quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Pressuponho que

A Ana Matos Pires, do Livre, também seja uma vendida à propaganda do governo.
São dias de lixo, são.

9 comentários:

  1. Por vezes, parece-me que se perdeu noção de tudo. E, sobretudo, há quem não perceba que misturar tudo no mesmo saco retira força aos casos em que existem razões para acusar/reclamar -- e eles existem..

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    1. Quem perdeu a noção é quem pensa que se corta impunemente na saúde. Quem perdeu a noção é quem julgue que é quebra na qualidade dos serviços de saúde é propaganda.

      Eu leio aqui o blog e com tanto jornalista esquerdista, jihadista, amigo de terrorista, boaventurasousassantistas, não houve um que perguntasse ao minstro porquê? Porquê cortaram o dobro do pedido pela troika?

      "A OCDE afirma num relatório que compara os cortes na saúde em vários países que Portugal reduziu o dobro do que tinha combinado com a troika, entre 2011 e 2012."

      www.noticiasaominuto.com/economia/41747/portugal-cortou-o-dobro-na-sa%C3%BAde-do-acordado-com-a-troika


      João.

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  2. Parece-me que esta não escreve mais no blog

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  3. Não sei. Para compensar a histeria, anda a coisa a ser despachada com o argumento do: “oras, um idoso de 91anos com traumatismo craniano e um histórico de doenças, morre mais facilmente do que um rapaz de 19 anos sem traumatismo craniano e sem histórico de doenças”… Com um bocadinho mais de substância, não muita,, veio o ministro Macedo dizer que ele, durante aquelas horas esteve sempre a ser tratado. Como? Eu teria umas questões a colocar nesse caso concreto, mas certamente, se as fizesse, seria corrido por especialistas, certamente cheios de razão. Sei, pelo menos, que o argumento de ele ser velhinho podia ser melhorado. E que é irrelevante se for histeria. Dias de lixo é outra coisa. É ver tanta gente que entra nos hospitais pelas urgências, para ter cuidados médicos que de outra forma não teriam e os hospitais com menos pessoal médico e auxiliar. Isto é que é dias de lixo, o resto, más ou boas noticias, é papel de jornal. Isto de as pessoas ficarem deprimidas por causa de noticias de jornal é uma treta. Não acontece isso a ninguém. Fica-se deprimido por falta de cheta.
    Temos sorte por termos feito entretanto o SNS, ou seria muito pior. Veremos como o superstar Macedo o deixa quando sair e quais os índices de saúde da população nessa altura. Isso é a única coisa que interessa, é por ai que é avaliado.
    Carlos, eu continuo a sentir que os casos que conheço me continuam a dar a mesma força para reclamar, nem mais, nem menos. Desconfio que mais, dia a dia.

    caramelo

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    1. Caramelo, repare: eu nem recorro ao SNS neste momento. Em face do que a Ana Matos Pires escreveu, e se não há mais nada, noticiar isto como sinal do mau estado do SNS é fazer uma tempestade num copo de água. Por vezes, morre-se mesmo e não há nada que possa ser feito. Dito isto, parece-me óbvio que não é por alguém ter 91 anos que deixa de merecer todos os cuidados médicos que possam resolver o seu problema, como também me parece óbvio que é uma pessoa mais frágil e com menor resistência a um traumatismo craniano.

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    2. Carlos, para começar, repare que eu não tenho dúvidas nenhumas de que há aproveitamento político disto. Diz-se aí em Inglaterra, boys will be boys, e eu digo, políticos são políticos. É da sua natureza, como se diz do crocodilo. Mas agora passando ao que interessa mesmo, existem de facto falhas nos cuidados de saúde provocadas pela crise, desde falta de meios a um acesso anormal. Não são opções de gestão hospitalar, é da crise. Também é da natureza das coisas, quando se fazem certas opções de natureza politica sobre as prioridades do estado. Os nossos media são pobrezinhos, mas não no sentido que por vezes se pensa. Não são dominados pela esquerda; são dominados pelo conformismo e conservadorismo. Faz falta um programa como aí têm na BBC, o Panorama, com uma reportagem pelas urgências e corredores dos hospitais, etc, e tantas outras.
      Sobre o velhinho, apenas direi isto e mais nada: uma pessoa idosa e com aquele quadro clinico, precisamente por ser um caso extremo de fragilidade, tem sempre que ter um cuidado diferenciado de outros, mais célere, mais acompanhado, etc. Daqui, venham os especialistas que vierem, não arredo pé. Se foi feito isso neste caso, tudo bem, mas que alguns despachem isto com apreciações sumárias do tipo “estas coisas acontecem aos velhinhos”, tudo mal e faz-me desconfiar.

      caramelo

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    3. Caramelo, para simplificarmos, devo dizer-lhe que não discordo de nada do que escreve. Mas digo-lhe isto: antes da crise, não me parece que o SNS fosse o melhor dos mundos. Isto não significa que eu seja contra a existência do SNS, até porque sempre que tive um problema mais sério, optei pelo SNS; em coisas menores, por comodismo e porque não me apeteceu esperar, recorri ao privado. Creio que o SNS enferma de problemas que são pré-crise (entre outros, má gestão e tratamento desigual dos utentes). Com a crise, tudo se terá agravado. Eu acredito, acredito mesmo, que o SNS é uma pedra basilar do Estado de direito. Não vejo nada, absolutamente nada, em que seja mais exigível que todos os cidadãos de um país tenham acesso a melhores serviços do que a Saúde. Levando essa ideia ao extremo (e eu levo), e se o Filipe me permite:
      http://thecatscats.blogspot.co.uk/2013/12/o-valor-da-vida-humana.html
      e
      http://thecatscats.blogspot.co.uk/2014/10/o-valor-da-vida-humana-de-novo_29.html
      Mantenho tudo o que escrevi.

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    4. Carlos, claro que o SNS não é perfeito, longe disso. Mas lembro-me bem como era antes, ainda no velhinho hospital universitário de Coimbra e etc, por aí fora, coisas que agora associamos ao terceiro mundo, e estou a falar da terceira cidade do país. A evolução não foi só física, foi também mental: o grau de exigência; o fazer perguntas; o considerar anormal o que antes considerávamos normal. Isto não foi implantado por decreto com o SNS, vai-se fazendo. Gostei de o ler.

      caramelo

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