quinta-feira, 30 de abril de 2015
Quiseram a drug war, agora fiquem com ela
Clinton:
Baltimore, via leitor amigo:
Este David Simon ainda tem muita maizena para comer até chegar aos calcanhares de E.Said, mas, no meio do exagero, acerta .
quarta-feira, 29 de abril de 2015
Asco, outra vez
Cecília Honório: "Há tantas outras coisas que podemos fazer sobre o assunto sem ser esta lista."
Então diz lá, queriducha: o que tantas outras coisas fez o Bloco ( e o resto do beau monde) durante 15 anos sobre o assunto?
Então diz lá, queriducha: o que tantas outras coisas fez o Bloco ( e o resto do beau monde) durante 15 anos sobre o assunto?
Baltimore: os mitos
O City Council é democrata, o mayor é negro, o chefe da polícia é negro e:
But if you visit a police community meeting in a black neighbourhood, as your correspondent did in the south-east of Washington, DC recently, you discover that the middle-aged, middle-class black women who attend have a different problem. They complain that the police are not doing enough to stop violent crime.
Muitos dos jovens detidos que se queixam da polícia têm um longo passado como clockers. Onde se passava The Wire ( para mim a segunda melhor série de sempre ) ? Em Baltimore.
Pois é, a bela war on the drugs tem muitas franjas.
Muitos dos jovens detidos que se queixam da polícia têm um longo passado como clockers. Onde se passava The Wire ( para mim a segunda melhor série de sempre ) ? Em Baltimore.
Pois é, a bela war on the drugs tem muitas franjas.
terça-feira, 28 de abril de 2015
Violência doméstica: o eufemismo reaccionário
O reaccionarismo conservador alia-se ao reaccionarismo de esquerda.
O primeiro ponto de contacto é o argumento: sempre houve disto, agora tem é mais visibilidade. Isto destina-se a desqualificar o comportamento, inscrevendo-o numa lógica de normalidade inevitável.
O segundo ponto de contacto prende-se com interpretação. Tanto o reaccionário conservador como o de esquerda entendem o comportamento como produto de taras individuais. O objectivo do conservador( reaccionário...) é esconder o comportamento das transformações sociais e culturais, o objectivo do esquerdista é isolá-lo dos progressos feitos em sede da tolerância ( defesa dos direitos das minorias sexuais e dos animais).
O reaccionário conservador não gosta que venha ao de cima a velha camada sob o verniz, porque estraga a liusão de harmonia dos bons velhos tempos; o reaccionário de esquerda não aceita que a nova sociedade, mais justa e igualitária, inclua o velho território de caça do macho ofendido e para além disso as parolas das berças não valem um gay despedido por homofobia.
Ambos os discursos se contentam com campanhas e palavrinhas de repúdio. O reaccionário conservador , voire a Igreja Católica, teme mexer no que sobra da autoridade masculina; o reaccionário de esquerda recusa reexaminar a bolorenta tese da sociedade criminógena, na qual a culpa é sempre da fábrica social.
Não há nada de doméstico nestas matanças. Há mulheres que têm profissão ( há três anos ajudei uma administrativa casada a ter o seu primeiro cartão multibanco aos 55 anos), consomem novelas que pregam a liberdade feminina, observam exemplos de outras mais despachadas ( vejam a velocidade com que se propagam as modas femininas), acreditam no que dizem os políticos, têm internet na mais longínqua merdaleja.
O que há é o choque tectócnico entre antigas categorias culturais, autênticos arquivos de poder, e novas expressões de autodeterminação. Como aconteceu noutras histórias e noutros tempos, os novos, neste caso, as novas, não são defendidas pela máquina judicial que ainda funciona com a encantadora formalidade das lamparinas de azeite.
Não há nada de doméstico nestas matanças. Há mulheres que têm profissão ( há três anos ajudei uma administrativa casada a ter o seu primeiro cartão multibanco aos 55 anos), consomem novelas que pregam a liberdade feminina, observam exemplos de outras mais despachadas ( vejam a velocidade com que se propagam as modas femininas), acreditam no que dizem os políticos, têm internet na mais longínqua merdaleja.
O que há é o choque tectócnico entre antigas categorias culturais, autênticos arquivos de poder, e novas expressões de autodeterminação. Como aconteceu noutras histórias e noutros tempos, os novos, neste caso, as novas, não são defendidas pela máquina judicial que ainda funciona com a encantadora formalidade das lamparinas de azeite.
Contar bulas
Foi divertido constatar a forma como os media isentos e objectivos noticiaram o anúncio da ida às urnas da coligação PSD-CDS.
Fez-me lembrar a sensação que tenho quando me injectam líquido de contraste antes de uma TAC.
Fez-me lembrar a sensação que tenho quando me injectam líquido de contraste antes de uma TAC.
Siga para bingo
Os narcotraficantes já têm toupeiras no Banco de Portugal, mas o debate , como sempre que se fala em legalizá-lo, é o do perigo do haxixe. O último Expresso trazia um artigo, miserável e indigente, que falava dos perigos do consumo excessivo do haxixe. Espero que a jornalista faça um igual com o álcool, até porque terá muito mais matéria: acidentes de viação e laborais, violencia doméstica, cirrose hepática etc.
Num país colonizado pelo narcotráfico, a preocupação é com o perigo potencial do consumo excessivo da canabis. Os narcos escolheram bem o país: para além das condições semelhantes a outras narcolândias, ainda fazemos de porteiros escrupulosos.
segunda-feira, 27 de abril de 2015
Maio a entrar e o nada a começar
E assim perguntar: uma investigação que dura desde 2013, o homem preso desde 2014, para quando a acusação a apresentar? Isto interessa-me muito. Encontrar o nada sabendo que o nada existe, mas que não o podemos interpretar porque o nada é anterior à representação.
Muitos pós heideggerianos, como Márcia Schubak, andaram de volta disto. Por outras palavras, in emptiness, there is no place where we can place our hands and feet, no place where we can lay our heads.
