quinta-feira, 10 de dezembro de 2015
Dissolver o povo
Na Venezuela, onde o defunto Chávez criou um Conselho da Moral (sic) para defender "o poder do cidadão" de eventuais maldades do poder representativo, Maduro segue os passos do caudilho e atira-se aos eleitores que deram dois terços do Parlamento à oposição: "Votaram contra vocês mesmos. Eu queria construir 500 mil casas no próximo ano, entregar 100 mil táxis comprados à China, mas agora tenho dúvidas de que o possa fazer com uma assembleia dominada pelo fascismo; eu pedi o vosso apoio e não mo deram."
É de partir o coração a qualquer democrata. Maduro, a vanguarda do proletariado, queria conduzir o povo a uma nova era de progresso e abundância, mas o povo, nada maduro, preferiu votar na reacção. Camarada, segue o conselho que o Brecht deu ao governo da RDA depois da revolta de 1953: não seria mais simples dissolver o povo e eleger outro?
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