terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Prémios Pickeight 2014

Honrando a tradição, anuncio-vos os Prémios Pickeight deste ano, patrocinados, mais uma vez, pelos proventos da venda de alfarroba que a fundação luso-bifa-algarvia com o mesmo nome destina estatutariamente a tal fim. Os prémios, como não podia deixar de ser, reflectem a total inutilidade da dita fundação e o reconhecido cinismo do seu único administrador, porta-voz e presidente do conselho científico, a saber este vosso criado. Quem não gostar, pode queixar-se ao Dr. Vicente até 2015.

Prémio Revelação Internacional: Barack Obama. Não tem brilhado na política externa (ele próprio confessou estar a leste da Síria), mas termina o ano com duas vitórias: o recomeço das relações diplomáticas com Cuba, passo importante na abertura do regime castrista, e a travagem da Rússia na Ucrânia, pelo menos para já. O Presidente americano, muito ajudadinho pela baixa do petróleo e pela desvalorização do rublo, mostrou no Mar Negro o músculo que lhe tem faltado no Médio Oriente. Mais vale tarde que nunca.

Prémio Revelação Nacional: Herberto Hélder. Meio século depois do primeiro livro, conseguiu apanhar todos de surpresa com A Morte Sem Mestre - uns porque se vendeu alegadamente ao capitalismo, outros porque as notícias da sua morte eram claramente exageradas.

Prémio Carreira Internacional: Tunísia. A única democracia saída da Primavera Árabe que, até ver, está no bom caminho.

Prémio Carreira Nacional: António Costa. Bastava um suspiro parta derrubar Seguro e ele suspirou, depois de anos a sonhar. Prático, no entanto, e mostrando um sentido de Estado à Pombal, enterrou os mortos e cuidou dos vivos na "operação Marquês". Infelizmente, o verdadeiro Marquês, o da estátua, quase ficou debaixo de água com as chuvadas de Outono. Mas não será esse pormenor a impedir alguém sem programa de chegar a São Bento. Nem que seja a remos.

Prémio Justiça Poética: José Sócrates. Ao contrário da totalidade dos portugueses, não sei se o animal feroz é culpado ou inocente. Sei, porém, que ser tratado na prisão de acordo com leis que ele próprio assinou, e os seus camaradas se apressaram a chamar  "fascistas" desconhecendo esse pequeno facto, prova que há no cosmos uma harmonia qualquer que nos escapa.

Prémio Câmara CorruptivaCâmara Corporativa. Foi um ano difícil para os abrantes, obrigados, por imperativo tribal, a defender Vara e Maria de Lurdes Rodrigues. Se o grande chefe for condenado, os próximos tempos serão ainda piores. Talvez tenham que mudar de nome.

Prémio Idiota Útil: Mário Soares. Há algum tempo que se esforça por nos fazer esquecer tudo o que lhe devemos, não sem benefíco de terceiros. Sócrates que o diga.

Prémio Idiotas Inúteis: administradores do GES. Pagos a peso de ouro, não viram nada, não sabiam nada e não perceberam nada do que eram pagos, a peso de ouro, para ver, saber e perceber. Pensando bem, talvez não sejam assim tão idiotas.

Prémio Barrete Encarnado: Ricardo Salgado. Pela frase revolucionária "O dono disto tudo é o povo português". Era bom, era.
 
Prémio Porqué No Te Callas?: Assunção Esteves. Por ter dirigido uma citação em que Simone de Beauvoir se referia aos nazis ("Não podemos permitir que os nossos carrascos nos criem maus hábitos") a manifestantes nas galerias do Parlamento. Melhor, mesmo, só a "salsicha educativa" de Passos Coelho.

Prémio The Finest Hour: ida de Eusébio para o Panteão. Nunca tantos se bateram por tão pouco.
 
Prémio I Saw God And She Was Black: Carlos Abreu Amorim. A conversão do antigo liberal ao estatismo/realismo/whatever tem sido classificada como um expediente oportunista. O caso, porém, é mais grave; é um sintoma especialmente burlesco do vazio de ideias e princípios do actual PSD, que se tornou uma máquina de assalto ao poder e pouco mais. A bancada parlamentar laranja reflecte esta luta pela vidinha. Só isso explica, por exemplo, que tenha aplaudido de pé as sonsices do Primeiro-Ministro aos deputados sobre o caso Tecnoforma. Sim, há por lá excepções. Sim, o PS é igual. Sim, isto vem de trás. E sim, o futuro assusta-me. O do partido e o do país.

Onde é que se assina

Isto? Subscrevo.

Mais "estigma, populismo justicialista e barbárie":

Sete anos de engonha, a criança tinha sete anos à data  do crime.

Monty Python: one down,

several to go.
Talvez o Costa-não-vou-a-Évora-que-está-muito-frio seja o próximo...

Ota, otários, e Jamés

Já vamos quase com dez  anos ( notícia de 2005, previsão para 2015) e o bonzinho do jamé continua sem acertar.
A diferença agora é que, neste momento, a capacidade da Portela está esgotada e só mediante pesados investimento é que irá conseguir dar resposta por mais 10 anos.

Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/economia/detalhe/concurso-da-ota-lancado-em-2006.htme  o bonzinho do  Jamé  não acertou.
Eu tenho que pensar num aeroporto para os próximos 50 anos, não é para os próximos dois”, conclui Mário Lino.

Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/economia/detalhe/concurso-da-ota-lancado-em-2006.html

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O frio devia estimular o cérebro, dizia o Hegel

O João Miranda às vezes escreve asneiras mirandesas, sobretudo se for para malhar no Sócrates: "Muita protecção para as vítimas, muita desprotecção para os companheiros e ex-companheiros das vítimas".
Sem dúvida, sobretudo quando são deixados em liberdade para matar, depois de terem tentado com abnegação e avisado por sms, email e de viva voz,  e  se matarem a seguir.

