segunda-feira, 31 de agosto de 2015
domingo, 30 de agosto de 2015
sábado, 29 de agosto de 2015
Distorção, mentira e duplo padrão
Os meninos esquerdinha-cultural queriam proibir as exposições portuenses sobre a conquista de Ceuta "porque não se celebra feitos imperialistas e e actos de guerra". A tendência de negar ou perdoar a violência não-ocidental é antiga ( começou com Margaret Mead e acentuou-se a partir dos anos 60), a canalhice também.
Repare-se como é descrita a ascenção dos astecas e a sua relação como os povos que os "antecederam" neste sítio: respeito, tradição e florzinhas. Infelizmente não é assim. Entre 1300 e 1426 aproveitaram as lutas entre toltecas, zapotecas e mistecas. O império foi batido em sangue e cadáveres. Sendo essencialmente uma sociedade guerreira, fanática e imperial, destinavam aos povos subjugados, como sabemos, um tratamento muito interessante( que há muito me interessa e por causa do uso de mui amáveis substâncias psicoactivas no ritual) .
Os meninos e meninas do Porto, se mandassem no Guggenheim, acabavam com todas as exposições sobre os astecas.
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
quarta-feira, 26 de agosto de 2015
Propaganda imperialista da CIA contra a Venezuela
E dirigida contra a revolução chavista. E se há fome é culpa do bloqueio dos EUA. E porque não há recursos naturais, é uma terra pobre.
Cabrões imperialistas a foder a revolução e o comunismo. Há prisioneiros políticos? Mentira, isso era com o Pinochet, o Stroessner, o Videla. . Há é agentes infiltrados da CIA. Como no século passado houve na RDA, Roménia, URSS etc. Espero que vocês camaradas europeus ignorem os inimigos da Venezuela como ignoraram a propaganda contra o terror comunista do Leste da vossa Europa.
terça-feira, 25 de agosto de 2015
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
Preguiça intelectual, complexo de porteira
Como de costume, os bem-pensantes batem na Europa e albardam o terrível fardo do homem branco-europeu. Nada a opor. O que revela preguiça e desejo de dar novidades como uma porteira das antigas é o desenhar de tudo isto como só explicável pelos defeitos actuais das nossas falências:
Nem por um instante dizem que esta migração salva pessoas e é feita em condições muito mais seguras e civilizadas do que a do tempo em que havia políticos a sério e "diálogo estabilizador entre as duas margens".
Basta recordar a batalha de Marika e do Kosovo ( a conquista da Servia pela Turquia) e o fluxo migratório de desesperados para o sul da Hungria, onde passaram a sepultar os seus déspotas ( em Kupinovo). Por outro lado, qualquer resumo escolar elucida. E sem recuar muito.
Da série "O som e a fúria"
"Some commanders of ships take their departure from the home coast sadly, in a spirit of grief and discontent. They have a wife, children perhaps, some affection at any rate, or perhaps only some pet vice, that must be left behind for a year or more. I remember only one man who walked his deck with a springy step, and gave the first course of the passage in an elated voice. But he, as I learned afterwards, was leaving nothing behind, except a welter of debts and threats of legal proceedings."
Joseph Conrad, The Mirror of the Sea, 1906.
O baile de máscaras
Mas porque é que o PS, depois de quatro anos de austeridade, não descola nas sondagens? Esta era pergunta que Teresa de Sousa fazia ontem no Público - ela e, suponho, todos os socialistas. Descontadas algumas tiradas demagógicas, por exemplo sobre o aborto, concordo que é uma boa pergunta. Excelente, mesmo. Teresa de Sousa não atribuía o insucesso socialista à prisão de Sócrates, nem às trapalhadas dos cartazes, nem às lições da Grécia, mas ao êxito da coligação em convencer a opinião pública de que o pior já passou.
