sexta-feira, 27 de março de 2015

Kamikazes e testes psicológicos

Comecei a trabalhar com testes psicológicos em França, em 1989, dirigi o gabinete de testes psicotécnicos do Centro de Selecção e Recutamento da Região Militar Centro, em 1993, ao longo de vinte  e cinco anos como psicólogo usei muitas vezes testes projectivos. Tenho obrigação de ter uma opinião razoável e fundada sobre  a segurança que estes instrumentos podem fornecer para prevenir  incidentes como o dos Alpes: nenhuma.

A palavra  um famoso não-kamikaze:


Haruo Araki comandou a Unidade do Ar Eterno. Em  1945, escreveu à sua mulher Shigeko: Amanhã esmagarei o meu avião contra um navio inimigo, atravessarei o rio para outro mundo. Agora sei que fui frio e cruel para contigo. Por favor  desculpa-me.

Nenhuma bateria de testes pode detectar a vontade de morrer. Arrastando centenas de pessoas nessa morte, ainda menos. O piloto do avião dos Alpes, como o outro que se despenhou na Namíbia, ao contrário dos kamikazes e de um suicida comum, não  quis  apenas morrer por uma causa  ou suicidar-se.
Tanto quanto podemos supor, estas pessoas são incapazes de elaborar o desejo de morte, por isso este aparece de repente, impulsivo e despersonalizado. O homem era tratado há anos, o seu terapeuta conhecia-o bem e não detectou nada.
Um canalha piloto está na RTP   a explicar que os colegas são sujeitos a muito stress e que o piloto dos Alpes quis punir a companhia ( e cento e tal pessoas).  I rest my case.

1 comentário:

  1. Já nem se pode dizer que será preguiça (aquela tirada do marxismo recauchutado pret à porter. Sempre à mão). É, verdadeiramente, indigência moral!! (refiro-me ao piloto da dialéctica)

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