Um pouco por toda Europa, as dinastias que reinaram nas últimas décadas estão a morrer. Os socialistas mais depressa, os conservadores mais devagar. Parece que a culpa é da invasão dos bárbaros, à esquerda e à direita. Talvez, mas fico sempre surpreendido com aqueles que atribuem a queda do Império à crise recente. Soa-me a wishful thinking de quem não vê que os bárbaros já estão entre nós. A decadência, quanto a mim, é mais profunda e tem duas causas estruturais: a imigração e a desconfiança nos senadores. Em diferente medida, ambas estão presentes em todos as províncias. No norte, a primeira faz crescer a direita: Frente Nacional, UKIP, Pegida, etc. No sul, que se lembra bem do fascismo, a segunda alimenta a esquerda: Podemos, Syriza, PCP (sim, o PCP é populista, graças a Deus, e o nosso melhor antídoto contra partidos de protesto ainda mais populistas).
As coisas, claro, nem sempre são assim tão simples - nunca são. Também há legiões nacionalistas (SNP no Reino Unido, catalanistas e outros em Espanha, Liga Norte em Itália) e hordas de demagogos (Beppi e Berlusconi em Itália, Marinho Pinto por cá). Como os outros, querem os despojos de Roma. Tudo somado, é coisa para durar. As dinastias que se cuidem.
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