Das equipas que já vi jogar no Mundial, a que me impressionou mais foi a Argentina. Depois de um valente susto aos All Blacks, hoje venceram a Geórgia por 54-9 e sete ensaios. Os Georgianos são um osso duro de roer. Tesos, com um pack sólido, muitos avançados a jogar em França e um dos melhores 8s do mundo (Mamuka Gorgodze, campeão europeu de clubes pelo Toulon), assentam o seu jogo no pick and go à moda antiga e numa belíssima mêlée. Num dia bom, o seu estilo unidimensional pode causar problemas a qualquer adversário. Mas hoje não era decididamente um dia bom e os Pumas mereceram a vitória. Destaque para os dois grandes ensaios de Gonzalo Cordero, o jovem ponta que vêm lá em cima e que já tinha deixado excelente impressão contra a Nova Zelândia. Para já, é a revelação do torneio. Só improváveis desaires com Tonga e a Namíbia separam os Pumas dos quartos de final. A partir daí, o céu é o limite. Não me espantaria se repetissem o terceiro lugar de 2007.
Entretanto, o Japão, depois da vitória histórica sobre a África do Sul, caiu com algum estrondo aos pés da Escócia. Muito cansaço, talvez, porque os montanheiros ainda deixam muito a desejar. Mas não é impunemente que se vence os Springboks e a batalha de Domingo deixou marcas nos nipónicos. O África do Sul-Samoa, já amanhã, vai ser decisivo para definir o grupo.
Também amanhã, aí está um dramático Inglaterra-Gales em perspectiva, primeiro choque de titãs deste Mundial. Nem Ingleses nem Galeses convenceram nas vitórias respectivas sobre as Fiji e o Uruguai, apesar dos triunfos folgados. Com a Austrália aparentemente em melhor forma e moral graças ao triunfo no recente Quatro Nações, embora em terceiro lugar no grupo porque não teve o bónus ofensivo dos adversários directos, quem vencer este clássico fica às portas do apuramento. Os bifes, prevendo dificuldades, vão alinhar com os seus três-quartos de combate: Owen Farrell, Brad Barritt e Sam Burgess. Lesão de Jonathan Joseph, um centro de veludo, oblige. Não vai ser bonito de se ver, mas ninguém os pode acusar de falta de pragmatismo. Nunca. Twickenham até vai ferver.
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