Li-o todo, de uma ponta à outra, como li os anteriores. O facto de ter conhecido tanto Cunhal ( graças aos bons ofícios do meu primo Jorge Gouveia Monteiro) como o biógrafo são detalhes, mas detalhes especiais.
Para quem tem a mania das biografias políticas ( das outras nem tanto), não se pode ler de outra maneira. Ainda por cima, o rigor e o detalhe, a que JPP acopla um português de lei, brilham sob uma condição vital: o autor de uma biografia política tem de ser um autor. Ou seja, não pode apenas relatar factos ( nem tudo o que parece um facto político o é ) e comparar fontes.
Para quem tem a mania das biografias políticas ( das outras nem tanto), não se pode ler de outra maneira. Ainda por cima, o rigor e o detalhe, a que JPP acopla um português de lei, brilham sob uma condição vital: o autor de uma biografia política tem de ser um autor. Ou seja, não pode apenas relatar factos ( nem tudo o que parece um facto político o é ) e comparar fontes.
Este volume mostra como Cunhal, corajoso moral e fisicamente, foi medroso no plano político. Por ele, as condições objectivas ainda estariam por reunir nos anos 80. Tinha um pavor enorme de desencadear ou de ficar ligado a uma revolta falhada. Também é verdade que tinha o país em mais consideração do que o esquerdismo, mas tinha a sua aura num patamar ainda mais elevado.
O capítulo sobre Argel é delicioso e mostra o ADN do esquerdismo luso. Só factores de peso, como a vitória eleitoral do PàF depois de anos de troika, conseguem milagres de união sobre a empáfia alucinada.
Como JPP tem mudado, tenta desculpar o seguidismo soviético de Cunhal , sobretudo depois de Praga, com explicações circunstanciais. É pena, porque faz dos leitores miúdos desatentos e disléxicos.
Só li o 1º volume e mesmo assim foram quase 500 ou 600 páginas para digerir. Cunhal sempre foi uma obcessão na vida de Pacheco Pereira ao ponto que Cunhal terá dito uma vez, que ele (Pacheco Pereira) sabia tanto ou mais da sua vida do que ele próprio...
ResponderEliminarPacheco Pereira , sempre teve a aspiração ou quase vaidade de que conhecia bem os meandros da vida e mente de Cunhal.
Mas atenção, que Cunhal foi um Estalinista, fiel seguidor da URSS e que em principios de 1975 ouvi e ainda me lembro bem de Pacheco Pereira acusar Barreirinhas Cunhal de "revisionista". Mudam-se os tempos e as vontades, pelo que mesmo sem ter lido o último livro da colecção , dou crédito ao artigo de FNV , sobretudo aos dois últimos parágrafos. Agradeço a FNV esta breve sinopse do livro! Não fico com vontade de comprar o livro e o ler...
Louvo-lhe a paciencia, caríssimo FNV. Mas, sobretudo, louvo-lhe a presença e a atenção ao tempo novo.
ResponderEliminarO meu caro não carece de avisos, sabe bem como os patriotas o verão!!