quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Aperitivo filipino

O Bispo Brent apresentou, em 1904, em Manila, o seu plano para a erradicação total da droga. Três fases:

a)Manutenção do monopólio ( que Madrid tinha instituído) durante três anos com venda exclusiva a chineses.

b) Redução gradual das rações de ópio e encerramento progressivo dos dens.

c) Excepções apenas para fins terapêuticos: a desabituação em hospitais.

Em 1908 o plano foi finalmente cumprido, apesar da oposição do governador Taft ( que veio  a ser presidente dos EUA). A primeira proibição integral do comércio e uso do ópio estava consumada. A História, como todos sabemos, encarregou-se de  mandar às urtigas a eficiência da coisa. De nada serviu o aviso feito pelo presidente Lincoln, pouco mais de meio século antes: quando proibimos deixamos de saber quem consome, o que consome e quanto consome.
A mensagem que a experiência filipina enviou foi cristalina: a proibição como única forma de controlo, a lei como garantia da proibição. As conferências internacionais de Xangai ( 1909) e da Haia ( 1912) confirmaram a nova filosofia. O Ocidente, através da América, iniciava a war on drugs.


O que está  acontecer agora nas Filipinas foi o que aconteceu na China de Mao, mas o textinho olvida que os reincidentes eram executados. Duvido que na altura tenha levantado tanta indignação entre  os libertários: costumam ser selectivos nas indignações.
Com mais tempo, uma previsão  do futuro da actual  ravage filipina .

5 comentários:

  1. Caríssimo Filipe, o insulto de "Du30" ao "Barry" Obama dever-se-á porventura mais ao abandono militar efectivo das Filipinas pelos USA face à recente mania "xenêsa" de transformar em bases aeronavais atóis situados na ZEE filipina.
    As experiências (ao que parece, bem sucedidas) de liberalização das drogas "leves" a pretexto do seu uso "medicinal" em diversos Estados dos USA também devem desempenhar o seu papel: obrigam a antiga "colónia" de linha dura a comparar-se com a eterna "metrópole" e, nestes casos, a comparação (desfavorável) nunca é boa conselheira...

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    1. talvez, mas sem USA ou com USA, a experiência merece discussão.
      Com tempo...

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  2. Perfeitamente!! Atribuir ao SNS (especialmente a heroína, por razões consabidas e por demais estudadas), a produção e distribuição, a preço subvencionado, através da rede de centros de saúde, com acompanhamento médico e devida prescrição controlada e doseada à condição do dependente!!

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    1. pois, mas não é assim tão simples ( desenvolverei)

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    2. Sim, caro FNV, não será assim tão simples. Nada o é!! Mas é o conjunto de princípios mais plausível que, até hoje, encontrei sobre este assunto!!

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