Espectacular
Tivemos, durante estes anos, dezenas de manifestos, artigos, pronunciamentos da esquerda para-socialista sobre a evidência, a inevitablidade, o materialismo dialéctico da renegociação da dívida.
Os que desconfiaram foram tratados de pacóvios e servos do governo para baixo. O PS apresenta o seu cenário, ou cortina, e nem uma palavra sobre o assunto. Os mesmos especialistas, jornalistas e comentadores que durante estes anos juraram sobre a divina renegociação nem piaram.
Denunciar
É um historiador muito criativo ( a última vez que o li foi sobre Lincoln e diverti-me imenso), mas isso não nos deve distrair das mentiras que escreve, sobretudo quando assunto é sério. Henrique Raposo, no último Expresso diz que ao menos no tempo colonial os pretos não passavam fome e recebiam cuidados médicos ( sic).
A relação de Raposo com a verdade é mais ou menos a mesma que as cartomantes têm com a metafísica ( adaptando Kraus). O que imaginará Raposo que era a vida nas sanzalas do Cuando-Cubango, ou como funcionava o trabalho escravo, é um mistério. Deve imaginar cantinas sociais e assistência médica ao domicílio. É claro que depois de começar a guerra lá se tentou fazer alguma coisa, mas isso foi só no fim.
O leitor que folheie isto, de um homem que correu Angola de uma ponta à outra e foi inspector geral das Colónias. Aproveita melhor o tempo.
domingo, 26 de abril de 2015
Rescaldo
Um ( 1) remate à baliza fizeram os lopategos e ainda temos de aturar aquele bertoldo basco ( e canalha, que foi cumprimentar o JJ em latim) a gabar-se de ter jogado para ganhar.
Nós? Bem, nós, jogámos muito bem, como sempre fazemos quando defrontamos equipas superiores ao Cabeça Gorda: chuto para à frente e a culpa é do Jonas que não se soube posicionar...
Nós? Bem, nós, jogámos muito bem, como sempre fazemos quando defrontamos equipas superiores ao Cabeça Gorda: chuto para à frente e a culpa é do Jonas que não se soube posicionar...
Liquefacção total , de novo,:
Emigrou em Março por culpa de um Passos Coelho que tomou posse em Junho e para trabalhar 17 horas por dia num café, o que no Portugal de merda seria tema de reportagem no Publico: escravatura.
Munique é sempre que um homem quiser ( 4)
Tudo o que gosto transformo em brincadeira. O prazer de escrever estas provocações não tem nada a ver com resultado de logo. Tanto podemos dar 3 como levar 4. O jogo com grandes rivais é a caça, a presa interessa pouco ( o Pascal sabia muito disto). Por isso tenho pena dos que vivem o futebol com raiva e rancor, mas, enfim, na caça também há espinheiros. Verei o jogo com meu filho, riremos, gritaremos e, espero, abraçar-nos-emos. O mar é só ondas.
Se tudo corrrer bem, jantarei uma bola de carne transmontana, antiga receita familiar, rematada com um genuíno queijo de Serpa ( um mal-amado), tudo bem envolvido por um duriense despreocupado. Na caça não convém levar grades para casa.
Um saco de vento
Expele generalidades com a gravitas de um comentador de futebol: é preciso um desigínio, é necessária uma estratégia, falta confiança, a política de hoje é feita para o triqui-triqui ( sic) etc.
É claro que vai ser mas um burocrata europeu, desses que agora é moda apedrejar, mas disso ninguém fala.
sábado, 25 de abril de 2015
25 de Abril sempre ( 4)
Um professor da minha filha ( 10ºano), esta semana, deu uma aula sobre estas eleições. Explicou tudinho sobre os vários partidos m-l , mas quando chegou ao CDS deu-lhe para o espírito: Cagando Dentro da Sanita.
25 de Abril sempre
Há 40 anos, os portugueses votaram em liberdade apesar dos sectores progressistas do MFA ( ehehehe....) terem apelado ao voto em branco. Espertos, não é?
Este homem opôs-se: se estivermos à espera que a democracia esteja madura, nunca faremos eleições. Pois claro, se a URSS tivesse durado até hoje, ainda não tinham eleições, isto da maturidade é muito complexo.
Munique é sempre que um homem quiser ( 3)
Aqui há (" à?", não conheço vem os caminhos da fonética estrangeira) atrasado: 7-3 no Dragão Caixa e 5-1 na Luz: paravéns. Mesmo sendo hóquei, não sei se hoube algum azeiteiro a dibidir os jogos pelas partes e a dizer que o FCP só perdeu numa.
Vem, não adianta um grosso falar de jogo do título, porque ainda falta tótil de campeonato, mas, se tudo corrrer vem, amanhã cantamos os paravéns ao Pinto da Costa que vai continuar mais uns anos a pôr-se a cavalo num quarto de sêmea.
Não esqueço os nosso amigos do outro lado da circular ( não vi o jogo mas de certeza que foi uma roubalheira perpetrada pelas nalgas): enfiem um carapim e ide dormir.
sexta-feira, 24 de abril de 2015
25 de Abril sempre
Sei que há muito desconhecimento da anatomia e fisiologia feminina ( se há...), ouço queixas delas há 26 anos, mas nunca pensei que um homem não saiba, através do olhar, se a mama está para amamentar ou para rebolar.
Trio Odemira
Está explicado.
Dificilmente encontraríamos melhores modelos para actualização do grande Fialho: Verbos de encher, fantoches de aparato que cerram fileiras vendo a marmita ameaçada e vão para as secretarias redigir reformas municipais.
Dificilmente encontraríamos melhores modelos para actualização do grande Fialho: Verbos de encher, fantoches de aparato que cerram fileiras vendo a marmita ameaçada e vão para as secretarias redigir reformas municipais.
