Como era de prever, os grandes beneficiários dos atentados de Paris são Putin e Assad.
Graças à inércia do Ocidente, Moscovo ganhou, na prática, o estatuto de única potência que faz frente ao Estado Islâmico: basta ver como as notícias nos dizem que a França quer coordenar os seus ataques na Síria com os russos, apesar do evidente incómodo de Washington. Consequências futuras? Ou muito me engano, ou ninguém vai falar tão cedo da Ucrânia. Putin ficou com as mãos livres para prosseguir a sua deriva imperialista.
Quanto ao sírio, os mortos de Paris são o equivalente político a ter acertado no euromilhões. Enquanto combater o jihadismo, os países ocidentais vão fechar os olhos a todas as suas atrocidades. Lembram-se das ameaças de Obama e Cameron sobre a famosa linha vermelha? Passaram à história (se é que alguma vez foram levadas a sério). Assad ganhou um prazo de validade vitalício no Bataclan.
Ah, é verdade: a Sra. Le Pen também foi outra feliz contemplada da noite, mas ainda é cedo para avaliar a sua sorte. Esperemos pelas eleições.
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