terça-feira, 29 de julho de 2014

É tentar, é tentar

Iam embalados  com o título de campeões da pré-época, mas à primeira derrota deixaram de analisar os jogos ( já passaram mais de 24h).
Compreende-se. É difícil inventar uma conspiração envolvendo a Liga portuguesa, o Twente e o Benfica.

O PS de Seguro é o melhor que há



Não entusiasma, não promete em excesso  ( salvo aquela coisa dos tribunais , que morrerá de morte matada), o secretário-geral toca ferrinhos ( um crime, devia ter posto um burro a correr contra um Ferrari) etc. Sim, mas.
Esta  maioria está  esgotada, como estaria qualquer outra em circunstâncias idênticas. Ainda por cima, contém uma jolda de peralvilhos ( que afinal não se piraram)  satsifeitíssimos com o rumo da coisa.  
Resta a extrema-esquerda, o PCP , os costistas-socráticos e os snipers. A extrema-esquerda só conta para os media lisboetas, o PCP é o mesmo desde o pacto Molotov-Ribbentrop. Os costistas-socráticos são quase iguais ao PS de Seguro, é verdade, mas com uma diferença: se Costa ganhar o partido, deixa logo de querer fazer tremer as permas  dos banqueiros alemães e assistiremos a um remake da guerra surda Metternich-Kolowrat. Restam os snipers, cujo discurso ( a meias com a extrema-esquerda)  ampliado pelos media merece um parágrafo.
O PS de Seguro garante o menor dos males. Uma política alinhada com as exigências do Staatsrat europeu, mas calibrada com justiça social para um país pobre : pequeno, sem recursos naturais e envelhecido. É triste, mas é a realidade e é nela, ou, melhor, debaixo dela, que floresce o discurso dos snipers  e da extrema esquerda. Todos o conhecemos: saída do Euro, reestruturação da dívida, nacionalizações. isto nos plateaus das TV's ou nas colunas do Expresso e do Publico é excelente e os basbaques aplaudem.  O problema é que, seja  por motivos pornograficamente pessoais, seja por fidelidade a  ideologias do século XIX ( do tempo em que nem rádio havia) , a sua aplicação levaria à desintegração do país que juram, com lágrimas nos olhos, defender. A boa notícia é que a maioria desta stasis é puramente táctica.
O PS de Seguro não tem carisma nem panache. Pois não. Manuela Ferreia leite também não tinha nem um nem o outro. Excitações  e ódios ficam para os vícios maoístas ou para os adolescentes dos festivais pop. O que quero é gente que cumpra a obrigação que Roosevelt dizia ser a primeira de todos os políticos: evitar fazer mal às pessoas.

Moscambilha

Das editoras . E da grossa. No ano passado 300 euros, este ano outra vez.
É uma pena a terrível troika não se ter ocupado  disto.

Refrescar a memória

Em 2007:
"Esta equipa ministerial não tem qualquer problema em actuar à margem da lei, não tem em conta critérios de justiça e equidade e desvaloriza e desrespeita a negociação, atentando contra os direitos sindicais", criticou Mário Nogueira".

A única coisa que mudou foi a quantidade de compagnons de route, raivosos  ou calculistas.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

O Joana Vasconcelos

Que sejam felizes com os berloques gigantes, folhos , coisas enormes para delícia dos nababos.  
Não faço ideia do que o mundo da arte tenha contra estes decoradores  de interiores ( e de exteriores), mas é curioso que muitos  dos que criticam a   sociedade consumista e  o abastardamento da cultura  em proveito da massificação, se enxofrem com as críticas  dos elitistas a estes  pirilampos populares.

Uma homenagem antiga

Prestada pelo Rui Pato ao Chico Martins, que está a esta hora a contar anedotas aos deuses.

Portugal e o passsado: a I Guerra Mundial em Moçambique

Lamentava eu, há dias, o escasso interesse dos media portugueses pela nossa participação na I Guerra Mundial. O Público, no entanto, tem fugido à regra. Hoje, Manuel Carvalho assina um artigo notável, aliás o primeiro de uma série que promete, sobre o conflito em Moçambique. Assente numa investigação que levou o jornalista a visitar os locais de combate e a revisitar os testemunhos coevos, o trabalho promete alterar bastante a imagem de uma guerra pouco sangrenta, ao contrário da europeia, e de um colonialismo legitimado pelos "direitos históricos" no terreno.
Apesar de pouco estudada (o historiador Marcos Arrife chega a dizer que "o soldado desconhecido de África é bem mais desconhecido do que o da Flandres"), a guerra colonial é decisiva na história da I República. Não só porque morreram mais portugueses em África do que na Flandres, mas também porque a defesa das colónias foi o motivo principal para declararmos guerra à Alemanha. Até contra a vontade da Inglaterra, dizem as más línguas. Com boas razões. O exército português estava mal preparado, as infra-estruturas no ultramar eram quase inexistentes e a campanha de Moçambique, desde o desembarque dos primeiros 1500 homens em Porto Amélia, foi um desastre. O relatório posterior do seu comandante, o coronel Massano de Amorim, ilustra a a distância entre a realidade e a mitologia dos Mouzinhos e Gungunhanas: "Sem caminho-de-ferro, que aqui é considerado um bluff, sem linhas telegráficas, sem estradas, sem força militar... com ratoneiros e bandidos em vez de polícias e sipaios, sem protecção de espécie alguma aos indígenas... não é para admirar que à data da expedição do meu comando aos territórios da Companhia do Niassa [a concessionária da zona] os postos administrativos fossem uma vergonha, os militares uma irrisão, a ocupação uma mistificação, a cobrança de impostos uma violência, a subordinação do gentio uma utopia e a viação um esforço grosseiro." Ah, o som e a fúria... O desconcerto do soldado, condenado a uma missão impossível, arrancava-lhe parágrafos que podiam ser do Pe. António Vieira.
Não era o único a carregar na metáfora para descrever o caos. Em 1917, Brito Camacho, líder do Partido Unionista e mais tarde comissário da República para Moçambique, confessava na Câmara dos Deputados: "Não é segredo para ninguém que se têm mandado tropas para África como se não mandam reses para o matadouro". A falta de planeamento era tão escandalosa que, segundo o historiador António José Telo, o exército português registou "21% de baixas por doença nos primeiros seis meses, sem entrar em combate e mesmo sem sair de Porto Amélia".
Embora o resultado final da guerra viesse a saldar-se por uma paradoxal vitória, tendo em conta que os alemães derrotados na Europa se renderam em África, o conflito moçambicano de 14-18 teria profundas consequências na metrópole, de resto nunca vistas de perto.
No exército, em primeiro lugar, a humilhação viria a provocar um doloroso exame de consciência sobre o regime, os políticos e o colonialismo. O peso do ressentimento da tropa no golpe de Estado de 1926 é uma hipótese a pedir investigação. Vejam-se, por exemplo, as linhas que o General Gomes da Costa, nada mais nada menos que o homem forte do 28 de Maio, dedica em 1918 à última campanha da guerra ultramarina, que ele próprio comandou: "Não se conhecem nem os recursos militares das colónias, nem os seus recursos económicos, nem a sua topografia; nem há cálculos feitos para a quantidade de víveres necessários para um dado número de homens; nem estudo da ração mais própria; nem contratos ou combinações para os fornecimentos a fazer com regularidade; nem fixação das formas de acondicionamento; nem estudo dos nossos navios para se conhecer o que cada um pode transportar em homens, animais e carga; numa palavra, nada há feito, nada se sabe, para nada serve."
Não conheço retrato mais demolidor, à época, do esforço bélico e colonial do país. Dez anos depois, nem tanto, os generais derrubavam a I República e iniciavam uma ditadura que, ironia das ironias, também viria a cair por causa de uma guerra africana. Talvez o Estado Novo esperasse, da sua guerra, a redenção da que o antecedera. Talvez o trauma fosse demasiado para uma pequena nação com sonhos de grandeza. Simbolicamente, o monumento aos mortos da I Guerra em Mecula, Moçambique, foi erigido apenas em 1969 - em plena guerra colonial. Nem sempre a história se repete primeiro como tragédia e depois como farsa, ao contrário do que escreveu Marx. Por vezes, é uma sucessão de tragédias.

