segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Hernâni Cidade / J.M. Fernandes Jorge

Um improvável  par de estalo em duas edições especiais.
Cidade recolhe ( A Poesia Lírica cultista e conceptista , Lisboa 1942) poesia do século XVII, sobretudo através  da Fénix Renscida, por sua vez recolha feita por Matias Pereira da Silva em  cinco volumes publicados entre  1716 e 1728.  E descobre este bombom anónimo:

Vida que não acaba de acabar-se,
Chegando já de vós a despedir-se,
Ou deixa, por sentida, de sentir-se,
Ou pode de imortal acreditar-se.

J.M. Fernandes Jorge, muito esquecido por estes dias , chega numa  colecção de ensaios ( Paisagem com muitas figuras, Assírio, 1984)  sobre arte portuguesa ( sobretudo).  É um bom arquivo e tónico para  a memória. Textos sobre Jorge Molder,  Álvaro Lapa, Noronha da Costa, Cesariny, Cutileiro e muitos outros. A página tantas, Jorge inclui um pedaço dele num comentário:

 A mecânica que conduz o mundo ocidental é percorrida, cada vez mais,  pela noção "devoram-se uns aos outros  na indiferença do coração".

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