quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Diário de um cínico

Os ataques da Rússia na Síria têm três objectivos principais: reforçar Assad, mostrar o músculo de Putin e provocar a NATO. O mínimo que se pode dizer é que têm tido sucesso. Porquê agora? Porque, com a crise dos refugiados, o combate ao Estado Islâmico tornou-se a preocupação número um da política externa da UE e da América. O que explica o súbito acordo nuclear com o Irão, por exemplo, ou a reacção contemporizadora de Obama à invasão do espaço aéreo da Turquia pelos Migs russos. Putin vai continuar esticar a corda enquanto o deixarem. Ou os europeus e os americanos arranjam uma estratégia clara para o Médio Oriente, vontade de a pôr em prática e um mínimo de coordenação, ou a Rússia torna-se o principal player da zona. Eu, se fosse ucraniano ou israelita, teria medo.

3 comentários:

  1. Há uma preocupação maior de Putin e é com o Emirato do Cáucaso ( que está em litígio com o ISIS) que ameaça a Inguchétia e esteve por detrás da insurgência techtchena ( no domínio da qual Putin chegou ao poder).

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  2. É verdade, mas são duas frentes que não se excluem.

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  3. Já chega da UE andar a fazer o que os anglosaxonicos querem. Na Ucrania e no medio oriente, quem tem pagos as favas somos nós.

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