Repare-se neste texto. O que o Bloco dizia em 2009 é o mesmo que diz hoje. Pensamento revolucionário europeu, luta anti-globalização, previsão de confronto social, interrogar o mundo todo" etc. O PCP, 2006, num assunto específico: o discurso é hoje o mesmo, seja na saúde, nos transportes, nos CTT, etc. Podia continuar indefinidamente.
O ponto é este: por que motivo o tal consenso do Manifesto dos 74 abrange a extrema-esquerda, sendo que o documento é muito mais, como dizem os susbcritores, do que uma proposta de política económica, é uma visão de futuro para o país? A teoria da trincheira moral cai por terra porque o manifesto, repito, é ( supostamente) muito mais do que uma solução financeira conjuntural.
Podemos calcular que Ferreira Leite, Bagão Félix, Pacheco Pereira e outros, passaram a partilhar do dasein luso-zizeckiano, mas não parece nada razoável. A alternativa é usar uma grelha política no sentido do campo político
Bourdieu fornece os meios. O campo político é um dos campos que tem como finalidade impôr a visão legítima do mundo social, definindo a acção política como a manipulação necessária para impor essa visão. Bourdieu ocupa-se ( Razões Práticas, ed.port Celta 1997) precisamente das pessoas que estão em posições opostas em quase todos os campos, mas que podem acordar num. O acordo tácito ( escondido refere Bourdieu) é sobre aquilo pelo qual vale a pena lutar. A illusio ( que Bourdieu chega a querer mudar para líbido...) mostra o espírito de campo: não entra aqui ninguém que não seja geómetra.
Podemos, portanto, esboçar uma hipótese. A visão do futuro para Portugal pode ser partilhada por revolucionários e ex-cavaquistas, porque existe uma illusio sobre a mudança social que a troika e o governo estão a impôr, mas também porque essa illusio contabiliza aspectos puramente tácticos, pessoais e de corpo. É por causa destes aspectos que ex-cavaquistas, que assassinaram a alternativa proposta por Sócrates e por uma esquerda dita moderada, partilham agora, looping the loop, a mundivisão expressa em textos do Bloco ( 2009) e do PCP ( 2006).
o que anima estes politiqueiros é predominantemente a frustração.
ResponderEliminara exibição da miséria das suas potiliquices
a miséria tem sempre a mesma %
significa que o MONSTRO consome o que devia ser para 20%
de suburbanos que deveria regressar ao sector I.
quiseram ser suburbanos ... fuderam-se
ResponderEliminarOu talvez porque “há épocas de tal corrupção, que, durante elas, talvez só o excesso do fanatismo possa, no meio da imoralidade triunfante, servir de escudo à nobreza e à dignidade das almas rijamente temperadas.”