domingo, 5 de outubro de 2014

Fiama/ Hofmannsthal

Trago-os muitas vezes e nunca os juntei. Fiama traduziu poetas alemães, mas Hofmannsthal escapou. Separa-os um século, mas sempre os imaginei próximos como antigos colegas de escola. O seu tom depressivo é  assumido, sério, não procura as tábuas.
Fiama cede muitas vezes ao pastiche ( as aves, os navios etc), mas também não cede de vez em quando. Nova Arte ( (1982):

No fim do atalho ela é a 
ideia mais súbita e clara
que eu concebo. Está a estender
as linhas brancas do seu rasto.

Hugo, cuja vida foi marcada pelo suicídio do filho ( no andar de cima enquanto o poeta almoçava no andar de baixo),  manteve  um amargor educado ( Poemas  póstumos, trad. do alemão de Jean -Yves Masson, adaptação  minha):

E contra vós soará um dia esta sentença:
"Maldito bando de depreciadores do presente!
caminhastes entre  as gerações,
estranhos aos vossos pais,  estranhos aos vossos próprios filhos .

2 comentários:

  1. Amor-próprio e ódio a si próprio são as forças produtivas terrenas mais profundas
    hugo von Hofmannsthal

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  2. Esta posta não devia estar colocada no Desgraças e Tragédias!?

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