150 mil


Seguro conseguiu pôr Costa a falar da dívida pública. Para isso, bastou um pequeno comentário ao exercício de sebastianismo que teve lugar em Aveiro, no último fim-de-semana. No dia seguinte, lá veio Costa garantir que a dívida tinha que ser paga, com certeza, ou renegociada, com maior certeza ainda, mas que antes era preciso pôr a economia a crescer, blábláblá.
Como?
Não disse.
Evidentemente.
A única coisa que tem dito é que "não basta aumentar as exportações". O sonho comanda a vida. Mas o zé povinho, escaldado dos anos de leite e mel de Sócrates, tem algumas razões para suspeitar do sonho. O tal que ia recuperar 150 mil empregos e apenas deu emprego aos senhores da troika.

Adeus, pá


 Se tivesse ido para viver para Lisboa ( como fazem os parolos) , o meu primo Chico ( que me ensinou o primeiro vernáculo), nome enorme da guitarra coimbrã, teria tido a homenagem que merecia.

Pois foi

Por isso não houve   revolução e a raiva social foi menor ( como disse Catarina Martins). Nem explodiram os de baixo  nem os  de cima: o pessoal intermédio das CCR's,  dos contratos blindados etc.
Se isso foi bom ou mau, só o tempo, o  grande escultor da Yorcenar, o dirá.

Bem vindo

À luta contra as repressões.

domingo, 27 de julho de 2014

Pobre país

Este personagem , que viabiliza coisas destas, é tratado como um resistente.

Antena islâmica

1) Lua de Mel organizada pelo IS para  jihadistas recém-casados.
2) Os turcos também não engolem o IS.

Recordar é viver

Em 2007:
"Esta equipa ministerial não tem qualquer problema em actuar à margem da lei, não tem em conta critérios de justiça e equidade e desvaloriza e desrespeita a negociação, atentando contra os direitos sindicais", criticou Mário Nogueira".

A única coisa que mudou foi a quantidade de compagnons de route, raivosos  ou calculistas.

La racaille


Na Eusébio Cup, troféu de homenagem ao maior símbolo do Benfica, jogadores e treinador  não se apresentaram em conferência de imprensa  ou na zona mista. O treinador disse que "foi um bom treino". O Benfica fez alinhar  20 jogadores.
O Ajax  encarou o jogo a sério. Obrigado, De Boer.

Ainda não entendi onde está o terrorismo:

Alertado pela Maria Teixeira Alves sobre as potencialidades dos motores de busca, encontrei, entre muitos,  estes:

1) Um doutoramento honoris causa pelo ISEG por serviços prestados à... economia,  cultura e ciência
2) Prémio Life Time Achievement.
3) Prémio Monte Branco.

sábado, 26 de julho de 2014

Não deixe de ver

É um regalo. 
Como na boa literatura ( de Conrad a Camus),  a realidade  é oferecida como existe mas deixando-nos acreditar que é tudo ficção.
Bem escrito, brutal mas  contido, despojado ( excepto a cena dos veados), prende desde a primeira cena.

São quatro horas a menos de propaganda

As crianças e os civis, não é?

Diário de um cínico

Em Mosul, no norte do Iraque, o ISIL impôs aos cristãos um ultimato: ou se convertem ao Islão ou vão embora. E marcou as suas casas com este símbolo, a letra "nun", inicial de "nazareno", nome pelo qual os cristãos são designados pelos árabes. Em consequência, as notícias dão conta de que já não há cristãos em Mosul. Vale a pena lembrar que esta comunidade, de rito caldeu, remonta oas primeiros tempos da história da Igreja. É uma das mais antigas do mundo, mais antiga do que a maioria das comunidades cristãs da Europa, incluindo as da Península Ibérica.
A alguns, muito justamente, a prática dos novos senhores de Mosul fez-lhes lembrar o que os nazis faziam nos anos 30, quando marcavam com uma estrela de David os judeus, as suas casas e as suas lojas. A mim, fez-me lembrar a alternativa entre conversão ou expulsão que os Reis Católicos, em Espanha, e D. Manuel I, em Portugal, impuseram aos seus antepassados. Cortesia do Sr. Bush e dos idealistas de sofá, o Médio Oriente está a recuar séculos.

Impressionante

Podem gozar com toda a gente, mas um tipo faz uma brincadeira  e tumba: " grrr,,, já andamos a incomodar".
Lembro-me  sempre do Imperador Smith.

É instrumental

Ou estratégico?
Como? Ah, sim, é campanha  negra.

Uma bela ideia

Ontem à noite, vi a entrevista de Francisco Louçã à SIC-Notícias. Dei por mim a concordar mais vezes do que gostaria (quando despe a farpela de capataz partidário, Louçã torna-se estranhamente sensato). Até que, a propósito da Guiné Equatorial, o velho trotskysta regressou por momentos ao dedo acusador: a CPLP é hoje "uma central de negócios do Brasil e de Angola".
Talvez seja isso, provavelmente é isso, mas a questão não é isso - é se a CPLP poderia ser outra coisa.
Portugal não tem na CPLP o estatuto da Inglaterra na Commonwealth. Não tem o seu o peso político, nem económico, nem militar. Não tem o seu ascendente cultural. Não tem um chefe de Estado partilhado com algumas das antigas colónias. Não tem a mesma emigração qualificada. Compete pela liderança com duas potências do Atlântico Sul que tendem a impor a sua vontade, os seus interesses, as suas alianças. Em suma, tratar a CPLP como o ai jesus da pátria  porque nos abre "novos mercados" e nos traz "novos investimentos" é tão ingénuo como querer dar lições de democracia à Dona Dilma e ao Dr. Xanana.
Uma vez, perguntaram a Gandhi o que pensava da civilização ocidental. Ele respondeu: seria uma bela ideia. Não tenho muito mais a dizer sobre a CPLP.