The Tavares Bridge

"Em nenhum outro país existe um espaço tão grande ente a esquerda do centro ( o PS) e a outra esquerda, por isso o Livre é essencial".
Diria mesmo mais. Existe  um espaço enorme entre a esquerda do centro e o PCTP-MRPP,  MAS,  Bloco, PCP, Verdes, o Junto Podemos,  a tendencia Daniel  Oliveira, a sub-tendência Louçã, a hipster-tendência Sampaio da Nóvoa, a retorno-tendencia Pacheco Pereira, a senior-tendência  Mário Soares, a uni-tendência Marinho Pinto etc.

Nova versão do "sobrestimamos a raiva social"

Bem, talvez não seja tão surpreendente. Depois de culpar os jornalistas, o Cavaco, o aquecimento global e vespa asiática, talvez pensar.
Durante estes anos, a oposição táctico-institucional - PS, Costa, PSD-CDS bons ( Pacheco Pereira, Bagão Félix, MFL etc) e  opinadores vários - prometeram sempre que havia alternativas óbvias e concretas. De há uns meses para cá constatou-se que afinal não há rigorosamente nada e até é de mau tom perguntar por "medidas concretas".
A inevitabilidade de que fala  a deputada só é contestada pela  receita da esquerda do século XIX, que, não se sabe bem porquê,  não excita o pessoal.

domingo, 28 de dezembro de 2014

sábado, 27 de dezembro de 2014

Mimesis


Sabemos, desde Platão, que os sistemas políticos fechados temem a literatura de ficção. Na República, o filósofo condena-a porque afasta os cidadãos da realidade, dando-lhes em troca a imitação da natureza, a mimesis. Os comunistas chamar-lhe-iam alienação e arte pela arte, os nazis e os fascistas arte degenerada, os fanáticos de todas as religiões idolatria, mas a ideia é a mesma. Não sabemos se Kim Jong-Un leu Platão, mas a tentativa de impedir o lançamento de um filme sobre uma entrevista imaginária ao líder norte-coreano parece a actualização literal do velho anátema platónico.
O filme, consta, até é fraquinho, uma comédia de usar e deitar fora, produto do capitalismo para consumo de massas. O que mostra - paradoxalmente - o lugar da arte em qualquer sociedade, aberta ou fechada. A arte habita um reino em que o poder não tem poder: só a imaginação. Paul Veyne ironizava que a célebre exigência de levar a imaginação ao poder, declinada pelo Maio de 68 e sucedâneos, é ingénua porque ela sempre lá esteve. Kim Jong-Un, que não é ingénuo, tem razões que Platão conhecia.
Devemos-lhe, no Natal de 2014, ter posto a arte no seu lugar.

Ainda a tempo

Gerrit van Honthorst, A Adoração dos Pastores, 1622.

Feliz Natal ao Dr. Vicente, proprietário do estaminé, e a todo respeitável público.

Cães e gente

No Depressão Colectiva.

Histórico,

Mas bizarro...

O ano promete

E muito.

Television rádio Caracas-Alvalade

 Comunicado de nuestro comandante-jefe, padre, líder e herdero de Símon Bolívar-Stromp,  Bruno de Carballo:

"Estói muy degostoso con la infame canpaña de desestabilizacion que  nuestros inimigos  ianquis  intentaran contra nosotros com la ayuda  de la prensa imperialista. Vengo afirmar com toda a aficíon que yo  y Marco Silva nos amamos profundamente y estamos  juntos en lo projecto revolucionário del grande boliviariano  Sporting Club de Venezuela. Nos entendemos através de sinales de humo.
Sobre Dias de la Cuña, solo digo esto: Come here, mister Danger, cobarde, asesino, eres un genocida, eres un alcohólico, eres un borracho, eres un inmoral, eres lo peor, mister Danger, eres un enfermizo, lo sé personalmente.
 El año que viene yo estoy seguro que ustedes me van a reelegir presidente por seis años más. Y en 2019 que yo decía que me iba a ir, no me voy tampoco. 2019-2024, 2024-2030, para allá vamos con el favor de Dios y la Virgen”.
Viva lo compatriota José Eduardo, un verdadero bolivariano que no tiene miedo de los  cabroñes".

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Kim il Carvalho

Continua no bom rumo. Não esmorecer, não esmorecer...

De mansinho

Apareceu mais um proto-partido/movimento de esquerda: "Juntos Podemos". Os jornalistas  limitam-se  a noticiar  a sucessão de plataformas, movimentos, fóruns e partidos de esquerda e fingem não querer saber da origem de tal espectacular diversidade. Na volta não sabem mesmo, a rezidentura pedagógica só lhes ensina a superioridade moral das utopias iniciadas com revoluções e este assunto é um nadinha burocrático.
Este artigo explica a cena geral. Ao caso português basta acrescentar a habitual dose combinada  de  ismo, iniciada em 1974: histerismo & oportunismo

Imaginem

Isto feito por um grupo de grevistas, de pretos no Colombo, de malucos dos trangénicos ou de okupas, com o mesmo resultado: impunidade e normalidade.
Era o apocalipse judicial e político, a desmoralização da sociedade, o fim da civilização.

Já faltava

O cliché. No jornal-taxi perto de si.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Kafka, o Mestre:

A Little Fable

"Alas"said the mouse, "the world is growing smaller every day. At the beginning it was so big that I was afraid, I kept running and running, and I was glad when at last I saw walls far away to the right and left, but these long walls have narrowed so quickly that I am in the last chamber already, and there in the corner stands the trap that I must run into." "You only need to change your direction," said the cat, and ate it up.

( tradução de Willa e Edwin Muir)

Quando a toca, toca a todos:

Se não fosse uma mulher da esquerda cultural,  arrumavam-na rapidinho  na gaveta dos fascistas securitários.

Cuidado com o estigma social

Não o estigmatizem.
Até porque  isto é tudo uma questão cultural.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Leiam o post do Miguel Noronha e reparem neste comentário ao dito:

"Cancelar a austeridade” siginifica exactamente isso mesmo, e nada mais para além disso, assumindo todas as consequências que isso implica (durante dois ou três anos, mais falências, fome, miséria, etc, whatever). É apenas isto que muita gente não entende…(especulo que por pouca capacidade de conceber o que é a noção de sofrimento) ".

