Enquanto dedicamos a nossa atenção ao copiloto que despenhou um avião nos Alpes (pobre Lufthansa, que agora passou a má da fita...), há outras coisas a acontecer na Alemanha. O Tribunal Constitucional Federal, que funciona também como Supremo Tribunal, autorizou duas professoras da escola pública da Renânia-Westefalia a usar o hijab, desde que o normal funcionamento das aulas não esteja em causa. Já tinha legislado do mesmo modo em 2003, mas vários governos regionais, baseando-se na ambiguidade da lei, tinham proibido o hijab no espaço escolar. Agora, os juízes do TC deixaram claro que a autorização se estende a todo o território alemão. A sua argumentação baseia-se no direito à liberdade religiosa, o que me parece inteiramente razoável.
Num país em que o Pegida e o sentimento anti-islâmico estão a crescer, por razões óbvias, a polémica, no entanto, veio para ficar. E não ficará por aí. A França, por exemplo, proíbe os símbolos religiosos no espaço público, mas não na universidade, uma excepção a que Sarkozy já prometeu pôr fim assim que voltar ao Governo. Para lá do jihadismo e do Charlie Hebdo, o Islão é cada vez mais um ingrediente da política europeia.
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