Muito melhor

O Público melhorou bastante. Já traz notícias de Portugal, bons colunistas,   o Fugas e  a revista de  domingo batem a concorrência com uma perna às costas.
O MEC agora  deu-lhe para a gastronomia e em boa hora. Um reparo: grelhar em carvão?  Um tipo que só come gambas da costa  e cozidas ao vapor? Larga o carvão.  Põe umas pinhas e gravetos. Por cima, em cruz, bota lenha: ramos  secos de oliveira, eucalipto, o que  quiseres.  Por último, umas fagulhas de pinheiro para o aroma. Depois diz-me se ainda queres carvão...

Para já, ganha a propaganda

Nesta bernarda que os sionistas estão a fazer em Gaza, com as costas quentes porque o Irão  sabe que o ISIS já está na Palestina, é incrível a definição: morrem velhos, crianças, soldados israelitas e "palestinianos".
Ou seja, nunca morre um soldado do Hamas.

Mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa


A antiga tradução do Confiteor não continha a repetição do mea culpa, mas, dado que pequei gravemente, uso a nova tradução.
Durante anos protestei contra  a continuação de Jesus. Hoje reconheço que para capataz de um entreposto de jogadores ( versão futebolística do grupo Inland ou de uma loja de pneus) serve muito bem. Está no lugar certo.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Risota

Depois era eu, desde os tempos do Mar Salgado, que tinha uma obsessão com os laterais esquerdos.

Bem visto

Continuando com as analogias entre Israel e os nazis, é como se  as irmãs do rabi de Varsóvia vivessem em Munique e com cheque-saúde.

( via )

A Uniãozita Nacional

O que Sousa Pinto fez foi dizer "que é uma vergonha não haver consenso" ( ouçam).
Badamerda para este salazarista

Vai passar a ser ilegal?

" Esse artigo saiu de quem sabia onde ele estava e foi combinado para provocar terrorismo. Foi dado pelo terrorista do costume, ao terrorista do costume". 

Diria mesmo mais: um acto do mais puro terror. Ir buscar um artigo esquecido e usá-lo. 
Já o João é mais brando e tem razão: uma  pessoa ser de trato simples não é incompatível  com tropelias alegadamente  feitas ou por fazer.

A falta de vergonha

Em 2007:
"Esta equipa ministerial não tem qualquer problema em actuar à margem da lei, não tem em conta critérios de justiça e equidade e desvaloriza e desrespeita a negociação, atentando contra os direitos sindicais", criticou Mário Nogueira".

A única coisa que mudou foi a quantidade de raivosos  ou calculistas compagnons de route. 

Mais Monty Phyton, versão polainas

Sim, a manhosice  do estatuto  de simples  comentador,  mas também é  delicioso como vem logo a velha  conversa da inveja do sucesso. 
Reconheço que tenho imensa inveja do estrondoso  sucesso de Dias Loureiro, Oliveira e Costa, João Rendeiro, Duarte Lima , Ricardo Salgado e Maddof.

Olha a novidade

Havia  os revolucionários  vermelhos filosóficos ( "não temos de viver modestamente, isso é demagogia"), agora temos os ecologistas filosóficos.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Fabuloso

Primeiro resolvemos os problemas , depois vemos como é que resolvemos os  problemas.
Vocês não percebem que  é tudo estratégico e não instrumental, vocês não percebem  que a lusofonia  culta valorizada  na ciência é o  presente do futuro da valorização dos recursos.

Perguntavam-me aqui  no outro dia o que é que tinha "contra o Costa": Nada, nadinha. Nem contra ele nem contra os que andaram estes anos, de dedo em riste, a falar de alternativas. 
Esta vida  são dois dias, haja alegria.

Oh nãooo!!!

"Vice-presidente do PSD defende que Santana "tem todas as condições" para ser Presidente" (Público, 23 Jul. 2014)

Shomer



Há partes dos vários  artigos de  Paulo Tunhas e Rui Ramos sobre  a recente  ofensiva israelita em Gaza com as quais concordo.  Por exemplo, a selectividade da compaixão já  a referi aqui, a última grande  indiferença  diante da matança de judeus ( bem antes  de Israel nascer) , aqui.
Só que há outros aspectos dos artigos que são intelectualmente nulos. A equivalência historico-moral entre  as bombas isarelitas e as bombas aliadas em Colónia  ou em  Dresden releva do mais puro relativismo que  a direita  bem pensante   costuma atribuir à esquerda militante.
Por outro lado, a negação maníaca dos factos, se cheira a compaixão é à compaixão que nos suscita a mosca que acabámos de esmagar.

Os comediantes

É para avançar rapidamente e em força,  mas para trás e devagarinho.

Trabalha para sobreviver, sobrevive para consumir


A minha mais nova ouviu ontem um professor afirmar que "as competências  não podem ser avaliadas num exame de duas horas" e disse-me: "Ai é? E as nossas podem?".
Como  comecei a ser posto na rua, com arreliadora frequência, ainda no Jardim-Escola, respondi-lhe que todas as escolas deveriam ser abolidas e mandei-a ler Raoul Vaneigem  ( a edição portuguesa do Aviso é bem boa).

terça-feira, 22 de julho de 2014

Antena islâmica ( especial ISIS, o inimigo comum)


O Irão  limitou-se  a uma declaração formal : ainda ninguém os ouviu prometer  apagar Israel do mapa. Por outro lado, parece que o Hamas está a usar  homemade rockets.
O ISIS está em gaza, não parece  haver dúvidas  e o  Irão está mais sossegado do que o habitual. Talvez  isto explique a arrogância  sionista  no avanço terrestre.

Da série "A concorrência faz melhor"

Ainda se escreve bem na blogosfera. Ora leiam. E leiam.

Eutanásia, bispas e chá das cinco


Enquanto a Inglaterra discute a legalização da eutanásia, a Igreja anglicana aprova a ordenação episcopal de mulheres. Não será mera coincidência. A sociedade inglesa é hoje uma das mais secularizadas da Europa, como apontam todos os dados sobre a prática religiosa, e o anglicanismo é uma das confissões cristãs mais sujeitas aos ventos do século. Nada de novo. Desde a sua origem que a Church of England é mais England do que Church.
Católico e admirador da cultura britânica (não é um paradoxo), isto preocupa-me. A secularizarização progressiva não arrastará, mais tarde ou mais cedo, a sobrevivência da própria Igreja anglicana? Quando os crentes pensam como os não crentes, qual é a diferença? E a Inglaterra histórica que conhecemos, a terra da da liberdade e da rule of law,  resistirá a esta erosão religiosa? Se Tocqueville estava certo ao sublinhar o nexo entre instituições democráticas e religião cristã, o declínio do Cristianismo não tocará a qualidade da democracia? E, sem a velha Igreja nacional, de que modo a presença crescente do Islão afectará o espaço público?
Talvez saibamos a resposta em breve. Entretanto, inquieta-me que a Inglaterra seja, cada vez mais, uma espécie de França com chá das cinco. (Que me desculpem os franceses, mas tenho pouca fé na ética republicana.)

