domingo, 22 de março de 2015

Come chocolates, pequena, come chocolates

Isabel Moreira:

Os ingleses têm como ministra da justiça Paula Teixeira da Cruz, não é?
Moreira não fala por mim. Não sou extremista ( não chamo prostitutos e putas aos/às colunistas do Correio da Manhã) . Também não me ensina  resumos  de psicologia tal como não lhe ensino nada a ela sobre direito: muitas coisas haveria a dizer sobre essa distinção  pedofilia/parafilia, mas não é hoje.
Tenho filhos e isso não faz de mim um tresloucado. Isso não interessa porque  há outros que são, não é? A lei pode ser mal utilizada, não é? Seria de rir  se o assunto não fosse de cães: todas as leis neste país são perfeitas ? Nenhuma  desagua em abusos? Pois é: gato com rabo de fora.
As mulheres deste  país são abatidas como gado, as crianças, no mais liberal clima sexual que já vivemos, são  frequentemente  molestadas.   Ha mais visibilidade, não é? Pois há. No tempo do fascismo,  comparação a que Moreira  recorre muitas vezes, o deficiente  do Lugar  da Marrã era enrabado com minúcia   e a família  nem pensava em acusar o capataz das terras. Badamerda.
O pouco que se puder fazer, como os ingleses fizeram, é muito. Quem não jogar as regras, lerpa.  Seria simples se as crianças votassem,  tivessem lóbis e fossem amigas de artistas e jornalistas de Lisboa.



5 comentários:

  1. Filipe, sobre a senhora em questão, nada direi, porque já disse aqui, justificando, o que penso sobre ela (fi-lo a propósito da adopção por casais constituídos por pessoas do mesmo sexo).
    Quanto ao abuso sexual de menores, e sendo certo que a lista levanta questões, quando ponho na balança os prós e os contras, creio que nada é mais importante do que a defesa dos mais desprotegidos, e não vislumbro quem seja mais desprotegido do que uma criança face a um abusador sexual de menores. Se pode dificultar ou impossibilitar a reinserção dos abusadores? Sim, claro. E depois? Há mundos perfeitos? Antes isso do que mais uma criança abusada.

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    1. Carlos, isto depende muito do que se pensa sobre o abuso e sobre a tal distinção, mas , para já, estaremos de acordo num ponto: uma lei que não é perfeita, que pode ser mal utlizada, mas que também pode ser boa e bem utilizada.
      Já sobre o "estigma", pelos vistos só se aplica aos ex-condenados. E bem, porque as crianças abusadas têm condenação perpétua.

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    2. Filipe, como quase todas as leis. Esta, sendo caso disso, poderá ser aperfeiçoada. É uma matéria muito delicada relativamente à qual tenho muitas dúvidas, mas, no que concerne aos riscos associados, se esta lei diminuir o risco para as crianças, o risco que fica do lado dos abusadores é algo que não me repugna.
      Aquando do escândalo Casa Pia, vi muita gente muito chocada com os nomes que eram queimados em praça pública. Se, por um lado, é certo que foi um episódio lamentável com algum aproveitamento até do ponto de vista político-partidário, por outro, é uma pena que essa mesma gente não se tenha chocado do mesmo modo com o facto de uma instituição que deveria ter protegido menores os ter prostituído durante décadas com o conhecimento das mais altas figuras do Estado (pelo menos, a fazer fé nas declarações de uma secretária de Estado do início dos anos 1980).

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    3. «E bem, porque as crianças abusadas têm condenação perpétua.»

      Nem mais.

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