É sempre bom haver alguém que fale claro. Ao fim do segundo ano: "estamos pior do que há dois anos", "arrastaram-nos para  a miséria",  "venderam o país", "as crianças não têm leite" etc.

Submarinos x Freeport


Admito todas as desonestidades, eu próprio sou um potencial corrupto ( mas ninguém, a não ser o Reich, quer corromper um zé-ninguém), menos a intelectual.
No caso dos submarinos, temos políticos na linha de fogo da  imprensa, o Estado delapidado, banqueiros  a falar alegremente de milhões de comissões subterrâneas,   documentos desaparecidos,  condenados na Alemanha ( de onde os barcos vieram).
O que não temos é textos -  nos blogues liberais e do Portugal  profundo -  sobre o assunto, com  a mesma verve ( piadolas, certezas etc) dos publicados sobre o Freeport. Está arquivadinho e adeus ó  Guida...

Picnicão da TAP

Os participantes, os petiscos.

Da obsessão

Rios e amores. No Depressão Colectiva.

Acordai, acordai...

Quais "comentadores"e "analistas",  Vasco? Acorda, homem.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Antena islâmica: o Estado Islâmico




 O primeiro teórico do  "Estado Islâmico" foi Abul Maududi, que inspirou  Shariati, o grande professor de Khamenei e de Mothari, o bulldog de Khomeni. Este foco da escola de Qom tem tanta importância como a universidade de Al-Zahar.
Maududi propunha o Estado Islâmico em 1926: um forma de governo, nem secular nem monárquica, e que prometia um retorno -  através da governação moral e da implementação da sharia - à comunidade primordial do Profeta e dos seu seguidores. Todos sabemos  que foi Qtub , que pregou a morte aos cristão e aos  judeus em convenções públicas realizadas nos EUA, quem deu seguimento ao projecto de Maududi. Mais tarde, Azzam e Ben laden, discípulos de Qutb seguiram a sua  propria via.
Azzam foi assassinado em Novembro de 1989, em Peshawar. Em 1979 tinha  emitido uma fatwa histórica. Apelava à jihad contra a URSS, o que permitiria aos mujahideen afegãos a criação de um Estado Islâmico. Todo o bertoldo  ignorante repete hoje que foram os EUA a desestabilizar a região, mas a verdade é que foi a invasão soviética do Afeganistão o motor do processo.  A jihad de Azzam  era uma  fard ayn, uma obrigação individual de todo o muçulmano em qualquer parte do mundo. A jihad tornava-se global, o proto-estado islâmico via  a luz do dia. A razão pela qual o Irão  luta hoje ao lado dos EUA  contra o ISIS prende-se com o desprezo dos descendentes de Azzam  e Maududi pelo clero tradicional xiita e pela sua, literalmente,  realpolitik na região.
Baghdadi, não por acaso dizendo-se descendente do profeta, ficará na História como apenas mais um  a tentar a utopia de Maududi.

Regalado

O único belo jogo desta época ( a fazer lembrar a primeira de Jesus)  e perdemos. Primeiro toque, tabelinhas, remates espectaculares, uma só defesa de Júlio César.
Tudo somado, uma bela semana.

Lá está

Quem não é radical ao 20, não é democrata  aos 40.

Canção do submarino

Se há suspeita,investiga.
Se investiga, demora.
Se demora, prescreve,
Se prescreve, arquiva.

Roma, 476


Afinal, é tudo muito claro. Basta acompanhar uns minutos a comissão de inquérito ao BES para se perceber a queda do império.
Sem excepção, os governadores de província que por lá passaram, cavalheiros distintos e das melhores famílias, com mundo, experiência, contactos, MBAs e a gravitas dos poderosos - não viram nada, não sabiam de nada, não desconfiavam de nada.
E é esta a nossa elite económica?
Meu Deus, isto está pior do que eu pensava...

"O problema do bloqueio a Cuba é o problema central, foram muitos anos de sofrimento para o povo cubano", Helena Pinto, Bloco de Esquerda, há bocado, na TSF

 

Radio Odna Baba Sakala ( 2)

- Que diferença há entre um filme mudo e  a democracia socialista?
- Num filme mudo podemos ver o filme, mas não ouvimos falar;  numa democracia socialista ouvimos falar de democracia, mas não a podemos ver.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Uma boa

Semana de idas ao Porto. Aquele com o stick é o Gaitán ou o Enzo?

Percebemos muito bem

O enfado com a comissão de inquérito ao BES. É que estava escrito na estrelas  que tudo tinha  de ser atribuído ao governo e a Carlos Costa. Não dá jeito nenhum que  a realidade estrague a ficção ( narrativa para os bertoldos).

Os políticos-comentadores: com Barthes e Kraus

  
Não é apenas Marcelo. De Sócrates a Pacheco Pereira ( nos últimos anos), passando por Marques Mendes, Alberto João Jardim ( há uns anos) Augusto Santos Silva , Paulo Portas ( no seu tempo) etc. São os comentadores que comentam a sua própria agenda política.
A política efeito de palco é ampliada na labuta do político-comentador. Cada  situação é gerida  com a objectividade do tarot. Ele  é, ao mesmo tempo, o Escolhido  e a Papisa: joga, interpreta e esconde. Como dizia Kraus, ele ganha à custas dos que não jogam. Isto porque, o espectador, maravilhado pelas vestes  do Escolhido para comentar, esquece que o que lhe mostram  - a análise da situação ou do caso do dia - é o que existe apenas naquele momento do comentário. Tudo o que lhe é ocultado é remetido para  categoria do irrelevante a que só os tolos dão importância. E o espectador não é tolo.
Estes trabalhos dependem da linguagem e de outras ferramentas. O político-comentador apresenta-se como organizador do mapa do inexplicável ( Barthes)  . Ele é o decifrador, reduzindo a política ao  ao caso policial, dedicando-se febrilmente a fazer cessar o terrível porquê das coisas . Se o  caso do dia é uma arte de massas ( Barthes), o caso do dia político  é para o político-comentador  uma oportunidade  de interpretar  a ambiguidade do racional/irracional e do inteligível/insondável. O caso do dia fornece-lhe a ferramenta  que o espectador espera ver ser utilizada para ir dormir, seguro de que percebeu tudo.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Também é bem feito

Há por aí uns dragõezinhos que hoje só jantam puré de ervilhas e vão para a cama sem escrever  piadolas sobre Sócrates.