De pantanas

Tratam os professores como alunos, terão os alunos como professores.

O problema da reciprocidade

"Conheço muito bem Portugal"( aos 0.59 m.)

Que se kurdem

Os  supermoralistas( uma espécie de Savonarolas de bibe), indignadíssimos com  a morte de crianças e velhos em Gaza,  já declararam a fatwa particular: quem  não se indigna não é boa gente.  Sem dúvida.  Para mais , o que os judeus pretendem, ao semear novas  gerações de  inimigos figadais e ao  renovar a camaradagem europeia ( uma tradição actualizada desde 1933), é coisa que não se percebe.
Fiquemos  entretanto com o vídeo curdo, cujo povo tem tido milhares  de crianças e velhos  mortos por um vizinho poderoso sem que os supermoralistas nos atirem fatwas. Obrigado, curdos.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Da série "O som e a fúria"

Eu faço uso da carne e roupa branca
à minha mágoa impus um fundo freio
como de tudo o que se vende no mercado
pois é de deus a terra e quanto encerra
Quando eu despertar hei-de aflorar o vinho
não darei importância a quanto não
me preparar para a definitiva posição

Ruy Belo, "Enganos e desencontros"

Uma conspiração de estúpidos


Com licença de J.K. 'Toole, melhor do que  a dele.
O sucesso  ( a menos  que  se esteja  a falar do grupo Inland) é ser campeão de quatro em quatro anos. O Emerson, em quem o Zé Broncas apostou durante um ano inteiro, foi posto a venda  no site do seu actual clube  por  1euro.

Apoiado

Sem nenhuma dúvida.

Sim, sim, muito necessário

Os governos civis, sua história e tradição. Aliás, porque não  fazer também  o levantamento da história da CCR do  Centro?

Quem sabe, sabe

A culpa da queda do Bloco é da propaganda governamental. Aliás, para JPP  tudo  hoje ( o cansaço das manifs, o PS,  a ausência da luta popular, o desinteresse dos estudantes etc) é culpa da propaganda governamental.
No fundo, uma variação da propaganda governamental.

Ab imo pectore, Pedro

O Prof. Picoito, o lado respeitável desta nossa inactividade militante,  disse quase tudo sobre a entrevista do  janízaro-chefe  da banda ( que lançará ao ar as suas baquetas, com majorettes, cujo  hábito  descende desse costume  otomano) que  nos vai  guindar  a um patamar superior de felicidade, honra e decência ( desta vez sem  o apoio de Rendeiro  e da SLN). Acrescento  apenas um detalhe.
 Mesmo sem maioria absoluta - com Costa, o PCP, o Livre e o  mini-Bloco no parlamento e com Pacheco Pereira , Bagão Félix , Ricardo Costa e a Ana Lourenço no banco - teremos  finalmente em prática as soluções tácticas  que só os grunhos direitolas e seus cúmplices silenciosos desprezavam.
Uma nova era aproxima-se, a passo largo e decidido.

domingo, 20 de julho de 2014

Tu quoque, Costa?

António Costa deu hoje uma entrevista de fundo ao Público. Dita assim, a coisa não suscita especial entusiasmo à nação, sensatamente a banhos, mas acontece que metade do PS, ou mais, anda a dizer que Costa será o próximo Primeiro-Ministro. A nação, sempre sensatamente, tem feito o que pode para se alhear do arremedo dos idos de Março conhecido por "primárias do PS". Há, porém, uma certa hipótese de Costa lá chegar, o que recomenda alguma atenção às suas entrevistas de fundo, tanto mais que a nação, antes de ir a banhos, o acusava de nada dizer.
Não vos vou maçar muito, pois a maioria de vós faz parte da nação, sensatamente a banhos, e não faz parte da metade do PS, ou mais, que saúda Costa como o sucessor de todos os césares.  As grandes novidades são a candidatura de Guterres a Belém (nada contra, se touxer a Angelina) e a notabilíssima ideia de que "temos de ter uma redução da austeridade interna para relançar a economia".
Como? Ah, ingratos, que fazeis perguntas difíceis... Não vos chega a Angelina, perdão, o Guterres? Pois então, "através de "um mecanismo de correcção dos efeitos assimétricos do euro" que permita, tal como propôs o comissário europeu Lazlo Andor (não, este não vem com o Guterres), "um estabilizador automático com incidência no subsídio de desemprego".
E o dinheiro para isto? Sois muito mesquinhos, francamente. Não se vê logo que é pelo "reforço da solidariedade orçamental" entre os membros da União, "como acontece em todas as uniões monetárias, designadamente nos Estados Unidos" (sic), ou seja, a Alemanha que pague a crise? E se duvidardes que o burgomestre alfacinha convencerá a Alemanha, incréus ao serviço da direita e do Seguro, responder-vos-ei que estamos na presença do futuro Primeiro-Ministro e logo se pensa no resto.
Aliás, já se pensou. "Depois há medidas para o crescimento sustentado", a saber "a avaliação dos nossos recursos, a modernização do tecido empresarial e da administração pública, o investimento na cultura, na ciência e na educação e o reforço da coesão social". Por esta é que não esperáveis, pois não? Tomai lá com a modernização, a cultura e a coesão social.
Mas descansai, que nem tudo é igualmente glorioso. A páginas tantas, há mesmo uma crítica terrível a Sócrates, esse outro messias incompreendido. Questionado sobre alianças para aqui e entendimentos para ali , Costa atira a matar: "o erro da anterior governação socialista foi não ter aproveitado a maioria absoluta para dar um salto qualitativo no diálogo político". Leia-se, mais ou menos como o bruxo avisou César dos idos de Março, aqueles mesmo a sério, e César gozou com ele e depois lixou-se: o Socas gozou com o PC e o Bloco, quando estava a ganhar por 7-1, e agora eu é que me lixo porque não consigo que eles torçam por mim (excepto a Ana Drago e o Daniel Oliveira, cuja "aproximação" ao PS é "positiva").
Ei-la, a crítica terrível. Tu quoque, Costa?
E agora? Quem avisa metade do PS, ou mais, que o bruto também matou César pelas costas? 

Narrativas da austeridade

"Como ficou sem o subsídio de desemprego e não tinha onde trabalhar, sacou 1,8 milhões de euros".
Para o pão, gás e electricidade.

Nessa altura amavámos muito os nossos emigrantes que tinham de ir ganhar a vida lá fora não era? Não os desprezávamos, pois não?

