quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

"Je suis Charlie " uma ova....


É  interessante reler as opiniões e o debate quando o semanário publicou as caricaturas de Maomé. Não sei se se recordam que muita gente pôs água na fervura: "ohlálálá... e tal, também eram exageradas, há que haver respeito, etc". E é interessante recordar que muitos destes arrefecimentos vieram de católicos e, de entre estes, de fanáticos anti-judaicos, mas também de cosmopolitas: lembro-me de uma equivalência particular que recordava  "os protestos da  Igreja quando foi exibido o Je vous salue Marie do Godard". Como se fosse tudo igual.
Faço uma  antena islâmica há cerca de oito anos e acontecimentos destes não me espantam. O  debate  há muito me  interessa ( aqui numa troca com o Daniel Oliveira a propósito do assassínio  de Theo van Gogh). As coisas evoluíram muito, hoje seria  impensável muçulmanos como  Soroush ou Shabestari  viverem sem protecção policial. E aqui bate o ponto.
Se querem ser Charlie, os media portugueses podem começar por publicar caricaturas de Maomé. Depois falamos  de "solidariedade". Até lá é paleio. E cagaço.

12 comentários:

  1. caro FNV,

    e o Expresso que neste link teve como imagem esta excelente caricatura, mas apenas por uns minutos?

    :(

    ResponderEliminar
  2. O que eu acho mais impressionante do meio disto tudo é a hipocrisia condenatória do Ocidente, ao mesmo tempo que lida - de igual ou mesmo subserviente - com países que têm ou promovem correntes integralistas (salafistas, neste caso) do Islão.

    Quando ouço e leio pessoas mais preocupadas com o Irão dos Ayatollahs ou a Síria ou o antigo Iraque dos Ba'athistas e consideram "normal" ou "aceitável" coisas como o Wahhabismo saudita, é de bradar aos céus.

    ResponderEliminar
  3. Há exactamente um ano, a liberdade de expressão não era tão importante... http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=3618936

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Como em Portugal não podes publicar um artigo num jornal defendendo o fascismo ( está na CRP)
      É preciso ser muito estúpido para confundir incitamento ao ódio com o humor.

      Eliminar
    2. Filipe, onde está isso na CRP??

      caramelo

      Eliminar
    3. "associações", Filipe... lê outra vez, agora com atenção.

      caramelo

      Eliminar
    4. bem, começamos com essas cenas do "não sabes ler", acaba com o "vives num buraco", desculparás mas tenho mais que fazer.
      Quem trabalha no TC já me explicou vezes sem conta que se eu escrever um artigo promovendo ideologai fascista ou xenófoba, ou nazi, incorro num crime e isso está na leitura que se faz CRP no artigo referido :

      http://www.direitosedeveres.pt/q/constituicao-politica-e-sociedade/liberdade-de-expressao/a-luz-da-lei-portuguesa-ha-opinioes-que-sejam-proibidas-expressar-publicamente

      Eliminar
    5. Dizias tu: "Como em Portugal não podes publicar um artigo num jornal defendendo o fascismo ( está na CRP)"
      Perguntava-te onde.
      Remetias para um artigo sobre associações, não sobre defesa de ideologias em jornais ou na internet (estou careca de ler)

      No teu link: "...apesar de proibir a existência de associações racistas e fascistas, não é proibido que uma pessoa se assuma racista ou defenda a ideologia fascista."
      O resto, o crime, é o incitamento à discriminação, a injúria, a difamação, etc., o habitual.
      Mas pronto, pergunta lá a quem sabe.
      caramelo

      Eliminar
    6. Poder podes, lerpas é depois, como é óbvio.
      Concluo que , para ti, portanto, não há fascistas nem neonazis em Portugal que consigam publicar nos jornais ou em livros.
      Bem hajas.

      Eliminar
  4. Uma das "equivalências" não linkadas está aqui:
    http://marsalgado.blogspot.pt/2006/02/vinte-anos-depois-gosto-de-ver-e.html
    PC

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Caro Prof., linkadas seria impossível, ainda estão actuais , mesmo depois do massacre: há dezenas.

      Eliminar