quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Voto inconsciente ( 1)


Interessam-me muito esta eleições porque o elemento decisivo será psicológico. Não há programas nem promessas que contem e nenhum dos principais candidatos  a líder tem especial carisma. O que está em jogo é uma operação psicológica e temporal: não repetir o passado.
Uma sociedade que se organiza em torno de uma proibição pode tornar-se quase primitiva. As características-lâmina são  margens estreitas que durante uma crise pública separam fases mais ou menos estáveis do drama social. Na fase  final  existe uma reintegração do que deu origem ao cisma. Ora, é curioso notar que o pedido de resgate e programa austeritário subsequente formam um módulo que a coligação tem usado melhor do  que o PS:
A coligação exibe a redenção   pelo violar da regra sagrada: sobrevivemos  apesar  de. O PS  tenta prolongar o estatuto de drama social e crise pública, tentando assim, compreensivelmente, compensar as consequências. 

2 comentários:

  1. Concordo totalmente: numa altura de decisões sérias ninguém vai olhar para programas ou promessas (estes servem apenas para que a oposição do futuro atire o quão distante está do que foi prometido). As pessoas vão olhar para o passado.

    A Democracia tanto serve para expulsar um mau governo (coisa nada desprezável) como para não repetir um péssimo.
    E acho que é por aqui que vamos: Passos Coelho não excita ninguém mas o Costa é Socialista....safa.

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    1. Estou 100% de acordo! E acrescento: alguma vez um partido socialista pôs ou deixou um país melhor do que estava antes?

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