A nossa qu'ida cultura
É isto. Uma regateirice que considera uns culpados antes da sentença e outros inocentes antes da sentença, fala nos lavadouros públicos para defender o Manel das Pevides e para zurzir no Celestino das Cabras.
Enche a boca de cultura enquanto esfrega mais umas meias , mas não mexeu uma palha para fazer obras no Conservatório Nacional.
Enche a boca de cultura enquanto esfrega mais umas meias , mas não mexeu uma palha para fazer obras no Conservatório Nacional.
Duas notas
1) Nunca descobrirão o nexo de causalidade. Porquê? Porque se fosse possível descobri-lo, Sócrates ter-se-ia ido embora logo a seguir às eleições.
2) Ainda assim, se isto for provado, é incrível como a comandita socrática não pinta a cara de preto.
2) Ainda assim, se isto for provado, é incrível como a comandita socrática não pinta a cara de preto.
Entrevistem o dr Soares
PS também propõe visto prévio.
A tia Inês de Medeiros , num impecável sotaque lisboeta nasalado, está a explicar, enfadadíssima, que não há multas, só há multas ( para quem não entregar o plano), que não há uma nova comissão, só há uma nova comissão.
O dr Soares arrumava isto muito melhor: se PS propõe é porque é bom, irra.
A tia Inês de Medeiros , num impecável sotaque lisboeta nasalado, está a explicar, enfadadíssima, que não há multas, só há multas ( para quem não entregar o plano), que não há uma nova comissão, só há uma nova comissão.
O dr Soares arrumava isto muito melhor: se PS propõe é porque é bom, irra.
quinta-feira, 23 de abril de 2015
Com não sei nada de economia, o programa do PS:
Vamos distribuir o que não há, para depois arranjarmos o que falta.
adenda: a boa notícia é que Pacheco Pereira, cujo programa ideal seria qualquer coisa a meias entre o Garcia Pereira e o major Tomé, diz ( Quadratura, SIC-N) que o PS fez um enorme favor ao governo.
adenda: a boa notícia é que Pacheco Pereira, cujo programa ideal seria qualquer coisa a meias entre o Garcia Pereira e o major Tomé, diz ( Quadratura, SIC-N) que o PS fez um enorme favor ao governo.
O charme discreto do fedor de um mundo simples
Apareceu o inevitável marxista de serviço, actualizado em humanista, a explicar que os piratas existem porque a frota pesqueira capitalista depredou as reservas de peixe e o pobre está desesperado. É impressionante a catatonia mental ( quando não simples agenda) que encontra sempre eco nos jornalistas alunos do prof Boaventura. Isto substitui o peixe que era apanhado nas chatas:
Munique é sempre que um homem quiser ( 2)
Bonito, bonito, é repetir no domingo.
Vêm "enraivecidos"? Bem, é cobrir a mobília e substituir os stewards por veterinários.
Falta orgulho nacional
No início :" terrorismo "porquê? Desconhecem o nosso relevante papel no narcotráfico mundial?
A notícia foi depois sendo corrigida. Claro que não podemos saber o que aconteceu, mas é divertido notar como terrorismo vem antes de narcotráfico num país como Portugal.
A notícia foi depois sendo corrigida. Claro que não podemos saber o que aconteceu, mas é divertido notar como terrorismo vem antes de narcotráfico num país como Portugal.
quarta-feira, 22 de abril de 2015
Mais cenários: as premissas
Se bem entendo, o PS prevê uma maravilha a partir de Outubro, portanto, estes últimos quatro anos foram um sucesso preparatório?
Cenário macroeconómico ? Cenário?
Para que raio apresenta o PS um cenário? Não têm fotografias, recortes de jornais, links?
Munique é sempre que um homem quiser ( 1)
Andrades, vocês vão melhorar: no domingo só levam três.
Lotopegui: não queremos que se levantem? Que disparate. Claro que queremos. Bem levantadinhos, às 17h, na Catedral.
O cabotino Sousa Tavares, depois da Académica levar 5 na Luz, disse que a Briosa não tem lugar na Liga. Tem razão. O FCP também não: ligas há muitas, seu palerma.
terça-feira, 21 de abril de 2015
Qual é o espanto?
Desde os 16 anos a pisar as alcatifas do partido e dos lugares, não percebe que o país mudou. Também é verdade que é acolitado por uma comandita de comentadores e especialistas em twitter, tão arrogantes como vazios.
Não descolar nas sondagens pode ser a melhor coisa que lhe vai acontecer...
Não descolar nas sondagens pode ser a melhor coisa que lhe vai acontecer...
Sou muito estúpido
Aqui há tempos, neste pequeno mundo dos blogues, defendi a Isabel Moreira porque um texto no Malomil misturava um livro dela com o Tarrafal e com Adriano Moreira.
Lendo isto, no qual a surpresa maior até é a fina inteligência de considerar uns culpados antes da sentença final e outros antes, mas em que o osso é a mistura da vida privada de uma pessoa com as suas opiniões, conclui que sou estúpido como uma porta.
Nunca me envolvi com seitas. Não sei o que me deu, mas não repetirei.
O eterno retorno
Para quem ainda não se deliciou com Kraus ou Hofmannsthal ( velhos clientes dos meus blogues), nem com Broch ( outro), este pequeno artigo cumpre o proselitismo esssencial e recorda que não nos devemos deixar levar pelos velhos pavões de hoje:
"On the other hand, one must also avoid embracing Broch’s view of a complete “vacuum of values” which can be defended only by a philosophy of history which prophesies decay and doom.
"On the other hand, one must also avoid embracing Broch’s view of a complete “vacuum of values” which can be defended only by a philosophy of history which prophesies decay and doom.
segunda-feira, 20 de abril de 2015
Um último cigarro
Quem não quiser comprar, pode ler aqui este livro de Svevo, La coscienza de Zeno, apadrinhado por James Joyce. Aqui tem uma pequena nota sobre o genial Svevo.
