Os verdadeiros versos gongóricos, infelizmente ainda presentes na poesia portuguesa contemporânea, foram escritos pelo próprio: Luís de Gôngora, o "Homero espanhol". Jauregui atacava o cultismo gongórico, não tanto pelo amaneiramento ou pela forma ( Reyes*), antes pela ausência de ideia e objecto poético.
Muita água passou por debaixo das pontes até o cego Feliciano Castilho escrever a Defesa de um Inconstante (1844), mas trago-a porque mistura as alusões cultistas ( Flavónio, Armia etc) com o alvo da poesia: escever ao lado da realidade:
Depois, sofre que ame sempre
em teu sexo a todos grato
os pedaços de um retrato
que a natureza quebrou.
Pois, mas toda a gente pode ser elegante. E Gôngora também consegue nesta fórmula fabulosa que os melhores ermeticos matariam para assinar:
La dulce boca que a gustar convida.
* Conferencia do Ateneo, 26 de Janeiro de 1910
verso fabuloso, tem toda a razão
ResponderEliminar.e com potencial...
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