Ora bem

A rapaziada ( enfim, há lá um ou outro mais veho do que eu) do único  blogue lagarto que visito, e com prazer,  vai hoje acompanhar o derby na  Sporting TV com relato audio, fotografias ou colecção de cromos?
Gostei particularmente  da declaração do boss de Alavalade: não temos  interesse em transmitir os nosso jogos em Alvalade.  Compreendo. Eu também não tenho interesse, de momento,  em comprar uma colecção de Ferraris ou a Lua ( só porque ainda não paguei a conta da luz do mês passado).

sábado, 19 de julho de 2014

Muito bem

Esta indignação toda.
Estranho é ela não ter existido antes. Ou talvez não.

É sim senhor

Sem "mas".
A mulher é uma fraude política com pernas  ( o apoio a Teresa Leal Coelho nas suas cochinices contra o TC só porque  se demitiu do cargo de vice-presidente do grupo parlamentar em protesto contra  o chumbo da lei da co-adopção gay) e tem o direito  a ser criticada pelo que é, não pelos seus genes.
De resto, seria interessante saber  o que  alguns  comentadores do texto fariam  se um historiador  da nova direita fosse zurzido pelos antecedentes políticos dos progenitores. É melhor nem imaginar, isto da moral dá pesadelos.

Isto é o da Joana


Artista com "H".  Só os invejosos como eu e a Ana Cristina Leonardo (  de cuja loca infecta roubei a ideia)  não  concordam.
Se o Malraux regressasse da tumba,  reformularia a fórmula: a arte já  não é o anti-destino, é o da Joana.

Mais underworld

A Ferrostaal investe de novo.
Quem controla Ventinveste?  Não sabemos.

O bloco central subaquático.

"Algumas interrogações à espera de efectivo esclarecimento público:
Como explicam Durão Barroso e Paulo Portas que um contrato assinado em 21 de Abril de 2004, só tenha entrado em vigor 5 meses depois, implicando dezenas de milhões de euros de prejuízo para o Estado português e que o contrato tenha sido assinado com tão brutal cláusula de actualização diária, que só interessava ao grupo fornecedor alemão?
Porque é que Paulo Portas assinou um contrato permitindo o pagamento dos submarinos mesmo antes da sua entrega, que não prevê no seu clausulado a denúncia por incumprimento das contrapartidas avaliadas pelos alemães em 1210 milhões de euros, e que também não prevê a regulação dos custos de manutenção dos submarinos, os quais, durante a sua vida útil estimada de 40 anos, poderão atingir duas vezes o seu valor de compra?
Como aceitou o Governo renegociar, a favor dos bancos, o empréstimo para a compra dos submarinos?
Porque é que os Governos de Sócrates não acompanharam eficazmente o problema da execução das contrapartidas, e abdicaram de recorrer aos tribunais para derimir o litígio do seu incumprimento, aceitando que os conflitos de interesse fossem tratados por mera arbitragem? E porque é que não aproveitaram os incumprimento para tentar anular o contrato e um investimento mais que duvidoso em matéria de prioridades nacionais, nestes tempos de crise aguda em que tantos sacrifícios exigem aos portugueses?
Com tudo o que é conhecido e já veio a pública, não é credível nem suficiente a explicação do actual Ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, para justificar a aparente inércia de quatro ministros sucessivos desta pasta (Paulo Portas, Luís Amado, Nuno Severiano Teixeira e o próprio), de que “face ao modelo contratual adoptado em 2004, o Estado português tem a obrigação de cumprir as obrigações contratualmente assumidas naquela data”.

aqui

Saiu hà três semanas:

sexta-feira, 18 de julho de 2014

A brincar

Que não há Bem nem Mal.
Meu Deus, que diabo tão original...

Boko Haram, 2012:

A mesma tralha de sempre ( em 2012): bons rapazes e a culpa é da polícia.

Boko Haram began in 2002 as a peaceful Islamic splinter group. Then politicians began exploiting it for electoral purposes. But it was not until 2009 that Boko Haram turned to violence, especially after its leader, a young Muslim cleric named Mohammed Yusuf, was killed while in police custody. Video footage of Mr. Yusuf’s interrogation soon went viral, but no one was tried and punished for the crime. Seeking revenge, Boko Haram targeted the police, the military and local politicians — all of them Muslims.
It was clear in 2009, as it is now, that the root cause of violence and anger in both the north and south of Nigeria is endemic poverty and hopelessness.


O Guardian, vá lá  nunca caiu no pós-colonialismo  de pechisbeque.

Divirtam-se ( tem vídeo e tudo)

Nababos-rolhas ( hoje na  EDP, ontem noutra qualquer)  sempre realistas quanto às expectativas dos outros, Espírito Santo Saúde muito aprumada, señoritos satisfechos  das auditoras que querem que   Estado  " não lhes complique a vida".
É um bom retrato  da família. Gargajola e verdoenga.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

A cigarra e a formiga

Enquanto outros brincam à união das esquerdas, o futuro ministro socialista da saúde  já as reúne.

Querido, a liberdade socialista acaba onde começa a liberdade socialista:

Individuals or media which broadcast false news that caused public panic or were prejudicial to the interests of the state had to be punished, she continued. So did those who manipulated or distorted news to “transmit a false perception of the facts or to create a matrix of opinion to disturb the social peace of the nation.”

Os mesmos  pascácios que em Lisboa vociferam contra os media  vendidos ao governo, comem e calam em  Caracas. Como comeram e calaram em Bucareste, Moscovo, Havana etc.
Tudo em nome do bem do povo, claro.

Vamos longe, muito longe.

Comentários dos leitores: "vampiros", "escravidão".

Novo slogan:

A esquerda vencida  jamais será unida.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Ou tens o pão ou tens a manteiga

Também me parece: mais  emprego mais barato.
Claro, há uma alternativa costista-pachequista-bagãofelixista-jornalista-bloquista-comunista:  criação de emprego estupendamente bem pago e abundante.
Deve estar quase a aparecer ( bombardeia-se o Bangladesh, invade-se a China, enfim, tudo coisas que até já se fizeram...).

Guerras assimétricas


Esta crónica de Hugo Rifkind na Spectator mostra bem a cegueira de alguma direita europeia (para não falar da americana...) quando olha para o conflito Israel-Palestina. Rifkind diz que a condenação do uso desproporcionado da força pelos israelitas só os afasta de nós, ocidentais, e que devíamos perguntar o que faríamos se o nosso país fosse bombardeado pelo Hamas. Esquece que a pergunta pode ser feita exactamente ao contrário, mas com uma diferença.
Gaza também está a ser bombardeada, mas enquanto muitos dos rockets palestinianos explodem em locais desertos ou são destruídos pelo sistema antimíssil israelita (e ainda bem), as bombas de Israel atingem zonas densamente povoadas e são muito mais precisas.
Resultado: esta guerra, que dura há uma semana, já provocou mais de duzentos mortos palestinianos (and counting) e apenas um israelita. Um. Não é gralha.
Antes que alguém disparate, acrescento que isto não prova que uns têm razão e os outros têm culpa. Deixo-vos o poder divino de distribuir razões e culpas. Digo apenas que não é por Israel ser uma democracia, como sugere Rifkind, que o Ocidente deve fechar os olhos ao que se passa.  E o que se passa é que a população de Gaza, que vive hoje sem luz nem água e sob ameaça permanente, é refém de uma dupla violência: a cobardia terrorista dos seus líderes e a vingança de Estado dos líderes israelitas.
Como "não temos palestinianos" (Rifkind dixit), talvez nos tranquilize que os barbudos do Hamas sejam muito menos estimáveis do que os colunistas da Spectator. Mas se a "paz no Médio Oriente" é isto, então alguém há-de perguntar muitas vezes o que faria se fosse bombardeado por eles.