A experiência do último cigarro era tão forte que Zeno tentava sempre repeti-la. O próprio autor o fez, à portas da morte, depois de um acidente de automóvel: jurou que seria o último, mas os médicos não foram na conversa. É inevitável a ligação a Sacher-Masoch: entrega e domínio, prazer na supensão do desprazer, mas Svevo adianta uma formulação estelífera: o prazer na certeza do último prazer.
O livro é muito mais do que fumo. Foi considerado uma crítica ao vitalismo ( já aqui trouxe D'Annunzio muitas vezes) italiano e às aventuras de Cadorna na campanha triestina da primeira guerra mundial.
domingo, 19 de abril de 2015
O direito ao direito
Qual o interesse de Marinho Pinto em revelar isto? Defesa preventiva ou pré-demolição de Costa?
Se for verdade, lá teremos a comandita socrática a guinchar: ''Tá bem, mandou dar dinheiro ao partido do maluco do Marinho para lixar o Seguro, mas não é crime dar dinheiro, pois não? Vivemos num estado de direito, caramba!".
Se for verdade, lá teremos a comandita socrática a guinchar: ''Tá bem, mandou dar dinheiro ao partido do maluco do Marinho para lixar o Seguro, mas não é crime dar dinheiro, pois não? Vivemos num estado de direito, caramba!".
Um mundo longe de mim
Ando cada vez mais pelos antigos sabores, isto não me diz nada. E não é saudosismo, estou convencido de que em breve a tendência recuperará a gentileza, a simplicidade e a verdade na cozinha: One of the pioneers, Heston Blumenthal of the Fat Duck in Bray, England, (who hates the term "molecular") is now doing updated dishes from British history at his new London restaurant named Dinner, like frumenty and salmagund.
Andar pelos antigos sabores é hoje dificílimo. Os produtos autênticos são mais raros do que um centro de jeito do Eliseu, os meus clientes ( família) estão intoxicados pela apresentação masterchef. Fiz mão de vitela com feijão branco, fígado de vaca de cebolada à lisboeta do tempo dos makavenkos. Fiz soufflées, com as ostracizadas natas ( memória de Maigret-Simenon), e o incrivelmente abandonado arroz de sardinha. Tachos e tabuleiros na mesa, os aromas em migração da cozinha para a sala, a comida como ela pode ser.
sábado, 18 de abril de 2015
Estamos conversados
O programa passou e disto nem um cheiro. Programa de análise política? Não têm vergonha nenhuma na cara: no tempo de Seguro dissecavam as sondagens para arrasar o homem e justificar o coup.
Mais uns tapas nas bochechas dos calimeros
Depois da vitória espectacular do FCP sobre o Bayern - "Levei logo com duas facadas no coração que me deixaram totalmente desanimado" -, que deixou os calimeros a discutir uma pretensa não sei o quê do não sei quem sobre o Xabi Alonso no 1º golo do FCP, isto:
"São cartões a mais. É algo que temos conversado. Não vamos retirar a culpa, pois a maior responsabilidade é nossa". Isto vai é valer-lhe mais umas rosnadelas da banda brunocarvalhense.
Põe-te a verstas, Marco...
"São cartões a mais. É algo que temos conversado. Não vamos retirar a culpa, pois a maior responsabilidade é nossa". Isto vai é valer-lhe mais umas rosnadelas da banda brunocarvalhense.
Põe-te a verstas, Marco...
sexta-feira, 17 de abril de 2015
Certamente
Que alguém de cultura e classe nos vai explicar isto. Não sejam miserabilistas.
Desde o clube de Vian et ces copains que não me identificava tanto com um comité.
Desde o clube de Vian et ces copains que não me identificava tanto com um comité.
Outra sondagem de que não vão ouvir falar:
O Pedro Adão e Silva, no sábado, no Bloco Central da TSF, vai explicar por que razão Costa tem, um ano depois, o mesmo resultado de Seguro.
Se o moderador puder passar as análises-profecias-certezas, que só um idiota não entendia, exaradas há um ano, agradecia muito, obrigadinho.
Se o moderador puder passar as análises-profecias-certezas, que só um idiota não entendia, exaradas há um ano, agradecia muito, obrigadinho.
Chegámos a isto
O Portugal de taberna, tuc-tuc lisboeta, bitaites e ginginhas:
Um cineasta, que diz que já não há políticos como Roosevelt, sabe de aviónica e declara que a solução da TAP é muito simples como disse o Miguel Sousa Tavares num artigo, é deixá-la em paz.
Um cineasta, que diz que já não há políticos como Roosevelt, sabe de aviónica e declara que a solução da TAP é muito simples como disse o Miguel Sousa Tavares num artigo, é deixá-la em paz.
Um dó li tá
Pois claro. Por acaso os doze borda fora eram cristãos. Eu estava lá e vi. Calhou, estavam todo encostados à amurada a rezar.
Se os doze borda fora fossem todos muçulmanos, teria sido um crime de ódio. Porquê? Porque os muçulmanos nunca se encostam à amurada, rezam no chão virados para Meca.
quinta-feira, 16 de abril de 2015
Os derivados
Frederico Ferrari chama a estes subprodutos derivados artísticos de segunda espécie que assumem um valor despropositado em função da especulação financeira e macaqueam as modas do mercado numa pura lógica de marketing.
Se a arte é sempre o anti-destino ( querido Malraux), as belas decorações de jardim são o código postal.
Se a arte é sempre o anti-destino ( querido Malraux), as belas decorações de jardim são o código postal.
quarta-feira, 15 de abril de 2015
Asco
As críticas a Carrilho nunca poderiam ser pela sua vida privada, mas, como aqui fiz, pela exposição que ele faz da vida privada enquanto discorre sobre a porno-sociedade reality show.
Estas procelárias socráticas, quanto tempo teremos ainda de os aturar?
Estas procelárias socráticas, quanto tempo teremos ainda de os aturar?
Muito interessante e totalmente casual
Ao cabotino não lhe agrada a eliminação do sigilo fiscal. Deve ser outra coisa de bárbaros justicialistas, como os suecos.