Adenda: a  TVi e a SIC não abriram o telejornal com tão ilustre visita de apoio ao preso político. É que não se compreende.

É bem feito

José Magalhães, sempre grávido de gravitas, teve um desejo de gravidez: distrair a  atenção. Eticamente  grávido de gravitas.

Um maná para um psicólogo ( 17)

Espectacular: o fascismo bebe numa lei aprovada pelo PS com a abstenção do PCP e do BE e com o voto contra do PSD e CDS.
Não estranhem. O'Neill explicava:
(...) daí que não seja tão raro como isso ver um convencido da vida fazer plof e descer, liquidado, para as profundas. Se tiver raça, pôr-se-á, imediatamente, a «refaire surface".

Kipling,

Estóicos e insegurança: no Depressão Colectiva.

Alerta

Vermelho. Um megalopata czar ex-KGB, uma economia  a afundar, um exército poderoso, vizinhos ex-satélites....

Rádio Odna Baba Sakala (1)

Num campo de detenção da URSS, três presos aquecem-se à volta da escassa fogueira e trocam impressões:
- Eu, diz o primeiro, sou jornalista e estou aqui desde 1948 por ter escrito um artigo contra Sacha Alexandrov. Fui condenado a dez anos.
- Eu, diz o segundo, era secretário do Partido e apanhei dez anos de reeducação socialista por ter, em 1950, pronunciado um discurso em que elogiava Sacha Alexandrov.
- Eu, diz o terceiro, sou Sacha Alexandrov.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Descubra as diferenças

"Nunca me poderia cansar da discussão. Essa é uma das características que mais aprecio no BE. Recusamos o pensamento único, a diversidade é o nosso oxigénio. (...)
No final da convenção dirigi um apelo a todos para uma reflexão sobre os resultados, que permitisse uma direcção forte e apoiada por todos. O apelo foi ouvido, esta solução resulta do esforço por aproximar posições. Discutimos outras soluções, mas esta foi considerada a melhor. (...) Porque inclui elementos de todas as moções. É essa a sua riqueza a e a sua força. Não houve um só voto contra na mesa nacional. Era difícil imaginar uma solução que recolhesse mais apoios."

João Semedo, em entrevista ao Público de hoje.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Fabuloso

Leitor amigo fez-me chegar o vídeo: A TAP tem a importância que as caravelas tiveram  na era  dos Descobrimentos.
É esperar que o escritor de discursos de Costa não esmoreça: tem a importância  que teve o Solnado.

A inapelável derrota do tremendismo



Tudo correndo normalmente, em 2015  António Costa e o PS tomam conta do governo do país.
De um país em que não houve saque de supermercados, assassínio de ministros a caminho de suas casas, golpes de Estado, tumultos vários. De um país  em que se estrearam filmes, jogou-se à bola, os festivais de música bateram recordes, publicaram-se milhares  de livros ( menos do quem 2009, claro), fez-se ciência  e um ex-primeiro- ministro foi acusado de corrupção. 
Essa normalidade acompanhou outra. Um país sob resgate empobreceu e o funcionalismo público e os trabalhadores menos qualificados empobreceram ainda mais. Diria uma dupla normalidade: exceptuando o período entre Abril de 1974 e o primeiro resgate, em 1978, quando é que alguma vez foram os ricos  a pagar a crise? Ainda deve haver grafitis nos muros mais esquecidos.
É interessante  revisitar as previsões feitas no início deste período 2011-2014. Anunciaram a revolução, o golpe militar, a barbárie, o aparecimento de caudilhos, o renascer de chefes frento-populistas e, claro, o fascismo.  Nos últimos meses do ano, por causa do processo a um ex-governante, muitos previram o colapso do regime. 
Noutro registo, alguns,  percebendo que as previsões falhariam, passaram a classificar o povo como grunho, abúlico e  invertebrado,  a juventude como drogada, bêbada e egoísta e os empreendedores como patetas que vendem compotas na internet. Mais: denunciaram os tempos como de desmoralização, opróbrio, selvajaria, desesperança. São, nos dizeres do Padre Manuel da Costa, dos que furtaõ com unhas amorosas.  O pesar do povo pesa-lhes pouco, porque é ao sabor das unhas amorosas que nos vão enganando.
Em 2010 , num fantástico consenso entre a esquerda pura e outras unhas  amorosas do centro e da direita civilizada, Sócrates era quase fascista e havia asfixia democrática.  Derrubado o belzebu, num ápice passou a ser Passos o mafarrico e a democracia voltou a ficar em perigo. Tudo  por amor ao povo? Bem lembrava o padre Manuel da Costa:  donde se infere que quando ha uniaõ de amor entre tais sugeitos, naõ he porque a natureza os incline a isso, he a conveniencia do interesse; e como este vay diante sempre, sempre vay fazendo seu officio, aproveitando-se do amor para sua conveniencias.
Tempos duros foram e serão? Sem dúvida. Mais duros ainda porque não podemos contar com os defensores da cidade.


