Compreende-se que a lista de pedófilos gere incómodo, tanto à esquerda como à direita.
A esquerda, que andou meio século a pregar a revolução sexual, vê-se na contingência de reconhecer que, afinal, não é proibido proibir tudo. O facto de a pedofilia ser um "desvio" (palavra-tabu que logo evoca a moral judaico-cristã) compartilhado pela burguesia nem por isso a faz esquecer que a criminalização é um recuo estratégico. Há por aí muitos órfãos de Cohn-Bendit.
A direita também tem os seus fantasmas. A lista levanta questões de direitos e liberdades e a direita tem aquele velho hábito de lhes preferir a segurança ou a defesa da família (dizem eles). Ora, a direita quer-se agora liberal e outro dos seus velhos hábitos, a fraqueza de pensamento, vê-se exposto com dilemas que fogem à cartilha. O caso é demasiado sério para ir à Wikipedia, como fez o Governo. Daí o silêncio ou o embuste.
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