Um improvável par de estalo em duas edições especiais.
Cidade recolhe ( A Poesia Lírica cultista e conceptista , Lisboa 1942) poesia do século XVII, sobretudo através da Fénix Renscida, por sua vez recolha feita por Matias Pereira da Silva em cinco volumes publicados entre 1716 e 1728. E descobre este bombom anónimo:
Vida que não acaba de acabar-se,
Chegando já de vós a despedir-se,
Ou deixa, por sentida, de sentir-se,
Ou pode de imortal acreditar-se.
J.M. Fernandes Jorge, muito esquecido por estes dias , chega numa colecção de ensaios ( Paisagem com muitas figuras, Assírio, 1984) sobre arte portuguesa ( sobretudo). É um bom arquivo e tónico para a memória. Textos sobre Jorge Molder, Álvaro Lapa, Noronha da Costa, Cesariny, Cutileiro e muitos outros. A página tantas, Jorge inclui um pedaço dele num comentário:
A mecânica que conduz o mundo ocidental é percorrida, cada vez mais, pela noção "devoram-se uns aos outros na indiferença do coração".
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