segunda-feira, 26 de maio de 2014

Falar claro ( 3)

O povo revoltado: abstenção de 66%,  o governo ficou a 3.75% do PS. Por isso estas eleições foram,  pelos sabidões, antecipadamente desvalorizadas.
Quanto aos bem intencionados: abstenção, extremos? Quando é que esta gente mete na cabeça  que  a democracia não é uma reunião de escuteiros?

1 comentário:

  1. O PS tem um problema que a coligação não desdenharia ter. Começa pelo facto singelo e irritante de ser o problema de um partido. A coligação tem que assentar primeiro uma coisa: fazemos contas por partido, ou fazemos contas por bloco direita/esquerda? O que dá mais jeito? Se excluirem a análise por blocos, a hipótese que lhes dói mais, têm de perguntar-se de seguida quanto vale agora cada um e então a coisa complica-se. O CDS é partido caridosamente colocado no arco da governação e sempre assim será, porque, existirá para sempre um pais organicamente ligado ao partido, nem que seja a última velhinha a rezar ao Padre Cruz, e em morrendo a velhinha, o próprio busto do Padre Cruz (os pequenos partidos da esquerda são parêntesis e vão fatalmente desaparecer quando a malta crescer e perceber que a vida não é só sexo e sobretudo moem a paciência ao Vasco Pulido Valente, que nem sequer percebeu ainda porque raio estenderam a linha de comboio para além do Carregado). Mas como para além disto, convém ter votos, é complicado. O Portas tem de fazer contas e pensar se ainda tem tempo para o martírio de atravessar o deserto e sair dele em glória mais além, coisa incerta, ou se se mantém agarrado ao PSD como uma rémora. Mas o que é que vale agora o PSD? O seu chefe atual está em missão e diz que não liga a votos e o problema é que o seu povo leva à letra, o ingrato: ou muda-se, ou fica a comer caracóis. Com este, não se vai lá. Os barões do PPD tiveram o Sá Carneiro para o criar e o Cavaco para o insuflar e com isso já têm património e aventura suficientes para legar aos netos e excusam de provocar embaraços aos descendentes. Os jovens de muito talento que poderiam ser o futuro do partido, Lomba e Maçães, têm horror à política e são deliciosamente desajeitados, gauche no melhor sentido, longe dos joões galambas desta vida. De modos que a nossa direita, coitada, como se não lhe bastasse sofrer de um complexo de inferioridade milenar em relação à esquerda, por este caminho vai-se finando mesmo. Anda uma manada de elefantes a dançar em cima daquelas cabeças e ele fingem que não os vêm, quanto mais senti-los.

    caramelo

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