sábado, 13 de dezembro de 2014

Prémio Pessoa 2014

A notícia de que o Prémio Pessoa de 2014 foi atribuído ao Henrique Leitão deu-me uma enorme alegria, e por várias razões. Primeiro, porque sou amigo do Henrique há muitos anos - quase trinta, pelas minhas contas. Devo-lhe muito e devo-lhe muito que não cabe num post. Do que cabe, posso dizer que ele foi uma das pessoas em que pensámos imediatamente para escrever no Cachimbo de Magritte, quando os fundadores (Paulo Marcelo, Manuel Pinheiro, Miguel Morgado e este vosso criado) quiseram fazer um blog um pouco diferente do habitual. Para nosso espanto, ele aceitou. Depois seguiu outros caminhos porque o tempo, mesmo para um físico teórico, não dá para tudo. Olhando para o seu trabalho, não se pode dizer que tenha feito mal. Entre outras coisas, dedicou-se à tradução e edição das obras de Pedro Nunes (uma monumental obra de misericórdia nunca antes intentada, por incrível que pareça) e à tradução do Sidereus Nuntius do Galileu. Ao mesmo tempo, estudou profundamente o ensino da ciência em Portugal nos séculos XVI e XVII e a sua relação com a náutica dos Descobrimentos, destruindo pelo meio alguns mitos, como a famigerada hostilidade dos Jesuítas à experimentação e à ciência moderna. O Henrique provou em livro e em várias exposições que o colégio de Santo Antão de Lisboa não só era um dos meios de difusão das ideias e técnicas mais avançadas da época, graças aos italianos que por aqui passavam a caminho das missões no Oriente (aqui se divulgou, por exemplo, o telescópio em terras lusitanas), como era na prática uma verdadeira escola científica dos navegadores portugueses. Por último, ou talvez não, este prémio vem dar visibilidade a uma relevantíssima área da investigação da qual o Henrique é pioneiro entre nós, com um grupo de colegas e alunos da Faculdade de Ciências, e que tem conhecido notáveis avanços nos últimos anos: a história da ciência. Poucas vezes me senti tão feliz ao dizer a um amigo: parabéns, Henrique. Porque os mereces.

Até os comemos


Domingo vou jantar uma francesinha feita em casa ( guardei  um resto de um caldo  de legumes para fazer o molho) . Neste dias, o Jesus é o meu treinador ( Maomé me perdoe) e o Jardel o melhor central desde o Ricardo Gomes.
Ganhamos 3-1.

O marido da Virginia Woolf

"Though Leonard could not share Lytton's sexual tastes (when I interviewed him for my biography of GE Moore, Woolf told me that he was the only person in their set who had 'never experienced any sort of homosexual desire".

(mais aqui, uma mini--mini biografia fabulosa)

Ainda ninguém me explicou

Quinze anos de verdadeiro socialismo, nacionalização de uma riqueza fabulosa ( petróleo) e, afinal,...isto.
Foi o bloqueio americano, a queda do terror soviético, a troika? Expliquem-me, raios!
Como? Ah...sim, é propaganda da CIA e dos imperialistas. Obrigado.
 

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Tempos de verbos

«Na formação já era uma referência".
Pois era.

Uma bofetada nos tremendistas das conspirações

Daquelas bem pregadas: http://expresso.sapo.pt/sondagem-ps-sobe-apesar-de-socrates=f902376:

A Derrida

A diesel.
O ponto 2 ouvi-o em directo no Barca do Inferno da TVi.  Dormi que nem um bebé.

O lobo mau

No Depressão Colectiva.

A guerra às drogas continua muito bem, o inimigo está a jogar às cartas e já vem

"For the third consecutive year, Afghanistan, which has the world's largest opium poppy cultivation, saw an  increase in the area under cultivation (from 154,000 hectares in 2012 to 209,000 hectares in 2013). In addition, Myanmar witnessed expansion in the area of opium poppy cultivation, although less pronounced. In 2013, the estimated global production of heroin rebounded to the levels seen in 2008 and 2011.
The global area of illicit opium cultivation in 2013 stood at 296,720 hectares - the largest area since 1998, when estimates became available". 


(Relatório do UNODC 2014 )

A Birmânia regressa, cumprindo  a velha regra da rotatividade ( há algures por aqui uma nota sobre isso) ), mas é  coisa para discutir mais tarde

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Levando sempre mais longe e com orgulho

O ecletismo sportinguista e a obsessão com o Benfica:
"Após o golo do Sporting, o uso de pirotecnia levou a que três adeptos do Sporting fossem retirados das bancadas e identificados pelas autoridades. Quando o Chelsea marcou o 3-1, os cânticos de apoio à equipa foram substituídos por frases ofensivas para o Benfica e para o Chelsea e também por insultos dirigidos a José Mourinho".

Irra que não há pachorra

Durante anos refilaram contra  opacidade dos negócios, o respeitinho aos banqueiros, a sociedade fechada.
Agora desenterram  o Debord  e a sociedade do espectáculo - como se fosse uma novidade  - porque  o povo tem acesso às  zangas entre  as comadres.
O velho mundo esfarela-se-lhes por entre os dedos.

Um maná para um psicólogo (15)


É bem possível. Um polícia nunca rouba, uma freira nunca truca, um desportista nunca se dopa, o Cavaco nunca se engana e raramente tem dúvidas etc.

A seu tempo...

... e caso, obviamente, a minha digníssima levante a ideal cabeça do meu moldável peito, prometo responder à desordem do Dr. Vicente. Até lá, fiquem com o BES.

A velha desordem amorosa: retomando a filosofia conjugal do Prof. Pedro Picoito



A mulher ideal:

A  mulher ideal tem de ser fabulosa na cama, mas nunca dar a entender que quer mais do que podemos dar. Também tem de exibir, recorrendo ao tarot, que que com qualquer outro homem só faria forçada e com a alegria de um papagaio morto. Isto tem a vantagem de fazer com que  mantenha a cabeça enroscada no corpo, porque alguns homens tendem a ter ideias. 

Tem de manter a linha dos trinta, mas não deve ir a ginásios, consabidas luras de procelárias que lhe passam uma mão sob o pequeno redondo enquanto a outra verifica a tensão dos glúteos. Deve sair para ir trabalhar,  ou para beber um café com as amigas,  com a vestimenta que usa para tratar as plantas. Por outro lado, deve arrear-se de forma espectacular sempre que está connosco. Isto também tende  a fazer com que conserve a cabeça junto ao corpo, pelo motivo acima exposto.

Deve saber cozinhar. Não que precisemos - ela nunca sabe fazer o que gostamos -  mas porque assim garantimos a dimensão cultural do género. Deve saber coisas interessantes. Sobre moléculas ou telomeros, nunca sobre Sade ou Kraus. Deve extasiar-se com os nossos conhecimentos tendo o cuidado  de nunca perceber à  primeira, agradecendo depois a nossa enfadada  paciência.

