Para espanto dos povos e salvação da justiça, a Procuradoria-Geral da República arquivou o "caso Tecnoforma", pelo menos no que toca às eventuais ilegalidades do Senhor Presidente do Conselho, perdão, do Senhor Primeiro-Ministro. Um desfecho que, evidentemente, nunca passou pela cabeça de ninguém e iliba o nosso Querido Líder, perdão, o nosso Primeiro-Ministro, de todas, mesmo todas, todíssimas as suspeitas.
Encerrado o caso, há que tirar as devidas conclusões, como muito bem disse o Senhor Presidente do Conselho, perdão, o senhor Primeiro-Ministro.
Por exemplo, que o amor de Passos Coelho ao empreendedorismo é tão grande que não se importou de trabalhar, sem nada receber em troca, em empresas candidatas a fundos públicos cuja atribuição era decidida por amigos e companheiros de partido.
Ou que o regime de exclusividade de Passos no Parlamento não o impediu de fazer viagens a Bruxelas e a Cabo Verde, ao serviço da dita empresa, para fundar universidades em África e projectos de reinserção social na Grande Lisboa, tal era o seu empenho em espalhar o bem e a ciência.
Ou que Passos Coelho é tão altruísta que não recebeu um centavo, excepto umas nunca discriminadas mas certamente modestas despesas de representação, por este meritório esforço de levar o progresso a Oeiras e ao Terceiro Mundo.
Assim sendo, como é que alguém pode pôr em causa o direito ao bom nome e à presunção de inocência do Querido Líder, perdão, do Primeiro-Ministro? Só mesmo reles xuxas que se querem vingar do justo tratamento aplicado ao Vara e à Lurdinhas... Mas não conseguirão! Felizmente, a gloriosa maioria que nos governa impedirá esses atentados contra o Senhor Presidente do Conselho, perdão, o Estado de direito.
Não esquecer que o Secretário Geral da Assembleia da República actuou mui, mui patrioticamente.
ResponderEliminarDepois quando tiveres tempo explica-me o que é uma "pessoa séria".
ResponderEliminarAbraço amigo
Acho que vais precisar de muito tempo...
EliminarPP
Pro bono, pro bono. Somos uns cínicos empedernidos!
ResponderEliminarXisPto
O "arquivamento não terá sido de "mérito". terá sido apenas um arquivamento formal, sem qualquer investigação, uma vez que o teor da denúncia tinha um âmbito temporal já muito "fora" de qualquer possível investigação - ainda que tivessem ocorrido, todos os crimes denunciados estariam prescritos e nunca poderia haver "processo penal acusatório" ( e compreende-se, já que não tem qualquer lógica dispender meios públicos para investigar crimes que, por estarem prescritos, nunca poderão ser objecto de qualquer pena criminal.
ResponderEliminarMas é muito estranho que PPC, se sabia nunca ter recebdido quqlquer dinheiro da tecnoforma, não o tenha afirmado peremptóriamente logo de início - reservou-se para se pronunciar após a Procuradoria Geral da República se pronunciar. Ora, se é certo que há uma grande incompetência nos assessores do PM, estou em crer que todos eles sabiam ( é básico para uma pessoa com o curdo de direito) que a procuradoria logo a determinaria um arquivamento in limine, sem qualquer investigação material ( dado o tempo decorrido) e daí a estratégia escolhida. São uns "Chicos Espertos". Nós somos governados, desde há muitos anos, por Chicos Espertos.