terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Declaração de voto de um desiludido

Dia 24, votarei Marcelo. É obviamente a única hipótese para um eleitor de direita que nunca se absteve ou votou em branco. Mas confesso que já estou um bocado farto de ter que optar pelo mal menor. Um gajo como eu, que não confia no bom senso da esquerda para gerir uma junta de freguesia, quanto mais um país, viu-se obrigado nos últimos anos a escolher entre Passos, Portas e, agora, Marcelo. Cansa. Mói. Dá vontade de emigrar para a América só para poder gritar pelo Bush júnior. Caramba, com tanto senador a andar por aí, não se arranjava melhor? E não, não estou a pensar no Santana Lopes nem no Rui Rio. O último candidato em quem votei por convicção foi o Cavaco, e só Deus sabe como ele me irritou com a história da ética da responsabilidade (no casamento gay, por exemplo). Bem sei que o respeito pela realidade é a primeira virtude de um conservador, mas não abusem da minha paciência.

8 comentários:

  1. Poucas. Muito poucas vezes concordo com o caro Picoito. Este será um dos poucos casos, mas, ainda assim, não me consigo obrigar a votar no martelo! A questão da persuasão pela realidade deriva da mais elementar prudência que, quando oposta à mais leviana e imponderada imprevidência, cria convicção. Com o tempo, e o aprofundar das tensões, a convicção torna-se genuína!! Tão instintual quão meditada!!

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  2. Pois eu estou farto de votar no "anti-Sócrates".
    Cheguei a fazer um donativo para a campanha de Manuela Ferreira Leite, tal foi o meu entusiasmo com a perspectiva de enxotar do poder a pessoa que mais inquinou a política em Portugal.

    Fiquei tão transtornado com a governação Sócrates que a caneta teima em fugir para o quadrado de Henrique Neto pelo facto de o senhor ter tido a coragem (sim, a coragem) de alertar, desde dentro, para o perigo Sócrates quando a carneirada elogiava o animal feroz e os fatos Armani.

    Devo aliás dizer que, pelo facto de o PS ter assobiado para o ar à espera que passe a memória de Sócrates, estou à espera de ser convencido que o partido não é um gang.

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  3. Nos países mais civilizados da Europa não há este problema. O nosso sistema toca as raias do absurdo.
    Abraço

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  4. Caríssimo Pedro, para responder ao seu grito de alma «com tanto senador a andar por aí, não se arranjava melhor?». Não, Pedro, não se arranjava: os "putativos" "senadores" da "Direita" aborígene (que andam por aí mais ou menos aos caídos) na sua imensa maioria aguardam a respectiva notificação do DCIAP para deporem em processo-crime...
    Por muito que (lhe) custe, depois de 41 aninhos de democracia mal-enjorcada e supra-endividada que incluiu uma chapelada eleitoral em Fevereiro de 1986 e um Cavaco eucaliptante, nada mais resta senão o próprio do Professor Marcelo: até a Dra. Maria Silva, o Professor Freitas, o Dr. Júdice e o Professor Adriano se tornaram, com o andar dos anos, gente da Esquerda, de causas e de convicções...

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  5. Tem razão. Pensando bem, talvez não haja mesmo melhor... Mas isso diz muito sobre o estado a que chegou a nossa direita.

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  6. Caríssimo Pedro, resta-nos apenas lançar a campanha «Vamos ajudar Sampaio da Nóvoa a concluir a Licenciatura!». Depois da patente reacção socrática do dito perante a denúncia do candidato presidencial Cândido Ferreira (mais um insigne fruto desse oásis de gente séria, honesta e trabalhadora que é a Distrital do PS de Leiria, a qual já nos deu Henrique Neto), devemos contribuir para que o Magnífico Reitor campeão dos ajustes directos possa comparar-se aos seus opositores que são mesmo licenciados...

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  7. Caríssimo Pedro, a propósito de Sampaio da Nódoa esqueci-me de citar uma das melhores colunas de opinião de sempre:
    http://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/joao-taborda-da-gama/interior/sampaio-da-novoa-presidente--4500397.html

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