Talvez tenha razão. O que me surpreende é que os comentadores socialistas falem do animado baile de máscaras das presidenciais sem ter em conta o facto (algo deprimente, é verdade, sobretudo para a esquerda) de que antes há legislativas. Parece certo que ninguém terá maioria absoluta, muito menos o PS. O que obrigará Costa, se vencer, a governar ao centro e, portanto, a desejar um PR que lhe dê algum sossego. Maria de Belém, surgida do velho receio socialista do frentismo representado por Nóvoa, faz o papel. Algo me diz, porém, que Costa está a rezar por uma boa candidatura de direita (Rui Rio?). E que não se vai empenhar muito nas presidenciais...
domingo, 23 de agosto de 2015
sábado, 22 de agosto de 2015
Costa e Nóvoa: As piores alternativas de sempre
Devia ser motivo de preocupação, sim. E de muita.
O PS de Costa, o que aparece em campanha, é filho de um erro trágico: defenestraram um líder para fazer pior do que ele. Os orfãos de Sócrates oscilam entre a agenda LGBT e o coito tradicional, mas interrompido: Galamba e Pedro Nuno Santos deviam estar no Livre. Depois ainda por lá navegam irrelevâncias estelíferas como o César dos Açores. As partes novas do navio são más, as boas ( Jorge Coelho por ex) são velhas.
Por isto se sucedem as gaffes, as anedotas, as trapalhadas.
Por isto se sucedem as gaffes, as anedotas, as trapalhadas.
Sampaio da Nóvoa como candidato presidencial do PS nem chega a ser um erro trágico. É o Nada. Senhor certamente estimável, repete a lalangue derrida-deleuziana de qualquer aluno de ciências sociais dos últimos 40 anos. Não tratou os dentes ( Séguela não esqueceu esse detalhe com Miterrand, limou-lhe os caninos) e tem a simpática presença de um Borunário-Mor da Confraria da Broa de Avintes. Se fosse uma parte do navio de Teseu podia ser qualquer uma. Ou nenhuma.
Por isto não entusiasma ninguém a não ser os concorrentes.
Por isto não entusiasma ninguém a não ser os concorrentes.
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
Ler: Ceuta
A entrevista do meu primo João Gouveia Monteiro, craque destas coisas das guerras medievais, ao "i" de hoje.
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
Em modo depeche
Eu, que desde a segunda época sempre lhe malhei ( noutros blogues e depois aqui ), vejo com gozo supremo a horda dos seus ex-admiradores acusá-lo de torpezas terríveis: trinca-pintos, Príncipe-do-ar, chavelhudo etc. O inverso também é verdade: os pavonetes de Alvalade, que humilharam anos fio o chiclas iletrado que só ganhava com colinho, agora esmeram-se a ver qual lhe dá a melhor beijoca no sim-senhor.
Pois o estilo desbragado e arrogante de JJ sempre me divertiu; e ainda mais a ausência da falsa modéstia tão própria desta nossa terra de empáfia a prestações. As minhas contas com ele foram outras e não as repisarei.
No passado domingo vi o Chéu abraçar o Nélson Semedo no final do jogo. Quase que pré-chorei, tive de me retirar da sala . O meu Benfica está de volta e tenho de agradecer a ...Jesus.
terça-feira, 18 de agosto de 2015
Uma Roseira em Belém
Não resisti ao trocadilho, mas protesto a minha inocência. Se alguém tem nome de candidato socialista à Presidência, é mesmo Maria de Belém. Em termos onomásticos, Sampaio da Nóvoa está votado à derrota. Quando a pobre Julieta pergunta "o que há num nome? isso a que chamamos rosa/ se tivesse outro nome, não teria o mesmo doce aroma?", a resposta de Shakespeare só podia ser uma (e foi): não.
Ainda por cima, a senhora "colecciona apoios" na área socialista, como dizem os jornais. Sampaio da Nóvoa tem Jorge Sampaio e Mário Soares consigo, mas não tem o PS. E pelas declarações dos últimos tempos, de Assis a Alegre, nada indica que o venha a ter no futuro próximo. O que vota o estimável ex-reitor da Clássica à derrota, não sei se já tinha dito.