Meu nome é Baptista da Silva
Antes de o albardarem com as profecias falhadas, rebobinem ( como ele diz) e procurem. Encontrarão muitos ilustres aldrabões que escreveram o mesmo e que bem poderiam assinar isto:
O ministro das Finanças da Grécia (Yanis Varoufakis), que conheço muito bem, é um moderado, muito inteligente, um técnico de finanças públicas * do melhor que há no mundo. É um génio. E viu o que lhe fizeram? Só se interessam com a foto dele a almoçar com a família, para o desacreditar e negociar com ele de forma desigual. É como se estivesse a negociar com parceiros que dizem: ‘se não fazes, vais ter que pagar daqui a três semanas’. Como encostar uma espada no seu corpo e dizer: ‘agora vais negociar'”.
Apesar de tudo, prefiro o original.
* "técnico de finanças públicas" numa empresa de jogos de consola
O ministro das Finanças da Grécia (Yanis Varoufakis), que conheço muito bem, é um moderado, muito inteligente, um técnico de finanças públicas * do melhor que há no mundo. É um génio. E viu o que lhe fizeram? Só se interessam com a foto dele a almoçar com a família, para o desacreditar e negociar com ele de forma desigual. É como se estivesse a negociar com parceiros que dizem: ‘se não fazes, vais ter que pagar daqui a três semanas’. Como encostar uma espada no seu corpo e dizer: ‘agora vais negociar'”.
Apesar de tudo, prefiro o original.
* "técnico de finanças públicas" numa empresa de jogos de consola
terça-feira, 14 de abril de 2015
Gorgulhos
Ontem, na TVi, Eduardo Barroso disse, e repetiu, que este ano o Sporting não tem nenhuma razão de queixa das arbitragens e que está em terceiro porque desperdiçou pontos em empates caseiros contra os pequenos.
Não gosto de adeptos sábios nos clubes adversários, gosto muito mais destes, mas fiquei a pensar que a declaração pode ter tido mais saco do que farinha. Por falar em cabotinos, Sousa Tavares, hoje, na Bola, quer a Académica fora da Liga porque levou cinco na Luz. Como bom cabotino armado em objectivo, esquece que o Estoril levou a mesma dose no Dragão na semana passada e que a Académica já ganhou na Luz com Jesus a treinador. É um desonesto intelectual até no futebol.
segunda-feira, 13 de abril de 2015
O "agitador de consciências"
O maior, o génio do gozo com a abstenção violenta de Seguro, mais o Galamba, o Adão e Silva, os corporativos, os aspirinas, não esquecendo Pacheco Pereira, devem estar orgulhosos: good job, old boys.
Asneira feita, já arranjaram um culpado para descarregar a raiva: Cavaco, o suspeito do costume.
Asneira feita, já arranjaram um culpado para descarregar a raiva: Cavaco, o suspeito do costume.
Um pequeno trambolhão para humanidade, mas um grande salto para o multiculturalismo
Que direito temos nós de dizer aos outros o que querem destruir? Malditos neocolonialistas.
Em Abril queima a velha ao carro e o carril
Durante estes últimos quatro anos, uma trincheira, bem funda e variada na sua composição, apresentou dois argumentos:
1) Tudo podia ter sido feito de outra maneira
2) Era preciso renegociar a dívida
Estes dois argumentos foram difundidos pelos media ( com a excepção da imprensa económica, essa bête noire) como verdades autoevidentes, ou sejam, não careciam de demonstração. Pelo meio, previsões apocalípticas de revoltas populares, que não se tendo verificado valeram ao povo a alcunha de corno manso.
Para o primeiro argumento bastava mostrar os pobres e os desempregados, para o segundo bastava mostrar os pobres e os desempregados. Seguindo a regra da table dance, quando se mostra uma coisa esconde-se outra: um país falido sob resgate, regras claras e duras.
Para facilitar o trabalho de demonstração das verdades autoevidentes, usaram as venalidades do governo. Contaram, a trincheira e os media panfletários, com a tradicional perturbação da memória colectiva: não só qualquer governo exibe venalidades imensas como outra trincheira ( de Louçã a Portas), a que fez cair Sócrates, se encarregou, nessa altura, de as procurar no governo do engenheiro Da asfixia democrática à ministra da Educação, passando por um banco fraudulento, o pasto foi verde.
Os juros começaram a cair e aos subscritores dos manifesto de renegociação da dívida nunca mais ouvimos um pio. Quando chegou o Syriza, a primeira verdade autoevidente ( tudo podia ter sido feito de outra maneira) foi massajada na trincheira. Agora, os matarruanos, os ignorantes e os grunhos iam ver como de faz. Depois a coisa engasgou. Seguindo a velha técnica do salame de Rakosy, a trincheira alinhou as culpas: Merckel, Portugal e Espanha, o capitalismo mundial.
Nas últimas semanas, descobriu-se uma coisa chamada regras da UE. Os da trincheira não se ficaram: mudem-se as regras. Assim, o que podia ter sido feito de outra maneira era o governo português ter mudado as regras da UE.
Freud dizia que o comunismo era um sistema óptimo, mas que não conseguia sequer imaginar o nível de coerção necessário para o implementar. Podemos agora nós calcular o que teria acontecido ao povo se os seus donos o tivessem defendido.
domingo, 12 de abril de 2015
Idiotices
Um senhor chamado Paulo Pereira de Almeida mistura imbecilmente o modelo inglês de monitorização de pedófilos condenados( já aqui referido vezes sem conta) com a pena de morte, dando praia livre a textos como este ( que compara a Inglaterra ao país de Paulo Pereira de Almeida, aproveitando para ajustar contas com Marinho e Pinto por causa da parentalidade gay).
Parabéns Paulo Pereira de Almeida, mais uns como tu e tudo ficará na mesma.
