Num grande consenso, gizado pelo PCP, trupes maoístas e marxistas instântaneos, resolvemos sair à pressa de Angola e Moçambique. A descolonização não tinha de implicar a destruição, mas implicou. Melo Antunes, lucidíssimo, explicou que os países ficam independentes para o bem e para o mal, mas reconheceu que a cooperação podia, e devia, ter sido maior.
Daí resultou que Portugal recebeu, no espaço de meses, quase dez por cento da sua população, sem uma explosão social, diz Almeida Santos: foi um pequeno milagre ( do PS para a esquerda pode fazer-se estas alusões religiosas sem receber chacota).
Não, não foi. Como não é agora um pequeno milagre que o país se tenha marimbado para os apelos à revolução, à sublevação e ao caos. Hoje, como ontem, pagamos as asneiras contínuas de governantes que reinaram como os condes polacos nas vésperas da Primeira Grande Guerra: nus debaixo dos casacos de vison. E pagamos com a solidariedade, a força e a temperança que faltou a quem nos espetou a conta.
um escritor latino disse (cito de cor)
ResponderEliminar'os dirigentes fazem as burrices,
o povo leva os coices'