Sobra uma pergunta: quem o convenceu a avançar para a aventura sem um claro OK do maior partido da esquerda, e porquê? Na verdade, são duas perguntas, mas a resposta é tão simples como a da rosa da Julieta: Soares, para provar que ainda manda no PS e no país. A mesmíssima razão pela qual visitou Sócrates e Ricardo Salgado, ao arrepio da pública decência e da conveniência socialista.
Soares, sempre atento aos sinais dos tempos, terá metido na cabeça que a esquerda precisava de um outsider, um candidato fora dos partidos, tal como Alegre contra ele próprio nas últimas presidenciais - com o resultado conhecido. Os belos discursos e os cravos na lapela de Nóvoa pareceram-lhe a solução. Como a outros, de certeza. Nóvoa, atraído pelo poder como todos os intelectuais, disse que sim. Depois, foi só impor o facto consumado a Costa, que ia dando indícios de resignação.
Entretanto, e para desespero da esquerda indígena, o Syriza cedia a Berlim para obter novo empréstimo, os conservadores ganhavam por muitos em Inglaterra, o Podemos descia nas sondagens, o PS não subia nas sondagens. De repente, o frentismo canhoto soava a má ideia. Até porque Costa, sem maioria absoluta, pode muito bem ter que se virar para a direita em Setembro.
Maria de Belém é fruto das circunstâncias. Costa, mais uma vez, mostrou pragmatismo. E Soares deve andar furioso, não porque o seu candidato caiu moribundo no roseiral, mas porque há quem guarde o socialismo na gaveta ainda melhor do que ele.
Ainda por cima, a senhora "colecciona apoios" na área socialista, como dizem os jornais. Sampaio da Nóvoa tem Jorge Sampaio e Mário Soares consigo, mas não tem o PS. E pelas declarações dos últimos tempos, de Assis a Alegre, nada indica que o venha a ter no futuro próximo. O que vota o estimável ex-reitor da Clássica à derrota, não sei se já tinha dito.
Sobra uma pergunta: quem o convenceu a avançar para a aventura sem um claro OK do maior partido da esquerda, e porquê? Na verdade, são duas perguntas, mas a resposta é tão simples como a da rosa da Julieta: Soares, para provar que ainda manda no PS e no país. A mesmíssima razão pela qual visitou Sócrates e Ricardo Salgado, ao arrepio da pública decência e da conveniência socialista.
Soares, sempre atento aos sinais dos tempos, terá metido na cabeça que a esquerda precisava de um outsider, um candidato fora dos partidos, tal como Alegre contra ele próprio nas últimas presidenciais - com o resultado conhecido. Os belos discursos e os cravos na lapela de Nóvoa pareceram-lhe a solução. Como a outros, de certeza. Nóvoa, atraído pelo poder como todos os intelectuais, disse que sim. Depois, foi só impor o facto consumado a Costa, que ia dando indícios de resignação.
Entretanto, e para desespero da esquerda indígena, o Syriza cedia a Berlim para obter novo empréstimo, os conservadores ganhavam por muitos em Inglaterra, o Podemos descia nas sondagens, o PS não subia nas sondagens. De repente, o frentismo canhoto soava a má ideia. Até porque Costa, sem maioria absoluta, pode muito bem ter que se virar para a direita em Setembro.
Maria de Belém é fruto das circunstâncias. Costa, mais uma vez, mostrou pragmatismo. E Soares deve andar furioso, não porque o seu candidato caiu moribundo no roseiral, mas porque há quem guarde o socialismo na gaveta ainda melhor do que ele.