O homem ideal:

Qualquer um que elas saibam  poder moldar.



quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Ora, ora...

Paulo Ralha avisa que  a detenção de Sócrates  pode ter sido ilegal.
Fui ver quem era Paulo  Ralha: é um homem de convicções, muitas convicções.
Tem é uns problemitas em casa.

Um bom dia

Para avaliar  as comissões para a igualdade, os ministérios da igualdade, as Marias de Belém, as Elzas Pais etc.

Marijuana legalizada, um ano depois, Colorado, EUA:

"The truth is, we don’t know all the answers,” Singer says. “We don’t know whether it’s going to make things better, worse, indifferent, or just change things. It frustrates me when either side tries to use information to justify their opinion without looking at the whole picture".

A História das drogas só é  história da Proibição a partir das conferências de Xangai, da Haia e da experiência filipina, pela mão do bispo Brent e do governador Taft, tudo no segundo decénio do século passado. Até essa altura era uma longa história de uso e abuso, do qual outros episódios que não apenas os indo-europeus ( os andinos  que mascavam uma folha  de coca é outra louça) começam agora a  ser conhecidos.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Soares

A propósito: Rui Ramos perguntava recentemente, no Observador, se o Soares que dá ordens a um juiz por causa de uma prissão pereventiva e dispara que "toda a gente em Portugal acredita na inocência de Sócrates" será o mesmo que combateu Salazar e o PREC. E respondia que sim.
Eu também. Soares ficará na história com o cognome (merecido, acrescente-se) de pai da democracia portuguesa. Não será o único, mas é sem dúvida o menos incógnito. Só que essa paternidade deu-lhe também a não menos histórica e não menos incógnita certeza de ser dono da democracia portuguesa. Uma certeza, de resto, partilhada por toda a esquerda. A razão é simples e foi há muito explicada por Fraçois Furet: a esquerda fundamenta a sua legitimidade política na luta contra o fascismo, uma legitimidade que a direita não teria. Logo, a esquerda pensa que tem um direito natural ao poder em democracia e que o seu exercício pela direita é uma usurpação temporária, nunca atribuível ao voto do povo, mas a malévolas conspiratas do capital, da CIA e de Bruxelas.
Soares sempre pensou assim. Basta recordar o que disse de Cavaco, quando o criptofascista de Boliqueime tinha maiorias absolutas ou era candidato a Belém. Ou o que disse do actual Governo na Aula Magna. A fé cega em Sócrates deve-se a esta visão maniqueísta da história. Sócrates deu aos socialistas o poder que lhes pertence por direito e "os malandros" castigaram-no com a prisão e a infâmia. Tal como os comunistas perdoam tudo a Estaline e acusam qualquer crítica ao "pai dos povos" de revisionismo burguês.
É pena. Não pela democracia, que aguenta bem estes e os outros pais (Otelo, por exemplo, foi condenado por terrorismo e - não por acaso - amnistiado por Soares, sem que Portugal se tornasse Cuba por isso). É pena pelo próprio Soares, que não merecia o que Soares se tem feito.

Uma questão de fé

O que mais me intriga no caso Sócrates é a certeza com que alguns romeiros de Évora nos garantem, à saída da visita, que o homem é inocente. Vão lá, olham-no nos olhos (quase em lágrimas, parece) e anunciam urbi et orbi que ele nunca fez ou faria aquilo de que o acusam. E chamam a isto presunção de inocência. Eu pensava, pobre incréu, que a presunção de inocência consistia em defender que um suspeito é inocente até prova em contrário. Mas isto é outra coisa: é a certeza da inocência, a crença dogmática de que, contra todos os indícios que sustentam uma prisão preventiva, Sócrates está inocente. Como é que sabem? Porque Sócrates está acima de suspeita? Porque é um amigo, como tantos gostam de lembrar? Porque é socialista e os socialistas são incorruptíveis? Mistérios da fé.
Se Sócrates for condenado (se...), já imagino o ruidoso silêncio que se seguirá. Na melhor das hipóteses. Na pior, esperam-nos proclamas inflamadas sobre a instrumentalização da justiça e o regresso do fascismo. Em qualquer dos casos, não vai ser bonito. O PS, partido de poder, tem responsabilidades acrescidas no debate público. Que se porte como o Bloco de Esquerda ou Marinho Pinto não se recomenda. E pensar que alguns dos romeiros de Évora regressarão em breve à governação provoca-me um calafrio. Portugal está cada vez mais parecido com a Itália de Berlusconi.

Cartas

Na altura  do BPN ,e sobre o papel de Vítor Constâncio,  o PS, sobretudo os orfãos de Sócrates, ironizavam: Então o bandido comete o crime e o polícia é que é acusado?* Agora mudaram de opinião: o polícia é o alvo. O objectivo é conspícuo: atacar o governo via regulador. Patriotismos...
Nada disto é mais incomodativo do que  a habitual regateirice engravatada de tipos com muita prática de corredores e lanchinhos conspirativos e tamborilar de dedos nodosos na madeira da bancada paralementar. Só aborrece o tom pomposo e moraleiro dos ganhões.

* googlem e encontram

Uma pessoa do Millenium BCP explicou-me porquê

"Porque não recorreu aos fundos da troika?" Bem , é "por que", mas deixando de lado a ortografia do jornal:

Porque, nesse caso, todas as contas, todos as operações e  todos os créditos  teriam sido vasculhados exaustivamente, como aconteceu no Millenium BCP.
A culpa foi da crise internacional, está Salgado, pomposo,  a orar no parlamento enquanto elogia os revolucionários de Abril, provavelmente  secundado pela esquerda  verdadeira.
Por mim passo, tenho de almoçar  e reter o alimento.

E é assim:

Anos de socialismo, nacionalização de uma riqueza fabulosa ( petróleo) e, afinal...isto.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Parabéns, dr. Soares

Os velhos políticos que se recusam  a morrer salvam  a cidade. Mil vezes os exageros a passar os dias com os netinhos e a ver novelas:
"O Putin, ex-KGB, é um filho da mãe, muito diferente de Gorbatchov".