( sobre o assunto, o melhor texto jamais escrito, a minha edição é da Folioplus, que só contém o texto original de Camus)
sábado, 11 de abril de 2015
Psychomunist
O comunismo é a melhor escola psicótica.
Filhos e irmãos sucedem a pais e irmãos, aprende-se a falar aos dois meses, ex-líderes aparecem sob a forma de pajaritos, as filhas dos eternos presidentes tornam-se multimilionárias sem sombra de pecado capitalista etc.
Filhos e irmãos sucedem a pais e irmãos, aprende-se a falar aos dois meses, ex-líderes aparecem sob a forma de pajaritos, as filhas dos eternos presidentes tornam-se multimilionárias sem sombra de pecado capitalista etc.
Recordar é viver: afinal é mujica ou não é?
Escrevi isto há mais de ano meio:
Poucos ecos da entrevista de Sampaio da Nóvoa ao Expresso. Sobretudo na zona esquerda da blogosfera ( Arrastão, Jugular etc).
O ex-reitor sintetiza muito bem várias coisas portuguesas – o crescimento artificial, a demência consumista, o centralismo educativo – e sublinha o aspecto simbólico (“no meu primeiro dia como reitor abdiquei de todas as regalias”) , invertendo o olha para o que digo não olhes para o que faço.
Depois recentra a austeridade, recusando-a como uma categoria ideológica que derrota os mais fracos. “Novos modos de vida ” e “temos de viver melhor com menos” , significando que a prosperidade não passa pelo luxo e pelo endividamento ( o tal consumismo frenético que menciona) e que a reforma da mentalidade antiga é possível.
( os comentários , 41, são muito instrutivos)
Poucos ecos da entrevista de Sampaio da Nóvoa ao Expresso. Sobretudo na zona esquerda da blogosfera ( Arrastão, Jugular etc).
O ex-reitor sintetiza muito bem várias coisas portuguesas – o crescimento artificial, a demência consumista, o centralismo educativo – e sublinha o aspecto simbólico (“no meu primeiro dia como reitor abdiquei de todas as regalias”) , invertendo o olha para o que digo não olhes para o que faço.
Depois recentra a austeridade, recusando-a como uma categoria ideológica que derrota os mais fracos. “Novos modos de vida ” e “temos de viver melhor com menos” , significando que a prosperidade não passa pelo luxo e pelo endividamento ( o tal consumismo frenético que menciona) e que a reforma da mentalidade antiga é possível.
( os comentários , 41, são muito instrutivos)
sexta-feira, 10 de abril de 2015
Esta é a do ano
Sorri e ri muitas vezes com o humor sardanisco do Pedro Dellile, por isso recordei o passado quando o ouvi dizer isto na televisão.
Momento Lara Li
Só não sei por que é que Nóvoa não deu um grito de alma, de dor excruciante, de peito ferido etc ( para usar as tamancas que IM costuma usar):
Sei, como Saldanha Sanches soube, que Sampaio da Nóvoa ficou tão incomodado com aquelas provas como alguns dos meus colegas professores que foram abandonando a sala. Sei que o pouquíssimo que pode fazer um mero presidente de júri foi feito, no caso.
Sei, como Saldanha Sanches soube, que Sampaio da Nóvoa ficou tão incomodado com aquelas provas como alguns dos meus colegas professores que foram abandonando a sala. Sei que o pouquíssimo que pode fazer um mero presidente de júri foi feito, no caso.
Um homem da escola do Arco em Coimbra
Grande Viterbo. A imagem é anti-espectacular: despenteado, meio calvo, gordinho e de bigode. No outro dia, instado sobre o seu futuro à frente da Académica, o meu companheiro estóico respondeu: "Sei lá. Não sei se estou vivo no fim da época...".
A AAC já joga futebol : sai a jogar e ataca com critério mas sem medo (são as duas chaves do jogo). Só é pena que os dirigentes tenham precisado de seis meses.
Mário Machado: quando quiseres matar ( outra vez) um preto ou um gay, não te esqueças de referir a tua situação laboral
Uma mistura de imbecilidade com fanatismo.
A maldade só existe se for usada contra minorias étnicas e sexuais.
A maldade só existe se for usada contra minorias étnicas e sexuais.
O charme discreto da burguesia
Agora liderada por um portuense de esquerda.
Confusos? O Pedro Adão e Silva há-de explicar um dia destes ( quando não tiver dentes), a noticia há-de chegar às independentes SIC, Tvi e TSF ( quando tiverem dentes).
Confusos? O Pedro Adão e Silva há-de explicar um dia destes ( quando não tiver dentes), a noticia há-de chegar às independentes SIC, Tvi e TSF ( quando tiverem dentes).
quinta-feira, 9 de abril de 2015
Langue de bois
Deu pena. Ontem, na Quadratura , Pacheco Pereira, o mesmo que na Grécia elogiou o voto autónomo e rebelde, considerou pantanoso o cenário de várias candidaturas presidenciais ao arrepio dos aparelhos partidários ( e tudo porque isto favorecerá o governo, único prisma pelo qual JPP parece actualmente raciocinar). Os colegas de programa acenavam com a cabeça.
Um "fasssista"
O júri que reprovou José Luís Saldanha Sanches tinha António Sampaio da Nóvoa como presidente.
E sobre isto:
"E os juízes do tribunal plenário, que o condenaram, perguntei-lhe. Esses, dizia, não eram verdadeiros juízes. Quem não impede o arbítrio serve a tirania, não faz justiça, não é, por definição, juiz, nem árbitro, é o mal vestido de lei",
andei à procura, há uns anos. Tenho algumas coisas sobre os casos nazi e italiano. Não encontrei nada sobre o destino dos juízes portugueses que depois de 74 saltaram para a arena democrática: como espontâneos.
adenda: o leitor acrescenta na cixa de comentários ( a reacção foi rápida...) os detalhes legais e admnistrativos, como se Nóvoa tivesse sido impedido de falar, protestar, cantar o "Acordai" etc. É curioso, a Cavaco não perdoam o legalismo, a falta de coragem e de rasgo, mas a Nóvoa, sim; são as regras e tal.
