arrumar as coisas.

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