Pois

"É prioritário o corredor Lisboa-Poceirão-Évora-Elvas-Badajoz-Madrid e até já tivemos financiamento comunitário, que perdemos quando o Governo desistiu da obra, que não foi desenvolvida por causa dos interesses na construção do novo aeroporto de Lisboa”

Novo aeroporto de Lisboa. Jamé.

Trincheiras

A regra moral da trincheira é um gás mostarda, que em vez de lançado de fora  é destapado de dentro. De certa forma é justo. Quem cava fundo, enterra-se.
 

Ciganos e vitórias, o original

"Several officials and players told your correspondent that the Roma footballers are no more violent than their non-Roma counterparts. What the boycotters really mind, they said, are the subsidies. Eager to steer Roma youth away from the streets and illicit drugs, the town of Děčín gave the new club 10,000 Czech crowns so it could enter the league. The town also let the team play on its artificial pitch for free. “It costs me money to be able to kick the ball,” said Milan Grund, a 46-year-old player for TJ Valkerice, the latest team to forfeit a match. “We have to pay for everything ourselves. Not them. Everything is handed to them on a silver platter.”

O Público faz um resumo-plágio descarado ( só cita o The Econmist a propósito de uma entrevista) ,  mas aqui têm o total.

sábado, 6 de dezembro de 2014

Vítima, bode expiatório, julgamento mediático etc:

"No final, fazendo as contas a despesas que tiveram, Duarte Lima lucrou 3,5 milhões de euros com o negócio e Vítor Raposo cerca de 1,6 milhões. O Tribunal refere que, nesse ano de 2007, este declarou no IRS um rendimento bruto de 34 mil euros e Lima 51 mil euros.Ambos beneficiaram da conivência de dois advogados, João Almeida Paiva e o irmão, Pedro, que representaram os vendedores dos terrenos. Por isso, além das penas de prisão, Lima, Raposo e estes dois advogados foram condenados a pagar 18 milhões de euros a título de danos patrimoniais à Parvalorem, empresa do Estado que entretanto assumiu os activos tóxicos do antigo BPN e, neste caso, os créditos do fundo Homeland".

Ninguém defende  este homem? Porquê?

Menu dégustation

Isto vai bem com isto.
Não há nenhuma  esquerda-caviar, só caviar.

Conto as horas

Para ter de volta um Benfica benfiquista, decente e sem medo .



Um maná para um psicólogo ( 14)

Alegria: pensava que os Sopranos, depois da morte do Gandolfini, tinham acabado.
Por outro lado, acreditar sempre na  reinserção social:  João Perna é um velho conhecido da polícia.

Depois dos alemães

Dentro da antiga  Europa  ocidental ( da Transilvânia nem se fala), os franceses deveriam ser os últimos a brincar com triângulos amarelos afixados nos dispensables.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Por procuração

Os anos passam e estes  dois continuam escarapilhados na raiva e no acinte.
Fernanda Câncio  faz-se de pura porque é pura: no seu blogue não calunia, apenas linka caluniadores. Pacheco Pereira  também não calunia, apenas fala de vendidos ou ígnaros em geral ( na última  Quadratura não repetiu a acusação de  hipocrisia da maioria parlamentar no silêncio sobre a prisão de Sócrates e foi pena porque  Telmo Correia estava mesmo ali ao lado).
Continuo a gostar de ler ambos.

Antena islâmica

Um deste dias, recordar, aqui,  o papel da revolução iraniana ( sobretudo a dita segunda) e do duplo desastre comunista ( o do  PDPA e o da invasão soviética)  no Afeganistão nos mundo islâmicos insurgentes de hoje. Entretanto:

1) Facebook e online  jihad feminina  em Espanha ( é gratuito).
2) Russos bloqueiam vídeo vimeo do IS.

Irra, que estão a destruir o país

Aos pedaços.
Mais 1,1% face ao período homólogo do ano passado? É óbvio que  é sazonal: este ano o Verão foi muito mais quentinho e a água esteve óptima e tal.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Agora muito bem

O Vasco:

"Pelo que tenho lido, imaginem, parece que se conseguiu deter um ex-PM sem ser perante as câmaras televisivas, nem sequer um passageiro do avião logrou tirar uma foto rápida com o telemóvel. Ao que parece, conseguiu fazer-se essa detenção só com o conhecimento prévio do próprio, do seu filho e do seu advogado (que soube de véspera e de imediato se foi reunir com ele em Paris). Paris onde estava desde quarta-feira depois de ter almoçado na terça-feira com um antigo PGR, a quem queria oferecer um livro e contar viagens, pelos vistos no mesmo dia em que Carlos Alexandre tinha determinado a sua detenção. E não sem antes mandar limpar os computadores de casa (tudo via Correio da Manhã, 4.12.14). Coincidências. É sempre a chatice das coincidências. Mas isso já não choca Rui Rio. Nem a maioria das pessoas".

Só erra ( desactualizado) na fonte sobre a limpeza dos computadores: está no acordão do Supremo.

Outra vez em choque

Este ( hoje na TSF como simple especialista em comunicação, ri-me tanto que ia dando à luz)  e a câmara corporativa não digeriram ainda a bandalheira promovida pelo Supremo.

Têm

Lepra?

Por defeito

Diz o Vasco:

E então eu pergunto: já foram à Caixa Geral de Depósitos pedir dinheiro emprestado nestas condições? Estilo “eu não trabalho nem conto trabalhar tão cedo mas queria aí uns 120.000 eypos para ir jiboiar para Paris com o meu filho e estudarmos umas cenas porreiras, pá, estilo como não pagar a dívida, emprestam-me a massa? Ah…, e acabei de comprar um Mercedes de 95.000 euros em leasing mesmo não auferindo qualquer rendimento para o pagar.”

Tem é de haver mais, muito mais, porque, então, só eu, simples anónimo, conheço umas dez pessoas que a esta hora estariam presas preventivamente...

O que há de novo, a sério?

1) "Unfortunately, Ms. Lauten not only made the error of openly criticizing presidential progeny, something the media would surely never do, except when Republican presidents’ daughters flash their panties on the sidewalk after falling out of a bar they weren’t supposed to be in".