Crescei e multiplicai-vos, mas sem chatear o patrão


As propostas feitas  pelo Governo para promover a natalidade, na sequência do trabalho da comissão presidida por Joaquim Azevedo, são um bom sinal. Finalmente, alguém avança com ideias concretas - em vez carpir a insustentatibilidade da segurança social no famoso longo prazo.
Mas temo que não mudem muita coisa para já, mesmo se levadas à prática (se, sublinho). 
Por um lado, desconfio sempre de planos estatais para mudar comportamentos pessoais, e a decisão de ter filhos é das mais pessoais.
Por outro, acredito que o factor decisivo na baixa natalidade dos portugueses é a cultura antigravidez de muitas empresas e a discriminação das mulheres no mercado de trabalho. Não se pensa em aumentar a família quando a maternidade traz o risco de desemprego.
Como mudar isto? Não sei, ninguém sabe, mas sei que não é facilitando a arbitrariedade do empregador. Se o Governo quer que os portugueses tenham filhos, deve proteger os direitos laborais dos portugueses que querem ter filhos. Lapalissiano. Caso contrário, ficamos pelas boas intenções. E de boas intenções está o infértil cheio.

Deve ser culpa da austeridade

Por isso ninguém  faz uma manifestação contra este  alegre estado de coisas.
Pelo menos até ao dia em que o espancado  por contumazes seja um juiz, um  advogado ou a Lídia Franco.

Curtindo


Com Curt Meyer - Clason, tradução de João Barrento ( inclui uma carta do tradutor ao autor), até o Agosto familiar no insuportável  sul se atura.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

É duro

Mas é verdade: não choraminguem.

Não há esquerdas


Aqui ou acolá, a única esquerda unida é a pura e dura, a comunista. Seja em Cuba, na China  ou em Portugal.
O resto é folclore teórico, com lutos patológicos pelo assasinato no México de permeio, ou pior:  lutar e falar pelo povo, mas  viver, comer e f**** como um burguês.

Adenda (para o nosso comentador  caramelo):

O traço estético-moral não tem peçonha. A experiência do belo acessível a todos ( da reinvenção do conceito  por Baumgarten) é um bom conduto para a sociedade do homem novo socialista. A moral, por seu lado, é omnipresente  no discurso actual anti-capitalista/neoliberal.  Infelizmente, não fui por aí.
O osso é simples. Ou tens a esquerda pura  e dura, a comunista, com a sua parafenália de cutelos - fim da exploração do homem pelo homem, da propriedade privada e  da cultura  burguesa que usa o Estado como aparelho de dominação ( Gramsci), ou tens  paralíticos deficientes: Blair, Holande, Guterres, Sócrates. Ou seja, segundo a língua de pau,  negócios  escuros, cedências ao grande capital, imoralidade ( oh!, sim...).
As migalhas esquerdistas  passam o tempo entre a transumância para os partidos do regime e as querelas de café. Por que motivo não vês um quadro comunista  ao volante de um BMW  série 7 ( não me esqueci) ou pendurado na colecção nova-rica  de adereços burgueses quotidianos? Porque a sua proposta de sociedade  é brutal e concreta. Como qualquer ideia fundamentalista, emana do centro para  a periferia e bebe do exemplo.
Por fim, um pedacinho de ucronia. Imagina o país a recusar a troika em 2011   e a confiar no PCP. Agora imagina que  o país  se entregou ao mosaico lisboeta  de plataformas, movimentos, partidos, fóruns e manifestos de esquerda. Pois é.



sábado, 12 de julho de 2014

Não têm canis?

Nunca deixei de levar os meus filhos para qualquer hotel e nunca incomodaram ninguém.
Também é verdade que se os casalinhos  estão a educar os filhos como educam os cães, talvez nem o canil sirva.

Leonidas Louçã

Onze contra Messi e no fim ganha a Alemanha

O Filipe, que sabe de bola, prevê a vitória da Argentina amanhã. Com vossa licença, penso de que não. Ora vejamos.
1) O argumento do supositório é forte, mas "manschaft" soa melhor do que "alviceleste". Deve ser o tom metálico e imperial, aquele "mans" viril unido à "schaft" prussiana. Ouço-o e dá-me logo vontade de invadir a Polónia. "Alviceleste" não dá vontade nada. Só de olhar as nuvens, os passarinhos, os Messis.
2) O esoterismo. Camões era cego, Borges também, Goethe  morreu a pedir "licht, mehr licht" (luz, mais luz). Não sei se estão a ver. Portugal levou quatro, o Brasil sete, o único mistério é saber quantos levará a Argentina.
3) Até pode ser que eles não tenham laterais nem bratwurst, o que parece que vai afunilar o jogo e libertar não sei quem, mas o treinador é um génio da táctica: não festeja os golos porque leu Max Weber e está a poupar para o fim.
4) Se eles ganharem, podemos sempre dizer que só perdemos com os campeões do Mundo. Pensando bem, isto deveria convencer qualquer um.

Por dos de gambas y una de boquerones


A Argentina vai ganhar 2-1. Porquê? Ora bem, vamos lá explicar-vos como se chegassem aos meus calcanhares:

1) Em primeiro, o esoterismo. Em 1986 a Argentina também ultrapassou  Bélgica e a Alemanha eliminou a França. Está certo de que na altura foi nas meias, mas a História repete-se com um grão de sal.

2) Entremos no osso. Sempre que estou diante de um jogo decisivo, pergunto-me ( fechado no WC e com um saco de plástico enfiado na cabeça): Quem quer mesmo ganhar? Amanhã a resposta é fácil: a Argentina, no Brasil. 
Cortando mais. A Alemanha vem de dar sete. É humanamente impossível isto não estragar a concentração. Ao contrário, os argentinos vêm de um supositório. Estão concentradíssimos.

3) Técnico-táctico. Não há nenhum bratwurst como o Mascherano. Houve um argentino assim, o Cuciuffo, que jogou  a final de 86, também baixo para central ( 1,76m) e que também subia no campo, passava a redonda ( morreu num acidente venatório) e bebia por um garfo.  Mascherano é o jogador de futebol.

4) A Alemanha não tem laterais. Brehme e Berthold pertencem a 1986. Isto vai permitir afunilar o jogo e soltar os laterais argentinos exclusivamente para a marcação. Com o jogo a meio, aparecerá Messi e acaba o jogo.

