sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

O Principezinho

João Soares, o novo ministro da Cultura, declarou ao DN que a manutenção da colecção Berardo em Portugal é uma prioridade do Governo. Se bem se lembram, Berardo emprestou a sua colecção ao CCB em condições leoninas (por cortesia do inevitável Sócrates), que previam, além da cedência de um espaço privilegiado e da obrigação de o Estado português adquirir novas obras, uma outra obrigação que provocou então grande celeuma: a de o mesmo Estado comprar a dita colecção no fim dos dez anos do empréstimo. Que termina em 2016. Por outras palavras, Soares anunciou publicamente que está disposto a dar o que Berardo pedir. A isto chama-se saber negociar. Como táctica para subir o preço, seria difícil fazer melhor. Nada contra - apenas que vamos ser nós a pagar a indiscutível inépcia do ministro e o discutível gosto do comendador. Antes de brincar aos mecenas, o Principezinho devia ler Maquiavel.

3 comentários:

  1. Há que compensar os serviços prestados no assalto ao BCP. Esta Roma paga a traidores.

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  2. É isso mesmo. Se houvesse jornalismo a sério em Portugal, já há muito que alguém tinha investigado a ligação entre o papel de Berardo no assalto ao BCP e a recompensa que recebeu sob a forma de metade da área de exposições do CCB e a prometida compra pelo Estado da sua colecção.

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  3. Caríssimo Pedro, parece que afinal o Comendador "Joe Bera" só quer manter perpétuo o contrato de leasing:
    http://www.cmjornal.xl.pt/cultura/detalhe/berardo_custa_41_milhoes.html

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