domingo, 31 de agosto de 2014

Golo do Camus


Nem de propósito. Umas das minhas  leituras  deste óptimo e fresco Agosto que está a  acabar  foi de um dos meus heróis. Exceptuando alguns  escritos  argelinos e algumas entrevistas,  só tinha lido os  romances. Ataquei  agora  as Reflexões sobre  a Guilhotina e  a Cartas a um Amigo Alemão, Ed. Folio,  ( ambos fabulosos) . Camus adorava futebol.
O futebol, como a religião, é inimigo das bestas pomposas e alucinadas que nos pretendem orientar. Não é por acaso que usam a corruptela, substituindo a religião pela bola, de Marx ( que nem é exacta, será mais no sentido de  alívio): o futebol é o ópio do povo. O futebol é uma das  manifestações primitivas, anteriores à pulsão jacobina que pretende construir de raiz cada porta, cada rua, cada aldeia, cada sociedade: são  selvagens no coração, civilizadas na forma. Pode ser igualmente brutal e manipulativo, mas não é artificioso.
Hoje esqueço o pó ao Zé Broncas e ao Luís dos Pneus e celebrarei cada golo  como se de um filho  se tratasse. Por acaso quando um deles nasceu estava a ver o Benfica x Lokomotiv, com o Ovchinikov à baliza dos russos, e só interrompi para saber se estava tudo bem.

3 comentários:

  1. nomes franceses interessantes:
    Camus=nariz achatado
    Cresson=agrião, nome duma ministra da agricultura no tempo do vidraceiro
    Ronces= o Silva do vale de Rolando

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  2. Um abraço tipo Saarrtur

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    1. enfim, depois era eu que embirrava ( e o gajo faz várias por jogo)

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