E sobre isto:
"E os juízes do tribunal plenário, que o condenaram, perguntei-lhe. Esses, dizia, não eram verdadeiros juízes. Quem não impede o arbítrio serve a tirania, não faz justiça, não é, por definição, juiz, nem árbitro, é o mal vestido de lei",
andei à procura, há uns anos. Tenho algumas coisas sobre os casos nazi e italiano. Não encontrei nada sobre o destino dos juízes portugueses que depois de 74 saltaram para a arena democrática: como espontâneos.
adenda: o leitor acrescenta na cixa de comentários ( a reacção foi rápida...) os detalhes legais e admnistrativos, como se Nóvoa tivesse sido impedido de falar, protestar, cantar o "Acordai" etc. É curioso, a Cavaco não perdoam o legalismo, a falta de coragem e de rasgo, mas a Nóvoa, sim; são as regras e tal.
quarta-feira, 8 de abril de 2015
A porta dos fundos
Mesmo no sensacional CM, isto foi um pé de página e interior. Oito toneladas. Pelas minhas contas, a segunda maior apreensão de haxixe en route para território nacional ( continental); esta foi a maior.
Os meios afectos a este tipo de tráfico estão muito longe de se esgotar em embarcações. São necessários, como em toda a narcolândia, polícias corruptos, magistrados corruptos, funcionários corruptos.
Ninguém liga pevide, tudo normal.
Ratos e homens
Depois da perseguição aos cristãos, o ataque aos palestinianos.
Seria divertido, se não fosse trágico, reler as imbecilidades que os trolls judeófobos da blogosfera foram escrevendo ao longo destes anos. Estão agora calados que nem ratos. Chiam baixinho.
Seria divertido, se não fosse trágico, reler as imbecilidades que os trolls judeófobos da blogosfera foram escrevendo ao longo destes anos. Estão agora calados que nem ratos. Chiam baixinho.
Pecadilhos...
O jornal i está muito bom. Participei num dos primeiros números , na revista que tinham então, com um artigo a convite do Paulo Pinto Mascarenhas. Depois fui perdendo o rasto, mas voltei ao jornal. Os colunistas não são de rasgo, mas o corpo do jornal é bem feito, explora zonas deixadas livres pelos outros.
No número de ontem, António Cunha Vaz defende o general angolano Bento Kangamba contra o Ministério Público português, porque o general é um promotor do desporto e se fez fortuna em Angola é lá com ele. No final do artigo liga o assunto ao caso Sócrates, o que deve ter obrigado os amigos do ex PM a beber o calmante directamente do frasco. Hoje, lendo isto, aguardo uma prosa semelhante da parte de uma agência de comunicação afecta ao PSD. Terá de incluir: "onde estão as provas?", "inveja", "media loucos".
terça-feira, 7 de abril de 2015
A cultura, a civilização, o humanismo, o Estado de Direito:
Um elemento da Ordem dos Médicos denunciou hoje que há médicos condenados por pedofilia que continuam a trabalhar com crianças, situação que seria evitada se fosse cumprida a legislação sobre o recrutamento de profissionais em contacto com menores.
Um médico condenado por qualquer coisa relacionada com homofobia, antisemitismo ou racismo a trabalhar com gays, judeus ou pretos e não se ouvia falar de outra coisa durante uma semana.
As crianças? Cala-te, vigilante incivilizado.
Um médico condenado por qualquer coisa relacionada com homofobia, antisemitismo ou racismo a trabalhar com gays, judeus ou pretos e não se ouvia falar de outra coisa durante uma semana.
As crianças? Cala-te, vigilante incivilizado.
O Anti-Cristo
Ia descer sobre a Europa.
Quem o denunciou, com a voz de trovão da incontestada autoridade moral de quem ganha a vida a dender o povo nos estúdios de televisão, nas colunas de jornais e nas ventosas esplanadas das pastelarias onde vai gizando novos partidos e plataformas ( para defender o povo), foi o doutor Daniel Oliveira:
Não devemos fazer confusão. O FMI e o Fundo de Estabilização Europeu não nos vão salvar. Este empréstimo, a juros usurários e em troca de condições que nos transformariam num país da América Latina dos anos oitenta, não é um gesto de solidariedade. Pelo contrário. Trata-se de isolar o infectado para salvar o países mais fortes e o seu capital financeiro.
A quarentena não salvará o doente, como se vê pelos resultados trágicos na Grécia e na Irlanda.
Quem o denunciou, com a voz de trovão da incontestada autoridade moral de quem ganha a vida a dender o povo nos estúdios de televisão, nas colunas de jornais e nas ventosas esplanadas das pastelarias onde vai gizando novos partidos e plataformas ( para defender o povo), foi o doutor Daniel Oliveira:
Não devemos fazer confusão. O FMI e o Fundo de Estabilização Europeu não nos vão salvar. Este empréstimo, a juros usurários e em troca de condições que nos transformariam num país da América Latina dos anos oitenta, não é um gesto de solidariedade. Pelo contrário. Trata-se de isolar o infectado para salvar o países mais fortes e o seu capital financeiro.
A quarentena não salvará o doente, como se vê pelos resultados trágicos na Grécia e na Irlanda.
segunda-feira, 6 de abril de 2015
Disgrace
A Igreja Católica nega o abuso sexual de crianças, a esquerda LGBT friendly prevê o linchamento de pedófilos. Nada que nos espante por aí além.
Numa semana de discussão sobre a implementação do modelo inglês de prevenção do abuso sexual de crianças, tivemos, por coincidência, estas declarações do bispo. No pasa nada, é tudo assunto de histéricos justicialistas. O Papa Bergoglio , por exemplo, deve ser um dos histéricos.
