sexta-feira, 16 de maio de 2014

Y de propina

Constança Cunha e Sá está esfuziante  com  o recuo de 0,7% do PIB. Tanto que se esqueceu de explicar como é  o consumo privado  subiu e voltou  a atingir  os níveis de 2010.
Adoro os telejornais em que ela comenta: sinto-me inteligente.

4 comentários:

  1. Filipe, tu costumas dizer que não percebes nada de economia, julgo que a tua maior preocupação, louvável, é dar ânimo aos teus compatriotas. Mas ainda assim tenho esperança que um dia tires alguma conclusão do facto de o rendimento das famílias ter vindo a diminuir drasticamente nos últimos três anos. Julgo que pelo menos esse facto reconheces, porque é o próprio governo que fala em "enormes sacrifícios" e outra coisa não seria de esperar de "enormes aumentos de impostos", corte de salários, desemprego alto, etc. Já agora, numa nota à parte, se o PIB desce, é porque a economia não está a gerar exatamente a produzir mais e a gerar mais emprego. Portanto, assente esse facto básico de que as famílias têm menos dinheiro disponível para o consumo, resta saber que aumento de consumo é este e porquê. Passo-te a bola.

    caramelo

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    1. a mesma fonte: TSF e INE.
      devolvo-te a bola.

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    2. e não preciso que o governo reconheça enorme sacrifícios para o compreender, mas torna-se fastidoso combater esse teu processo de intenções, por isso fico-me pela devolução da bola.

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  2. Mas que processo de intenções? Apenas te estava a dizer que é consensual, desde o governo ao PCP, que as pessoas têm menos dinheiro na carteira para consumir. Não é isso que resulta de aumento e impostos e de corte e salários e pensões? Não é essa a própria definição de austeridade? Portanto, tem de se decompor e analisar essa estatística, que eu nunca neguei. As pessoas têm de fazer opções de consumo. O que aumentou foi o consumo de bens duradouros, depois de uma quebra prolongada. As famílias podem cortar na férias e nos livros e restaurantes, mas continuam a precisar de frigoríficos e de carros, quando estes se estragam ou chegam ao fim de vida, não para ir de férias, mas para se deslocar para o trabalho, e não é sustentável uma quebra continuada da aquisição desse tipo de bens, porque fazem parte das necessidades mais básicas. É natural que a seguir a uma quebra, haja reposição. Já deixou de se considerar necessidade básica o acesso à cultura, ao lazer, a quinze dias de férias na praia em casa alugada e até proporcionar aos filhos uma educação superior. Este é o processo de ajustamento mental em curso para a classe média.

    caramelo

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