quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Rocha Tarpeia, Olimpo e o síndroma de Estocolmo

1) Este são maus: capitalistas, insensíveis, arrastam o país para o terceiro-mundo.
2) Estes, Lello & Cª, são heróis, guindaram-nos à glória com grande sacrifício pessoal.
3) O politólogo Rui Costa Pinto explica que existe  a percepção errada  e populista que pinta os políticos como uma classe acima das dificuldades e capturada por interesse particulares. Sugere que se dê aos políticos as condições para que a classe seja eficiente  e imune à corrupção.
Sem dúvida, nada como um politólogo para nos explicar como as coisas são mas  deviam passar a ser apesar de sempre o terem sido.

5 comentários:

  1. Duas notas
    Continuas a citar um bastião da esquerda. Genericamente suspeita mas concretamente útil quando é para citar. Escapou-te um lead de noticia do sapo que dizia que os funcionários públicos foram aumentados em 10% com o chumbo do tc:
    http://economico.sapo.pt/noticias/salarios-da-funcao-publica-aumentaram-10-com-chumbo-do-tc_206270.html.
    Até tu deves ter achado que era esquisito, se é que te deste conta.
    A outra
    Claro que é bom que 40 mil sejam aumentados, qualquer coisa é ganho. «Tudo o que vier é bom» é a reação generalizada entre os funcionários das fábricas da região” diz a noticia. Ora bem. Mas também talvez te interesse saber quanto é que o nosso mais brilhante e progressivo setor industrial paga aos seus operários. Aqui, uma noticia de outro bastião da esquerda, mas num dia de suspeita:
    http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=2257629

    Repara, há dois anos era pedido um aumento de 9,6%, para que os trabalhadores escapassem ao salário mínimo, em termos reais, concretos tipo a-vida-como-ela-é, esse aumento já não era grande espingarda. Não estamos a falar de uma indústria em decadência, com patrões em risco de fechar portas, não, é a grande estrela da nossa indústria e dá milhões. Passados dois anos, aumentam 3,5% e a TSF foi lá e viu “sorrisos e satisfação”. É de esquerda, é. Maoista. Os agitadores e desmolarizadores do povo são outros.

    caramelo

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    1. Resumindo: quando é mau é mau, quando é bom é mau.
      Whta's new, pussycat?

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    2. Quem é que disse que é mau? Claro que é bom. Eu disse o contrário? Mas tu às vezes, quando queres, é de uma candura que impressiona. Consegues analisar as sinopses todas de uma pessoa que está diante de ti, e noutras coisas tens essas análises binárias. Então, agora na continuação do meu comentário anterior, vai ver se descobres quais os indicadores sociais nas regiões do Tâmega e do Vale do Sousa. Vê lá bem que não é exatamente um prado em pousio no meio do alentejo, mas sim o dinâmo mais dinâmico do motor da economia portuguesa, que é o norte. Já agora, estás a par do conceito de living wage? Nem tu, nem quase ninguém por cá. http://en.wikipedia.org/wiki/Living_wage
      Uma queixa corrente dos industriais nessas zonas e no distrito de Aveiro, particularmente no calçado, é que querem aumentar a produção, para satisfazer as encomendas, e as pessoas não querem trabalhar, preferindo arranjar esquemas para continuar a receber o subsídio de desemprego. Ora porquê?

      caramelo

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  2. Não se trata de uma dádiva do "capital"! Leu bem: "contrato coletivo, acordado entre a Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes e Artigos de Pele e a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Peles de Portugal". Contrato colectivo e sindicatos, é o que salta à vista.

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    1. Por acaso, é um "dádiva do capital", sim senhor. Meus senhores, o que temos para dar é isto; é pegar ou largar, nunca aumentámos tanto, isto é um grande sacrifício, já vão ter um rico natal, espero que apreciem o esforço, a alternativa é fecharmos as portas blablabl, mais vinte euros para uns e quinze para outros. Então, então... e os lucros históricos e o momento excepcional? Calma, que de um momento para o outro, a princesa pode começar a querer andar descalça. Senhores jornalistas, boa tarde, este é um momento histórico, mudámos o paradigma dos salários baixos em Portugal, blablá, tem a palavra o senhor ministro: Este é um momento de viragem, aliás, mais um, andamos a virar há três anos, hã?
      Já lá vai o tempo em que os sindicatos tinham uma posição de igualdade nas negociações. Esses eram os tempos das trevas, blablabla. A autoeuropa, por exemplo, já é outra coisa, não confundir, embora nem todos percebam.

      caramelo

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