1) Meyer-Clason, editor de autores comunistas ( por isso com atestado de tipo porreiro), definiu, como ninguém, no seu diário a esquerda fru-fru lisboeta: se quisessem fazer um filme sobre o povo, tinham de passar meses entre o povo só para aprender a fala.
Serve isto para ilustrar a posição depressiva da consciência de esquerda do governo. Ele sabe que ela existe, ama-a, mas sente a sua falta. Daí os jogos florais do Bloco e do PCP, mugindo angústias e arrependimentos, quando não ameaças de tias levemente zangadas com as travessuras dos sobrinhos.
Tudo plástico, tudo com o olhar nas sondagens.
2) O PSD é Passos, o verdadeiro eucalipto. Não existe outra figura a quem as pessoas associem a mais desmaiada ideia de oposição. Daí a tenacidade com que os media, o PS e o Bloco ( a ordem é indiferente) o querem despachar. Sabem que o PSD ficará em cacos durante dois ou três anos.
Está ele a fazer bem o papel? Não há cornudo-estrela. Está a fazer o que pode, entalado entre o neo-tremendismo , agora à direita , e a pose de sensato paciente. Está fazer de Seguro, com a vantagem de não ter um colega como Costa, pelo menos até às autárquicas.
3) O CDS tem escola. É o Barcelona da vida política e prossegue os ensinamentos de Portas-Cruijf: tanto é campeão dos reformados como lhes vai ao bolso, tanto urra contra a cleptocracia comunista como lhe come os croquetes nos congressos.
4) A SIC e a TVi , antes de darem voz a alguém do CDS ou do PSD , recordam sempre o passado. Fazem bem. Seja sobre impostos, cortes etc. Refrescante é recordar o que fizeram entre 2011 e 2015. Antes de darem voz ao PS recordavam "Este é o partido que primeiro cortou pensões e chamou o FMI ?" Tá bem abelha, deve ser o tal domínio direitola sobre o mais importante media.
4) A SIC e a TVi , antes de darem voz a alguém do CDS ou do PSD , recordam sempre o passado. Fazem bem. Seja sobre impostos, cortes etc. Refrescante é recordar o que fizeram entre 2011 e 2015. Antes de darem voz ao PS recordavam "Este é o partido que primeiro cortou pensões e chamou o FMI ?" Tá bem abelha, deve ser o tal domínio direitola sobre o mais importante media.
Caríssimo Filipe, muito bom.
ResponderEliminar«O PSD é Passos, o verdeiro eucalipto»: é verdade, o idiota-sonso é mesmo o melhor Seguro de Costa, a nova "evolução na continuidade"; para vencer com folga as autárquicas de 2017, bastar-lhe-á restituir à Segurança Social os cinco aninhos de descontos que se esqueceu de pagar por julgar que não eram obrigatórios...
não, caro Fernando, não acho um idiota-sonso e esses descontos já foram repostos( como as viagens da Galp, espero).
EliminarCaríssimo Filipe, considero e aprecio a sua metáfora do eucalipto aplicada ao presidente do PPD/PSD como particularmente adequada e feliz: enquanto Passos continuar a ser Coelho, a continuação da "Geringonça" está garantida. A não ser que tudo na Europa e no mundo se transtorne: Espanha com mais eleições, Alemanha sem Deutsche Bank, Reino Desunido, Trump Presidente, guerra entre Arábia Saudita e Irão, etc....
ResponderEliminarAcreditarei que o idiota-sonso já repôs a TSU quinquenal se e quando os meus colegas do Instituto da Segurança Social o confirmarem, o que ainda não sucedeu.
ResponderEliminarVerdadeira novidade é a tsiprarização do PC do BE e do PS. O PS pela radicalização esquerdistas os outros pela insuspeita capacidade de executarem a "austeridade". As tretas da "reposição de direitos" não estão a passar porque não têm base real as sondagens mostram unicamente algum "cinismo eleitoral": o Passos diz a verdade, mas, deixa ver o que isto dá...
ResponderEliminarXisPto
ninguém desce em sondagens: enquanto se dá ninguém refila.
EliminarSem dúvida, mas falhou ali em cima um "e" importante. Na realidade a geringonça não está a dar nada. O orçamento 2016 nunca foi expansionista e agarrado ao único indicador positivo (défice) Costa nem o vai executar todo na despesa (cativações , lei dos compromissos). As reposições são em grande parte um movimento circular na classe média da f.p. (aumento de impostos na bomba de gasolina e outros). Os pobres que enchem os discursos de Catarina e Jerónimo continuam como sempre, pobres, não se tornaram pobres com o ajustamento. Estamos portanto perante uma situação de grande guerra verbal para impor uma narrativa dominante mas em que talvez a principal clivagem política seja entre um discurso minimamente ancorado na realidade e um puro delírio. Reconheço que a esquerda está mais adaptada ao delírio discursivo mas em teoria acabariamos todos num sofá de psi, portanto reconheço que algum "cinismo" eleitoral acaba por ser compreensível.
ResponderEliminarXisPto