Errata

Afinal, há um meio de comunicação social que está atento à participação portuguesa na I Grande Guerra: o Público. Na próxima terça-feira, o jornal inicia uma série de seis volumes semanais sobre o tema, escritos por Aniceto Afonso e Carlos Matos Gomes. Fica a errata.

Extra!Extra!

 Não é preciso ir lá, eu adianto:

1) Criar 200.000 empregos
2) Criar cultura
3) Criar  uma nova moral.
4) Criar uma nova  forma de fazer política .

Espírito Santo dos Trabalhadores

Aproveitem a onda e investiguem/recordem  mais estes produtos do PT Lula podre  e corrupto: faz bem aos moralistas  vermelhuscos que sempre terão de redesenhar as caricaturas dos gordos  de cartola e charuto.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Vasco, o fatalista

"O futebol deste campeonato, apesar da fantasia dos peritos, irritou e maçou muitos milhões de pessoas. Não apareceram equipas com imaginação, nem jogadores de génio. Apareceu um extraordinário cuidado defensivo e correrias que em 90 por cento dos casos não levavam a nada ou, pelo menos, de que não se percebia a necessidade e o propósito. Assistir àquilo era como assistir a uma "liga" europeia de segunda classe: um trabalho honesto para cumprir calendário e não desanimar os "sócios". O público moído e cansado lá ia aturando o espectáculo com o entusiasmo obrigatório de um Carnaval falhado e triste."
Vasco Pulido Valente, no Público de hoje.
(O mais delicioso é que este naco de prosa foi escrito depois dos 7-1 da Alemanha.  Melhor do que "liga europeia de segunda classe", então, só mesmo quando VPV jurou que Obama nunca seria eleito.)

Maldita

Austeridade.

À atenção do meu caro Henrique Pereira dos Santos

"Daí que o problema seja também nacional, porque se o mercado se fecha para o BES, quem paga é o país. Porque alguém terá de financiar o BES".

( por causa de uma aposta feita aqui há um par de meses)

Ora então não

mercado em maio de 2012". 

 Estes funcionários públicos...uns incompetentes.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Grand finale ( em geral e em particular)

Depois do Solnado, do Perry Mason e do bombeiro:


"Sente que o seu momento vai chegar? O seu momento de ser o líder.
Já respondi a essa pergunta milhentas vezes: não acho que isso venha a acontecer.
Não tem essa ambição?
Não tenho essa ambição. Já me aconteceram várias coisas que não esperava que acontecessem, mas não vejo que isso venha a acontecer-me. E tenho dúvidas de que fosse uma boa solução, em geral e em particular".

Ai ai ai ...um neoliberal

Fusão? Racionalizar recursos?

Desta a SIC e o Expresso ainda não se lembraram

Voa sobre fogo.

É a vida, Miraldina...

Tem de se ir ao Portal de Angola para ler as críticas do PS ao grande educador do povo, Pedro Nuno Santos.

Atónito

O primeiro artigo de opinião  no Observador  em que os  comentadores não fazem de  super-dragões na festa de anos de Pinto da Costa.

Se fosse só a polémica estávamos nós bem...

Parece-me é que vamos ficar todos  mais pobrezinhos.

Portugal na Grande Guerra

Com o centenário da I Guerra Mundial, os jornais e revistas do burgo multiplicam os artigos evocativos. As referências à participação de Portugal têm sido escassas, o que me surpreende.
A República enviou 50 mil homens para a Flandres e viu na guerra uma garantia de defesa das colónias e "a base mais firme do desenvolvimento répido e progressivo" do novo regime, nas palavras de Afonso Costa. De resto, pagando um preço alto pela intervenção, cara e impopular. O conflito desequilibrou as frágeis finanças públicas e foi o nosso maior esforço militar entre as invasões francesas, que precipitaram a independência do Brasil e o fim do absolutismo, e a guerra colonial, que antecedeu a queda do Estado Novo e o 25 de Abril. Não será exagerado, aliás, relacionar o conflito com o caos da década de 20, ao qual o 28 de Maio veio pôr cobro, para alívio de todos.
Porquê o silêncio, então? Mistérios. Ou talvez não.

Da série "O som e a fúria"


Correio azul

Aceprensa, um excelente site espanhol que costumo frequentar, analisa na sua última edição o programa do movimento "Podemos" , que se aproxima, como seria de esperar,  do que é defendido em Portugal pelo Bloco de Esquerda. Do lado de lá da fronteira com grande sucesso, do lado de cá com os resultados conhecidos.
O que explica a diferença?  Talvez dois factos. Em primeiro lugar, a existência de um PCP forte e concorrente do BE. Em segundo lugar, o alinhamento da extrema-esquerda espanhola com as reivindicações autonómicas das regiões. De qualquer modo, o "Podemos" ainda só foi a jogo em eleições europeias. O que "poderão" em eleições nacionais?

Pois é

O dinheiro não compra tudo.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Quando é que a Benfica TV passa a dar também os jogos fora?

Estava a Alemanha  já a dar 3-0  aos  25 minutos e  o zuavo do Pedro Henriques dizia solenemente enquanto comia umas iscas de bacalhau com as  mãos: "  Foi assim com Portugal, mas, claro, o Brasil não está a jogar tão mal como Portugal".

Festas da Rainha Santa: é obrigá-los a ir para lá fazer a coisa.

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Ou seja, o dinheiro poupado ( supondo que tudo corre bem, ou seja, que não temos  depois  de ir pedir dinheiro aos mesmos  a quem exigimos a renegociação , o que seria sempre refrescante de ver sobretudo se a delegação for encabeçada por Pedro Nuno Santos) será suficiente para uma data de coisas.
Confirma-se, portanto, o milagre das rosas vermelhas.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Mais cultura para o povo

Com Tomás Taveira e Paulo Campos.
Assim sim.

A cultura do povo

No ano normal do PREC , Vasco Gonçalves exprimiu o desejo de acabar com a literatura burguesa: os escritores deviam escrever  sobre a realidade revolucionária. Vergílio Ferreira torceu o nariz ( os outros comeram e calaram).
Ora, os arquivos  da Securitate estão agora à disposição e mostram como se organiza a cultura para o povo.

Dicionário português pós-troika ( 13)

"Saco de gatos":

Esta expressão ouvi-a ao meu pai, muitas vezes,  em 1978, aplicada ao PSD e à luta entre Sá Carneiro e o grupo das Opções Inadiáveis ( onde pontificava Rui Machete).
Este saco também promete. E curioso é recordar que foi o Bloco e o PCP que  viabilizaram a queda do segundo governo Sócrates, embora, afinal, parece que  Sócrates  foi  um traidor  da esquerda.
Percebem? Eu também.

domingo, 6 de julho de 2014

O potlach bancário

Muito bem, o  Pedro Adão e Silva.  Não se trata das pessoas concretas,  trata-se de um gesto  corrente que hierarquiza o viver das tribos.
Cá estaremos para ver a prequela.

Uma piquena Tecnoforma rosa-maçónica

Pelo único jornalista  português de investigação.

