segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Kaì sỳ téknon?

Indecente.
Prometeram-me uma revolução na Grécia. Durante anos, sempre que  perguntava se ela tinha ido à casa de banho ou assim, explicavam-me que inevitável, a única forma de luta, que só um burro  não percebia.
Afinal é só mais um fala-barato social democrata e  em aliança com a direita nacionalista: "In truth, a SYRIZA victory will do little to revolutionize Greek society and much less to free Greece from the neoliberal shackles of the eurozone".

5 comentários:

  1. Mais do que saber se Tsipras é Lula ou Chávez http://www.ft.com/cms/s/0/bf1659fe-a32f-11e4-bbef-00144feab7de.html o importante é saber como lidam com isto http://www.foreignaffairs.com/articles/142196/pavlos-eleftheriadis/misrule-of-the-few ecoado aqui http://www.ft.com/intl/cms/s/0/6c55d1ba-980b-11e4-84d4-00144feabdc0.html?siteedition=uk#axzz3PvxwYDB3

    Leitor

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  2. O Syriza ganha as eleições, os neonazis ficam em terceiro, o pasok quase desaparece e para você parece que está tudo como d'antes no quartel de Abrantes.

    João.

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    1. que queres? sou um cripto- revolucionário e não percebo viragens à esquerda com o CDS local no governo.

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    2. Ainda é cedo mas já há alguns sinais.

      "Tsipras é o primeiro líder do Governo grego a prescindir do juramento religioso."

      http://www.dn.pt/inicio/default.aspx

      Quanto ao CDS grego é um sapo que a esquerda tem que engolir. Em todo o caso acho que dada a correlação de forças entre o Syriza e o Anael em termos práticos é mais o segundo a virar a esquerda do que o primeiro à direita. Não é o Syriza que vai viabilizar um governo de direita é o Anael que vai viabilizar um governo de esquerda.

      Mas vamos ver.

      Olhamos para Portugal e vemos Passos, Portas e Cavaco e Costa. É triste.



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  3. A direita europeia já está a colocar pressão sobre a Grécia. Dizem que tem que cumprir o que assumiu (ver "expresso.pt). O que é curioso e, como direi... fdp...é que a troika também assume compromissos que vêm na forma das previsões que coloca nos memorandos que são esses compromissos que a Grécia assume. Quando o desemprego na Grécia cresce muito acima do que a troika previu, a troika não é responsabilizada, ninguém senão a Grécia é responsabilizada. Ela paga pelos seus erros e pelos erros da troika. A troika é assim como um superego brutal, só faz demandas e quanto mais se atende às suas demandas mais longe se fica de seu apaziguamento.

    Deve ser interessante estar numa posição em que o erro não a assiste. Esta é a posição da troika.

    Repare ainda que qualquer político do governismo nacional-coelhista começa por falar nos credores primeiro, nos deveres para com os credores. É a primeira preocupação deles, sempre. A lógica é que o credor não é um negócio que vive de emprestar dinheiro e que como qualquer negócio tem que ter riscos e erros possíveis e passíveis de causar prejuizos, não, para a direira o credor não é um negócio mas um sacrificado, alguém que fez o sacrifício de emprestar o seu dinheiro até contra a sua vontade e o seu melhor juizo de modo que a primeira obrigação moral de qualquer homem e qualquer país decente é não deixar a santa e caridosa alma sem a devida reparação com juros.

    É uma questão religiosa mesmo. O credor e um representante da divindade que dispensa a sua misericórdia sendo o devedor...bom...devedor. Deve à divindade. Como não oferecer toda a sua vida e trabalho à divindade? Seria uma impiedade.

    João.

    PS: como Walter Benjamin viu o capitalismo decorre sob uma dinâmica e uma estrutura religiosa.

    “One can behold in capitalism a religion, that is to say, capitalism essentially serves to satisfy the same worries, anguish, and disquiet formerly answered by so-called religion. The proof of capitalism’s religious structure – as not only a religiously conditioned construction, as Weber thought, but as an essentially religious phenomenon – still today misleads one to a boundless, universal polemic. We cannot draw close the net in which we stand. A commanding view will, however, later become possible.

    Three characteristics of the religious structure of capitalism are, however, recognizable at present. First, capitalism is a pure religious cult, perhaps the most extreme there ever was. Within it everything only has a meaning in direct relation to the cult: it knows no special dogma, no theology. From this standpoint, utilitarianism gains its religious coloring. The concretization of the cult connects with a second characteristic of capitalism: the permanent duration of the cult. Capitalism is the celebration of the cult sans rêve et sans merci.¹ Here there is no “weekday”, no day that would not be a holiday in the awful sense of exhibiting all sacred pomp – the extreme exertion of worship. Third, this is a cult that engenders blame. Capitalism is presumably the first case of a blaming, rather than repenting cult. Herein stands this religious system in the fall of a tremendous movement. An enormous feeling of guilt not itself knowing how to repent, grasps at the cult, not in order to repent for this guilt, but to make it universal, to hammer it into consciousness and finally and above all to include God himself in this guilt, in order to finally interest him in repentance."

    http://www.rae.com.pt/Caderno_wb_2010/Benjamin%20Capitalism-as-Religion.pdf

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