O primeiro teórico do "Estado Islâmico" foi Abul Maududi, que inspirou Shariati, o grande professor de Khamenei e de Mothari, o bulldog de Khomeni. Este foco da escola de Qom tem tanta importância como a universidade de Al-Zahar.
Maududi propunha o Estado Islâmico em 1926: um forma de governo, nem secular nem monárquica, e que prometia um retorno - através da governação moral e da implementação da sharia - à comunidade primordial do Profeta e dos seu seguidores. Todos sabemos que foi Qtub , que pregou a morte aos cristão e aos judeus em convenções públicas realizadas nos EUA, quem deu seguimento ao projecto de Maududi. Mais tarde, Azzam e Ben laden, discípulos de Qutb seguiram a sua propria via.
Azzam foi assassinado em Novembro de 1989, em Peshawar. Em 1979 tinha emitido uma fatwa histórica. Apelava à jihad contra a URSS, o que permitiria aos mujahideen afegãos a criação de um Estado Islâmico. Todo o bertoldo ignorante repete hoje que foram os EUA a desestabilizar a região, mas a verdade é que foi a invasão soviética do Afeganistão o motor do processo. A jihad de Azzam era uma fard ayn, uma obrigação individual de todo o muçulmano em qualquer parte do mundo. A jihad tornava-se global, o proto-estado islâmico via a luz do dia. A razão pela qual o Irão luta hoje ao lado dos EUA contra o ISIS prende-se com o desprezo dos descendentes de Azzam e Maududi pelo clero tradicional xiita e pela sua, literalmente, realpolitik na região.
Baghdadi, não por acaso dizendo-se descendente do profeta, ficará na História como apenas mais um a tentar a utopia de Maududi.
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