Punk-mojito

A crítica-cópia

 No Malomil:
"Depois do acto final de "Servidões", este livro é já a Morte, o apagamento de uma luz que corre o risco de serdesentendida se a língua em que vive não resistir à banalidade, tocando uma vezpor outra o céu da boca, para sentir o ouro da estrela que foi Herberto Helder". 

 Língua, luz, céu da boca, ouro da estrela : banalidade, sim.
Não me incomoda o Herberto-Cristiano Ronaldo, esfarinham-se-me outras arrelias.  Nas minhas séries, que  fui trazendo aos blogues e à "Ler" ( no seu tempo), tenho  assinalado o esquecimento que  outros poetas recebem do público sandeu. Por exemplo, João Lúcio e Cristovam Pavia ( Bugalho) num eixo, Cinatti e Fiama noutro.
Este público leva a sério a abertura  de Brecht no "Manual  para os Habitantes das Cidades": apaga todos os vestígios.

sábado, 5 de julho de 2014

TVi, domingo, 01.12:

"O palestiniano  foi asassinado e queimado vivo por soldados judeus numa vingança sectária por causa de três adolescentes  judeus raptados que apareceram mortos".

Os judeus "aparecem" mortos.
Num dia estão vivos e  no outro aparecem mortos. Como os velhos dentro das casas, os cães vadios  na estrada ou  os peixes nos rios.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

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A burqa e o Ocidente*


Depois de debatida nos parlamentos de Inglaterra, França, Bélgica e Espanha, a proibição da burqa e do niqab chegou ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.  É um teste aos limites do multiculturalismo na Europa e, portanto, às regras de convivência entre Estados, comunidades e indivíduos na sociedade aberta. Em princípio, nada deveria limitar o direito de alguém se vestir como quer, desde que não ponha em causa os direitos dos outros. Mais: o direito de vestir a burqa, conotado com uma identidade comunitária que nasce da religião, é de algum modo uma consequência da liberdade religiosa. Ao mesmo tempo, porém, esse uso violenta a civilização política em que vivemos de dois modos: na noção de identidade pessoal e na noção de espaço público, fundamentos históricos da democracia.
Na verdade, o uso da burqa e do niqab ultrapassa o simples exercício de um direito individual. Por um lado, difunde uma mensagem de desigualdade entre homens e mulheres e até de submissão da mulher ao homem que contraria, ainda que simbolicamente, a igualdade entre todos os cidadãos. Por outro, privatiza o espaço público invocando uma estrutura familiar, hoje desaparecida no Ocidente, em que a mulher está sob a tutela legal do pai ou do marido. Note-se que essa privatização fere não apenas a dignidade das mulheres, mas a de todos os homens exteriores à família, implicitamente vistos como uma ameaça. Perante a lei somos cidadãos iguais, mas perante a burqa somos membros de tribos antagónicas: homens e mulheres, parentes e estranhos, muçulmanos e não muçulmanos. Ou seja, a burqa nega publicamente a igualdade de todos perante a lei. No espaço público, que a democracia define como neutro em nome da igualdade, a burqa é símbolo de uma identidade comunitária que a rejeita. Para usar o célebre conceito de Charles Taylor, o direito ao reconhecimento de um grupo aliena assim o direito ao reconhecimento dos indivíduos que o constituem. Estaremos dispostos, em nome da liberdade individual ou da liberdade religiosa de alguns, a tolerar este atentado à liberdade de todos?
No Ocidente, o conceito de indivíduo está profundamente ligado ao de representação, não apenas no sentido político (o poder só é legítimo se representa os cidadãos), mas também cultural. Não é por acaso que a nossa noção de pessoa vem de persona, nome que os romanos davam às máscaras usadas no teatro clássico para representar as personagens. A história da arte ocidental é em grande parte a história das imagens do corpo humano, desde a Grécia antiga, que dava aos deuses as feições dos mortais, ao cinema moderno, que dá aos mortais as feições dos deuses.
Pelo contrário, lembra Bernard Lewis, “a tendência da arte bizantina para o abstracto foi acentuada no Islão, onde o preconceito contra a representação pictórica da forma humana conduziu em última análise a uma expressão artística estilizada e geométrica”. O Ocidente é iconófilo, observa o historiador Jean-Claude Schmitt. Apesar de algumas correntes iconoclastas entre ortodoxos e protestantes, o Cristianismo representa a transcendência sob os traços de um homem, da fragilidade do nascimento e da morte à glória da Ressurreição e do Juízo Final. O dogma central da Encarnação fez com que, durante séculos, os corpos de Cristo e dos santos fossem o objecto mais representado na arte do Ocidente. “Deus fez-se imagem em Cristo que se fez homem”, na fórmula feliz de Bento XVI.
Isto teve enorme influência na cultura ocidental, levando não só a uma particular valorização do realismo na arte, mas também a uma equivalência entre a dignidade da pessoa e o seu rosto. Basta pensar em expressões correntes como “perder a face”, “dar a outra face”, “ter duas caras”, “não ter vergonha na cara”. Na pintura e na escultura europeias, o retrato é talvez o único género que sempre se praticou, sinal seguro do valor da representação do indivíduo ao longo da história. Os nossos museus estão cheios de obras que o testemunham, do busto de Péricles aos bigodes feitos por Duchamp à Mona Lisa, subversivos na exacta medida da reverência que tributamos ao original de Da Vinci.
Há na figuração do rosto uma referência tão evidente como misteriosa à mais elementar dignidade pessoal. É por isso que a célebre metáfora de Orwell no 1984 (“o futuro é uma bota a pisar um rosto humano”) nos atinge tão violentamente. Na capacidade de sugestão de uma grande obra literária, estas palavras tocam o nervo mais íntimo da nossa integridade.
O mesmo se passa com a burqa. Sem querer fazer paralelismos absurdos, também a burqa nega às mulheres que a usam a dignidade de um rosto. É um caso clássico em que o exercício da liberdade ameaça direitos não menos fundamentais, como o direito à própria identidade. Seja qual for a posição que tomemos no debate, estaremos sempre a negociar valores que a nossa sociedade tem por indiscutíveis. Talvez reconhecê-lo seja um bom começo de conversa. Porque que está em causa não é uma peça de roupa, mas as pessoas que estão por baixo.

*Post recuperado.

Dicionário português pós-troika ( 12)

"Clarificação":

Também usado  como sinónimo de  norma de execução.  O  marido bronco clarifica a mulher: clarifica lá se sempre vais ao jantar com essa mini-saia. Ou: não estava claro que não quero os bifes mal-passados?
A clarificação é um pedido que vem , em regra, acompanhado de ferros do monte e bufidos espavoridos.

Logo de manhã

quinta-feira, 3 de julho de 2014

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Dicionário português pós-troika ( 11)

"O ( nosso ) estilo de vida":

Dulcíssimo e  com sabor  a framboesa. Significa uma categoria que desmerecemos.
Pode é acontecer que depois não haja nada para comprar com tão extravagante  salário, o que Marlow também constatava.