segunda-feira, 17 de agosto de 2015
Aqui ao lado
Enquanto estamos a banhos, lá longe, muito longe, e no entanto tão perto, o Médio Oriente continua a ferro a fogo. Desviamos os olhos e não queremos ver, mas o que se passa na Síria, no Iraque, na Líbia bate-nos à porta todos os dias, através dos refugiados que chegam às praias gregas e italianas. A Síria é governada por um carniceiro que não hesita em bombardear os seus compatriotas, a 15 quilómetros de Damasco. Os governos ocidentais assobiam para o lado porque a alternativa é o Estado Islâmico. Mas, se o problema sírio está na ditadura assassina de Assad, na Líbia e no Iraque assistimos às consequências das "democracias" (se assim lhes podemos chamar) mal consolidadas. Depois da invasão, o Ocidente não deixou nada para trás, excepto senhores da guerra que lutam entre si por interpostos inocentes. A queda de Mossul, que os governantes iraquianos tentam justificar escondendo a responsabilidade de quem deu a ordem de retirada, seria puro teatro do absurdo se não fosse uma tragédia. Entre as ruínas da Primavera Árabe e Estados feudalizados, o caos veio para ficar. Por muitos anos. Pobre gente.
In memoriam Maria de Lurdes Botelho
(Para o Carlos)
Em legítima defesa
Sei hoje que ninguém antes de ti
morreu profundamente para mim
Aos outros foi possível ocultá-los
na sua irredutível posição horizontal
sob a capa da terra maternal
Choramo-los imóveis e voltamos
à nossa irrequieta condição de vivos
Arrumamos os mortos e ungimo-los
são uma instituição que respeitamos
e às vezes lembramos celebramos
nos fatos que envergamos de propósito
nas lágrimas nos gestos nas gravatas
com flores e nas datas num horário
que apenas os mate o estritamente necessário
Mas decerto de acordo com um prévio plano
tu não só me mataste como destruíste
as ruas os lugares onde cruzámos
os nossos olhos feitos para ver
não tanto as coisas como o nosso próprio ser
A cidade é a mesma e no entanto
há portas que não posso atravessar
sítios que me seria doloroso outra vez visitar
onde mais viva que antes tenho medo de encontrar-te
Morreste mais que todos os meus mortos
pois esses arrumei-os festejei-os
enquanto a ti preciso de matar-te
dentro do coração continuamente
pois prossegues de pé sobre este solo
onde um por um persigo os meus fantasmas
e tu és o maior de todos eles
Não suporto que nada haja mudado
que nem sequer o mais elementar dos rituais
pelo menos marcasse em tua vida o antes e o depois
forma rudimentar de morte e afinal morte
que por não teres morrido muito mais tenhas morrido
Se todos os demais morreram de uma morte de que vivo
tu matas-me não só rua por rua
nalguma qualquer esquina a qualquer hora
como coisa por coisa dessas coisas que subsistem
vivas mais que na vida vivas na imaginação
onde só afinal as coisas são
Ninguém morreu assim como morreste
pois se houvesses morrido tudo estava resolvido
Os outros estão mortos porque o estão
só tu morreste tanto que não tens ressurreição
pois vives tanto em mim como em qualquer lugar
onde antes te encontrava e te posso encontrar
e ver-te vir como quem voa ao caminhar
Todos eram mortais e tu morreste e vives sempre mais
Ruy Belo
sábado, 15 de agosto de 2015
quarta-feira, 12 de agosto de 2015
Metafísica balnear
Ando a reler Netzsche na praia (para o que me havia de dar....). O exercício, talvez porque a contemplação imoderada do mar e do céu me obrigue ao pensamento, provoca-me sempre duas surpresas. Uma: o talento retórico do homem. Outra: a fúria com que se contradiz em cada linha. Se não há verdade na linguagem ("não poderemos matar Deus enquanto acreditarmos na gramática"), se o bem não passa de uma ilusão dos fracos, se a moral é uma invenção dos padres para domar o instinto, então de que serve escrevê-lo? Em nome de que verdade, de que bem, de que moral se é oráculo e "mestre da suspeita" (Ricoeur, claro)? Para quê um mundo futuro, livre de milénios de mentiras, se nada tem sentido?
(Não me respondam: não quero estragar as férias. Vou dar um mergulho. Espero que nenhum pós-moderno me roube a toalha.)
(Não me respondam: não quero estragar as férias. Vou dar um mergulho. Espero que nenhum pós-moderno me roube a toalha.)
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