O assunto presta-se a curiosos artigos, como este, emulando o actual estilo do dr. Mário Soares, o que se compreende: não querendo saber como funciona o modelo inglês, a comandita marca o terreno do beau monde e copia. Acontece que é no outro lado dos muitos interessados em a abafar o assunto, a esquerda LGBT friendly, que se pratica o mais epectacular reaccionarismo. Entre muitos outros exemplos, Ricardo Araújo Pereira, no governo sombra, deu voz ao argumento: listas de pedófilos afixadas nos candeeiros públicos, homens arrancados de casa e despedaçados à paulada.
Neste assunto, como noutros, vemos bem a ideia que os dois projectos de sociedade têm do povo: o primeiro julga-o burro, o segundo acha-o monstruoso.
domingo, 5 de abril de 2015
Há velhos que fazem filmes aos 105 anos e há os outros:
António-Pedro Vasconcelos escrevia no CM, de quinta feira, que já não há políticos como Roosevelt nem cineastas como Capra. Soares escreveu no DN que agora há guerras como nunca houve. Pacheco Pereira repete à exaustão que já não há políticos como De Gaulle, Sá Carneiro ou Cavaco Silva ( eu sei, o texto já é do século XXI, mas a velocidade não perdoa).
Sá Carneiro, foi o fascista bígamo, Roosevelt foi apelidado de fascista pelo Partido Comunista Americano dois meses depois de ser eleito e fascistóide pela esquerda liberal por causa disto.
De Gaulle, nos maoístas anos 60, foi o alvo de toda a esquerda
europeia. Por outro lado, guerras suaves e civilizadas foram a I e a
II: do gás mostarda ao gás nazi.
Há duas formas de aceitar a passagem do nosso tempo: com raiva ou com elegância.
Há duas formas de aceitar a passagem do nosso tempo: com raiva ou com elegância.
Domingo de Páscoa
Michelangelo da Caravaggio, A Incredulidade de S. Tomé, 1602
Tu andas nesta sala como um homem
o que para um deus é muito pouco
ainda que por louco alguns o tomemTu podias chegar às árvores mais altas
Cuspi-te apunhalei-te
com o punhal de gestos que me deste
e então depois acreditei em ti
que és a única possível companhia
Ruy Belo, Homem de Palavra[s], 1969
sexta-feira, 3 de abril de 2015
Tantas voltinhas
Ao contrário do que pensam os bimbos, para o PS socrático ( que ocupa 99% do espaço mediático atribuído ao PS) aceitar um candidato presidencial de esquerda , é condição sine qua non louvar Sócrates.
Como bem avisei a tempo, o Eduardo dá o mote nestas voltinhas ao carrossel .
Adenda : um politiqueiro ( não político...) profissional, cuja cabeça rachada ao meio daria dois belos bidés, nunca fez nada na vida a não ser politiquice ( salvo uns cursos de desenho no tempo livre de Bruxelas), aqui, sem voltinhas.
Como bem avisei a tempo, o Eduardo dá o mote nestas voltinhas ao carrossel .
Adenda : um politiqueiro ( não político...) profissional, cuja cabeça rachada ao meio daria dois belos bidés, nunca fez nada na vida a não ser politiquice ( salvo uns cursos de desenho no tempo livre de Bruxelas), aqui, sem voltinhas.
Sexta-Feira Santa
Salvador Dali, O Cristo de S. João da Cruz, 1951
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quinta-feira, 2 de abril de 2015
Quinta-Feira Santa
Paul Gauguin, Cristo no Jardim das Oliveiras, 1889
então sussurrou: um de vós me trairá, e então olharam
todos uns para os outros a ver onde haveria algum
sinal nefando, mas nenhum deles sentiu em si
mesmo qualquer anúncio de crime e culpa,
depois foram dali dar uma volta fora de muros e,
cansados de palavras e passeios, deitaram-se
debaixo de umas oliveiras, e adormeceram,
límpidos e vazios como os desertos derredor,
e toda esta história acabou bastante mal, como aliás
acabam todas as histórias de grupo:
e um deles disse que não, não senhores, ele cá não sabia
nada dessa cabal de mestre e discípulos, nem
participara em reuniões clandestinas, nem queria
derrubar o regime, etc. e tal, o costume,
e todos os outros, de uma ou outra maneira, lhe seguiram o exemplo
Herberto Helder, A Morte Sem Mestre, 2014
Cada vez melhor
Depois de na semana passada ter dito isto, o mefistofélico Ralha veio hoje dizer que das 300.000 consultas ( gerais) só 100 foram indevidas " e é discutível que o tenham sido".
O rato tem a companhia da peste.
O rato tem a companhia da peste.
E é um professor
Os marinheiros portugueses ganzavam-se para suportar a viagem ( Garcia da Orta ignorava isto), a maconha será um grande negócio se for liberalizada ( pois, só se for...) e o mundo agora é um prostíbulo ( a virtude foi enterrada em Woodstock).
Adaptando Kraus a este brasileiro: a itchy scalp is not a brain event.
Adaptando Kraus a este brasileiro: a itchy scalp is not a brain event.
quarta-feira, 1 de abril de 2015
A lista (2)
Compreende-se que a lista de pedófilos gere incómodo, tanto à esquerda como à direita.
A esquerda, que andou meio século a pregar a revolução sexual, vê-se na contingência de reconhecer que, afinal, não é proibido proibir tudo. O facto de a pedofilia ser um "desvio" (palavra-tabu que logo evoca a moral judaico-cristã) compartilhado pela burguesia nem por isso a faz esquecer que a criminalização é um recuo estratégico. Há por aí muitos órfãos de Cohn-Bendit.
A direita também tem os seus fantasmas. A lista levanta questões de direitos e liberdades e a direita tem aquele velho hábito de lhes preferir a segurança ou a defesa da família (dizem eles). Ora, a direita quer-se agora liberal e outro dos seus velhos hábitos, a fraqueza de pensamento, vê-se exposto com dilemas que fogem à cartilha. O caso é demasiado sério para ir à Wikipedia, como fez o Governo. Daí o silêncio ou o embuste.
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