domingo, 10 de agosto de 2014
Cara al sol
O meu farmacêutico, doutor estimadíssimo, apresenta-me aos das tertúlias espontâneas como sendo o da extrema-direita do Benfica. Todos se riem, inclusive eu, porque é uma arte passar por tolo no meio de tolos ( futebolísticos, entenda-se).
Sou o Primo de Rivera do Benfica porque defendo um presidente que nunca tenha sido sócio nem simpatizante de outro clube, um treinador benfiquista ( e ambos fluentes em português) e a presença no plantel de uma percentagem avultada de jogadores criados na casa.
O Benfica cosmopolita e democrático é o que ganha de 4 em 4 anos, o dos jogadores comprados e vendidos sem jogar um único segundo pelo clube, o dos miúdos expulsos por serem miúdos, o da camioneta de sérvios, o do tractor a pedal que era tão bom ( só eu não percebia) e afinal foi vendido ao preço da uva mijona para os confins da Anatólia. Será também o das temporadas inteiras de Robertos, Emersons e Melgarejos, que tiveram direito a elas porque o nosso treinador é um Derrida de fino corte e não olha a nacionalidades, religiões, cor de pele ou qualidade.
Enfim, lá estarei logo à noite - diante da televisão, essa Cassandra avariada - a apoiar este Benfica. Que graça teriam as paixões se soubessemos como acabam? O William ( não o cepo que cá jogou, o outro, o inglês) é que a apanhou bem: quem não sabe para onde quer ir chega mais longe.
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