segunda-feira, 24 de agosto de 2015
O baile de máscaras
Mas porque é que o PS, depois de quatro anos de austeridade, não descola nas sondagens? Esta era pergunta que Teresa de Sousa fazia ontem no Público - ela e, suponho, todos os socialistas. Descontadas algumas tiradas demagógicas, por exemplo sobre o aborto, concordo que é uma boa pergunta. Excelente, mesmo. Teresa de Sousa não atribuía o insucesso socialista à prisão de Sócrates, nem às trapalhadas dos cartazes, nem às lições da Grécia, mas ao êxito da coligação em convencer a opinião pública de que o pior já passou.
Talvez tenha razão. O que me surpreende é que os comentadores socialistas falem do animado baile de máscaras das presidenciais sem ter em conta o facto (algo deprimente, é verdade, sobretudo para a esquerda) de que antes há legislativas. Parece certo que ninguém terá maioria absoluta, muito menos o PS. O que obrigará Costa, se vencer, a governar ao centro e, portanto, a desejar um PR que lhe dê algum sossego. Maria de Belém, surgida do velho receio socialista do frentismo representado por Nóvoa, faz o papel. Algo me diz, porém, que Costa está a rezar por uma boa candidatura de direita (Rui Rio?). E que não se vai empenhar muito nas presidenciais...
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