Não sei se estamos condenados a empobrecer ( desde que perdemos Malaca tem sido sempre a descer), mas no plano intelectual a coisa não está famosa. Falo do intelectual sobremoderno como Said o descreve: entre a academia e os media, produtor de um discurso inovador sem medo de intervir no presente. Se quiserem exemplos, Aron, Bobbio ou Eduardo Prado Coelho.
Uma tralha pós-leninista e pós-maoísta sobrevive pendurada em Zizeck, que substituiu Chomsky, Debord e Deleuze ( que tinham substituído Sartre) no coração dos orfãos de Hoxa e Mao ( Edward Said não passou, infelizmente, em Portugal dos portões das universidades). Ocasionalmente, ressuscitam Bataille, ignoram Levinas e não ligam pevide a Blanchot ( claro).
No outro extremo do espectro, chafurda-se em Mises, Kristol, Himmelfarb ( Berlin menos, para pena minha), geralmente sob a batuta do prof.Espada, repetindo sem vergonha textos que qualquer pessoa com cartão da Amazon conhece de cor e salteado. Encontramo-los em revistas clandestinas, projectos online, blogues, oscilando entre o plágio e o pueril.
Algumas excepções se foram produzindo. José Gil, Pacheco Pereira ( dos primeiros livros), Carrilho ( no estilo pavão), Pulido Valente, Barreto ( pomposo), poucas mais. Muitos não saem do armário: Tunhas, Fernando Gil ( já não sairá), Barrento. A dificuldade é sempre a mesma: encontrar o tom certo entre a academia e a intervenção.
Pelo contrário, a ponte entre o consumidor e o pensamento é feita por bonecos políticos. O espectáculo é garantido, o vazio quem mais ordena. Os bonecos da Contra-Reflexão são muitos. Dos analistas televisivos ( Marcelo, Mendes, Rosas, Bagão etc) aos descartáveis ( os proletários dos debates de cinco minutos), passando pelas vozes de facção ( António Costa, Pacheco Pereira, Louçã, RaquelVarela etc).
Pelo contrário, a ponte entre o consumidor e o pensamento é feita por bonecos políticos. O espectáculo é garantido, o vazio quem mais ordena. Os bonecos da Contra-Reflexão são muitos. Dos analistas televisivos ( Marcelo, Mendes, Rosas, Bagão etc) aos descartáveis ( os proletários dos debates de cinco minutos), passando pelas vozes de facção ( António Costa, Pacheco Pereira, Louçã, RaquelVarela etc).
Que Barrento é esse a que se refere? Desconheço-o.
ResponderEliminarJá que menciona Vasco Pulido Valente, que se me afigura mais como (óptimo) historiador e não tanto como grande pensador, o que pensa de Irene Flunser Pimentel?
Não leu originais nem traduções feitas por Barrento? Estranho, mas enfim.
EliminarIrene Pimentel? Gosto muito, estive para incluí-la, mas tem sido mais sobre o passado recente. Escrevi sobre ela:
http://declinioqueda.wordpress.com/2013/01/15/duas-boas-biografias-so-uma-biografia/
Não leu originais nem traduções feitas por Barrento?
EliminarNão, por esse motivo fiquei curioso em saber mais. Especialmente porque ainda nem descobri a qual dos Barrentos se refere, visto que o Wook me dirige para três possíveis candidatos.
Não seja por isso:
Eliminarhttp://www.livroscotovia.pt/autores/detalhes.php?id=121