Miúdos só não são off-limits se forem os da Sarah Palin, seus burróides.

2)  O PCP e o dr Portas explicarão  no Avante!   ( sim, por economia de espaço e tempo).

3) Liberdade anti-imperialista é isto.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Tempus fugit

O sistema judicial  está todo contra mim, está no poder  há muito tempo, só os cobardes o alimentam.
Há uns anos não era assim, até almoçava com o sistema.

O novo santo

Aconteceu a Manuela Ferreira Leite, que passou de "a  Manela", a velha, a provinciana, a ignorante e  a fascista que queria suspender a democracia,  a grande dama da democracia e czarina da economia. Agora, também "o Álvaro", o emigrante , o desmiolado, o trafulha, é para a esquerda, até para o Eduardo,   o novo santo,

O que lhe vale

É não cair sob a alçada do Supremo Tribunal Admnistrativo, que só quer barbies de vinte.

"Uma pessoa vai de Faro a Bragança e não vê nada", bem diz Soares

Só carros:  estão  a destruir o país.

As crianças, esssa chatas.

De novo em Inglaterra, desta vez sem paquistaneses pelo meio, onde existe a tal base pública de dados sobre pedófilos condenados.
As crianças não votam, portanto,  não fazem cair ou nascer governos. Também  não vão aos salamaleques dos lançamentos de livros, não escrevem prefácios para os amigos, não têm passado antifascista nem nenhum outro. etc.
 É por isso que temos de lerpar  com o discurso sobranceiro da caça às bruxas, da "moda da pedofilia", do populismo e  dos tablóides, quando se fala de  as proteger. Mesmo as internadas com cancro.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Culpa e redenção

Com a ajuda de Mr. Foyle. No Depressão Colectiva.

"São justas todas as palavras da minha boca; não há nelas nenhuma coisa torta, nem perversa".

E eu a rezar para que fosse sobre a Igreja a expulsar do templo  os Josés que degolam as Marias nacionais.
Fica para próxima, assim Deus queira.

Um maná para um psicólogo ( 12)

Ainda não houve uma alma que tenha respondido: Sim, sou amigo do engº Sócrates. Tanto me faz que esteja inocente como não,  vou continuar a visitá-lo.
É o mundo do Winnie-the -Pooh.

Clichés preguiçosos/ René Char

Isto é o exemplo acabado da poesia repleta de clichés e  preguiçosa: aves, água, peito, mãos, desejo, árvores. É Fernando Guimarães, podia ser Ana Luísa Amaral ou outro qualquer. É uma poesia saída das máquinas de escrever poemas, cuja invenção  o Carlos  Oliveira  previu. Guimarães:

 Em ti o poema, o amplo tecido da água ou a forma
do segredo. Outrora conheceste a margem abandonada
do desejo, a sua extensão e principias a entregar
os vasos alongados para receberes as mãos das chuvas.

Apagaram-se junto dos teus olhos as praias, as árvores
que se ergueram um dia sobre as estradas romanas,
o vestígio dos últimos peregrinos, aves nuas
que já desceram, cansadas, pelo interior do teu peito.


Coisas a sério. René Char, doberman dos boueurs de poesia pourrie de épileurs de chenilles, dava um bom conselho: il serait sain d'incinérer sans retard ces artistes.
Então um bocadinho de Char ( Poemas militantes, 1932) para acabar:

Le pas s'est éloigné le marcheur s'est tu
Sur le cadran de l'Imitation
Le Balancier lance sa charge de granite réflexe.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Os tios não aprendem



"É um intrigante fenómeno, que precisa de estudo e reflexão.  
Certo de que a juventude portuguesa tem futuro, mas que esse futuro segue por caminhos pouco estudados, João Lobo Antunes, comissário das conferências Roteiros do Futuro, propõe-se encaixar as peças do puzzle e «ter uma visão que articule este intrigante fenómeno de ser jovem».   

Lobo Antunes e Cavaco juntos perfazem mais de cento cinquenta anos. Não é suficiente para terem juízo. O intrigante fenómeno que os devia ocupar é a  hiperplasia benigna da próstata.

Tiro de Beretta .687 Silver Pigeon V

At close range.

Diário de um cínico

No Egipto, Mubarak foi ilibado pelo tribunal das acusações que pendiam sobre ele desde o triunfo da revolução. Talvez não haja melhor símbolo do fim da Primavera Árabe, pelo menos no Cairo. É como se a África do Sul, depois de acabar com o apartheid, voltasse a prender Mandela. Os profetas da via islâmica para o liberalismo mostraram o mais completo desconhecimento das sociedades árabes. E a indiferença com que esta notícia foi recebida confirma a minha velha suspeita: para os profetas, as revoluções são muito giras durante três meses, mas depois tornam-se um bocadinho cansativas.

Os outros meninos também comeram as bolachas

De cada vez vez que um tipo se inclina para  a coisa ser apenas um crime fiscal, os prosélitos  angustiam-nos.

Completamente

De acordo.

Óbvio

Antes do resgate decidido  pela conspiração do capitalismo internacional éramos ricos e desenvolvidos e os senhores Belmiro e Amorim davam respostas a esse estatuto.


Muito bem

Confesso não saber  o que Assis fez até hoje de estimulante,  para além de ter levado com um saco de lixo na cabeça em Felgueiras , mas agora é  deixar o cargo de deputado europeu, com toda lealdade.
Ainda por cima está a  opor-se a um futuro governo PS-Livre-Bloco-PCP. Há muito  que anseio por um governo desses: vacina  e antibiótico num só.

Não é?

Espectacular a  quantidade de artigos e intervenções públicas que a Igreja tem oferecido ao país acerca da violência sobre as mulheres. É que não se cala, usando toda a sua influência de forma massiva.
O mesmo se pode dizer sobre os pensadores e comunicadores católicos. Bem-hajam.

Supercalimero ordem do dia

Imaginem que era o Benfica, e não o Sporting do Grande  Líder,  a jogar com o Boavista  no próximo fim de semana: a Liga do benfas, tudo naipado, uma vergonha,  renhónhónhó...