terça-feira, 22 de setembro de 2015

Previsão: uma esquerda esclerosada

Já sabemos que, mais ponto menos ponto, seja quem for que vença, as eleições de dia 4 representarão um incrível desperdício das esquerdas portuguesas  depois de quatro anos de austeridade. E há razões para isso.

1) A mistificação:

Previram a revolução e o caos, falharam. Era uma boa ideia. Por que falhou? 
 Falhou  porque quiseram pintar o ajustamento como letal para os mais fracos, mas quem o pagou  foi a classe média. Este sinceramente vosso conduz um Opel Astra, não passa fins de semana em Formentera e viu retido 40% do seu rendimento.  Durante estes anos habituei-me a ver doentes que ficaram desempregados com mais de dois anos de subsídio de desemprego. Estes não fariam a revolução. Os miúdos foram para fora sem grandes queixumes. Sobraram os velhos e os pensionistas: a verdade é que nem de perto nem de longe o aperto  deles se comparou ao da classe média. Eram pobres, continuaram pobres.

2) Um disco a  riscar desde 1975:
Em 2008:
Para a esquerda comunista e comunista-like, estamos em ataque à democracia desde 1975. Não admira que não cole, admira que não o percebam.

3) A jactância

Nem com quatro anos  de austeridade  a esquerda portuguesa abandonou o tecido feudal  e o arrivismo revista Caras. O tecido feudal é o do PCP, já vimos no ponto anterior: riscar o disco, segurar os clientes.
O arrivismo revista Caras foi estelífero durante a austeridade. Em vez de cerrar fileiras e os dentes, a esquerda de pastelaria desdobrou-se em plataformas, movimentos, frentes, alternativas. Todos são génios revolucionários no facebook, nos jornais, no twitter. Como é óbvio, sendo todos génios, os outros são todos limitados. O povo olhou para isto como se de uma açulada de podengos se tratasse.

4) o PS:

Estava no caminho para o poder quando um conjunto de intelectuais se abespinhou com os resultados das autárquicas e  europeias. A ideia era uma vassourada e Seguro só venceu. Danados com a realidade, instalaram Costa. O problema principal nem foi esse. O problema  principal foi colarem a Costa o desprezo de casta pelo esforço das pessoas. Assim, durante todos estes anos, rangeram os dentes a cada indicador positivo, a cada nova empresa ou linha de negócio. Alguns  apoios, como a ala socrática,  muitos media, Pacheco Pereira etc , foram impecáveis  no papel. A coligação agradeceu ficar sozinha a recolher louros que nem eram inteiramente seus.

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