domingo, 23 de fevereiro de 2014

A velha esperança


1) Constança Cunha e Sá, ainda mais enraivecida do que o habitual e em choque com o aparecimento de Marcelo, explicou que a plateia não percebeu nada do discurso do professor, que este partido  acantonado é uma jolda de burros.Também ficou indignada porque a plateia de burros apupou o nome de Pacheco Pereira, que, como Vasco Pulido Valente recordou na semana passada,  passa a vida dizer que este PSD é, literalmente,  uma comandita mafiosa. Realmente, não se faz.

2) Sá Carneiro ( o cepo das marradas, até um hamster se reivindica herdeiro) e  Cavaco , ou seja, o PSD,  deram as duas sapatadas neste país da revolução inacabada. Um arrumou o Conselho da Revolução, o outro  desmugabizou a economia os media.  O actual  PSD, aos tortolos, com muitos erros, quis assumir a terceira mudança sob  a protecção da troika.

3) Essa mudança só não a vê quem vive no passado ( coisa diferente de o estudar). Não há um conflito geracional ( uma tautologia), há uma substituição geracional. A informação e a tecnologia fizeram das novas gerações ( incluo  trintões e quarentinhas) gente que pensa no imediato e sem ligação a quadros doutrinários. As vacinas,  grega, irlandesa  e espanhola,  ensinaram que as mudanças têm de ser feitas não porque sejam boas em si, mas porque são necessárias. A rapidez da emigração mostrou a rapidez da adaptação.

4) Há uma parte da população que está a sofrer e vai sofrer ainda mais: os velhos, os interiores. A esquerda seria o braço da suspensão capaz de amortecer esse sofrimento. Acontece que os velhos  e os labregos católicos das aldeias nunca interessaram à esquerda mediática radical-chic. Acha-os uma estucha, refere-se a eles com sarcasmo ou desprezo, troca-os pela agenda LGBT, os touros, o piropo, os Mirós: o que estiver à mão, nos intervalos do fazer e desfazer de plataformas e partidos unificadores. O PCP sozinho não dará conta do recado.

5) A Velha Esperança, do meu ponto de vista, seria a ala crítica do PSD que abandonasse a pompa e  o ódio demencial à direcção do partido e influenciasse, corrigisse o tiro, obrigasse  o partido amortecer os efeitos da mudança nos mais desprotegidos. Isto implicaria trabalhar dentro do PSD e não nos media. Tenho pouca esperança.

8 comentários:

  1. Filipe, bem visto. No entanto deixo duas observações:
    Ponto 3) o facto de ser uma substituição geracional (e não o dito conflito geracional) não torna boa a ausência de quadros doutrinários ou a incapacidade de pensar politicamente, nomeadamente a outros prazos que não o imediato.
    Ponto 5) Trabalhar por dentro dos partidos? A sério? Só se for assim como o Passos Coelho trabalhou no PSD nomeadamente durante a liderança de Manuela Ferreira Leite.

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    1. no 5): mas assim não saímos da cepa torta, Joana.
      Não é uma situação excepcional? Então...

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  2. Para quem nada o dispõe à acção até desenha bons planos de acção.

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  3. este pacheco do psd-ml nunca perderá o hábito de raciocinar para o lado e para trás. ora 'para trás mija a burra'. está muito pior que o Vital Moreira.
    sendo FNV considerado do 'interior'
    tem ideias muito arrumadas

    pior que isso é viver no literal e ser inferior

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