Agora: mentira, propaganda, infâmia.
Daqui a um ano: efeito psicologico da mudança.
terça-feira, 30 de setembro de 2014
Castilho/ Gôngora
Os verdadeiros versos gongóricos, infelizmente ainda presentes na poesia portuguesa contemporânea, foram escritos pelo próprio: Luís de Gôngora, o "Homero espanhol". Jauregui atacava o cultismo gongórico, não tanto pelo amaneiramento ou pela forma ( Reyes*), antes pela ausência de ideia e objecto poético.
Muita água passou por debaixo das pontes até o cego Feliciano Castilho escrever a Defesa de um Inconstante (1844), mas trago-a porque mistura as alusões cultistas ( Flavónio, Armia etc) com o alvo da poesia: escever ao lado da realidade:
Depois, sofre que ame sempre
em teu sexo a todos grato
os pedaços de um retrato
que a natureza quebrou.
Pois, mas toda a gente pode ser elegante. E Gôngora também consegue nesta fórmula fabulosa que os melhores ermeticos matariam para assinar:
La dulce boca que a gustar convida.
* Conferencia do Ateneo, 26 de Janeiro de 1910
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Le cirque
Então o governo não ia cair já e não queriam eleições antecipadas?
Então o salário mínimo para o povo esfaimado já não é bom?
Isto é tudo demasiado ético para mim, não estou à altura.
PS, manual de instruções
1) Tendência? Listas adversárias no congresso? Isso é que era bom: só 1/3 do partido é que não votou em Costa.
2) Ética: Enquanto assinava o documento de Coimbra, Costa concorria a Lisboa precavendo a saída.
3) Seguro, primárias? Não contribuiu para nada. Como dizia hoje o Nogueira do Tubo de Ensaio ( TSF), "teve tanto mérito como o gajo que inventou a esferográfica presa ao cordel na cabine de voto".
Conclusão: De chacun selon ses facultés, à chacun selon ses besoins.
Não vai ser bonito
A vitória de Costa foi tão grande que o seu maior desafio, agora, é baixar as expectativas. Do PS, primeiro, que estará a sonhar com a maioria absoluta nas legislativas; dos eleitores, depois, que provavelmente esperam do voto em Costa o fim de todos os problemas; de Pacheco Pereira, por fim, que ontem vislumbrou a chegada de D. Sebastião ao Largo do Rato. Mas a dinâmica de vitória é inegável. Costa vem de duas eleições triunfais (nas autárquicas de Lisboa e nas primárias do PS), tem um comício semanal na televisão e enfrenta um Governo impopular e um Primeiro-Ministro desacreditado. Como dizia o outro, só tem que fazer de morto para ganhar em 2015.
Aliás, será curioso ver como reagem o PSD e o CDS. Ou muito me engano ou Portas, com a sua conhecida lealdade, tentará a todo o custo demarcar-se das políticas mais onerosas da actual maioria, talvez com um olho na coligação à esquerda se o PS não tiver maioria absoluta (uma forte possibilidade). E Passos terá a tentação de cair na demagogia para conseguir um bom resultado. O próximo ano não vai ser bonito.
domingo, 28 de setembro de 2014
PS: o regresso dos aliens
Havia bloggers e analistas que hoje ainda discutiam a possível vitória de Seguro.
É preciso ser muito cepo.
Remar, sempre
A partir de hoje o assunto morre. Costa é sufragado e de 150.000 contos passámos para a excruciante investigação de quantos almoços Passos comeu à conta da ONG. As cartas anónimas deviam incluir facturas detalhadas.
A
mim interessava-me muito mais que se investigasse a fundo as
actividades dos facilitadores de negócios e das procelárias dos
dinheiros comunitários, mas como me lembro bem do fim triste do caso do
Fundo Social Europeu/Partex/Caixa Económica Açoriana, posso esperar
sentado.
Estou à vontade para me divertir com os urros dos justiceiros de ocasião : no tempo do Freeport os meus textos eram citados a par dos do Câmara Corporativa ( pois é...). Este, entre outros, por exemplo.
Como dizem os inteligentes: sou burro, não mudo.
sábado, 27 de setembro de 2014
Sempre tem umas fotos do tempo da Tecnoforma
Para compensar, dr. Ângelo Correia.
Quando as pessoas passam do "não há direitos adquiridos" para o "afinal há direitos adquiridos", lembram-se sempre, por exemplo, do Sá Carneiro.
Em suma, isto agora é uma tristeza, não há valores, enfim, um declínio total.
Quando as pessoas passam do "não há direitos adquiridos" para o "afinal há direitos adquiridos", lembram-se sempre, por exemplo, do Sá Carneiro.
Em suma, isto agora é uma tristeza, não há valores, enfim, um declínio total.
É por estas e por outras que depois as pessoas sérias não querem ir para a política
Para espanto dos povos e salvação da justiça, a Procuradoria-Geral da República arquivou o "caso Tecnoforma", pelo menos no que toca às eventuais ilegalidades do Senhor Presidente do Conselho, perdão, do Senhor Primeiro-Ministro. Um desfecho que, evidentemente, nunca passou pela cabeça de ninguém e iliba o nosso Querido Líder, perdão, o nosso Primeiro-Ministro, de todas, mesmo todas, todíssimas as suspeitas.
Encerrado o caso, há que tirar as devidas conclusões, como muito bem disse o Senhor Presidente do Conselho, perdão, o senhor Primeiro-Ministro.
Por exemplo, que o amor de Passos Coelho ao empreendedorismo é tão grande que não se importou de trabalhar, sem nada receber em troca, em empresas candidatas a fundos públicos cuja atribuição era decidida por amigos e companheiros de partido.
Ou que o regime de exclusividade de Passos no Parlamento não o impediu de fazer viagens a Bruxelas e a Cabo Verde, ao serviço da dita empresa, para fundar universidades em África e projectos de reinserção social na Grande Lisboa, tal era o seu empenho em espalhar o bem e a ciência.
Ou que Passos Coelho é tão altruísta que não recebeu um centavo, excepto umas nunca discriminadas mas certamente modestas despesas de representação, por este meritório esforço de levar o progresso a Oeiras e ao Terceiro Mundo.
Assim sendo, como é que alguém pode pôr em causa o direito ao bom nome e à presunção de inocência do Querido Líder, perdão, do Primeiro-Ministro? Só mesmo reles xuxas que se querem vingar do justo tratamento aplicado ao Vara e à Lurdinhas... Mas não conseguirão! Felizmente, a gloriosa maioria que nos governa impedirá esses atentados contra o Senhor Presidente do Conselho, perdão, o Estado de direito.
Encerrado o caso, há que tirar as devidas conclusões, como muito bem disse o Senhor Presidente do Conselho, perdão, o senhor Primeiro-Ministro.
Por exemplo, que o amor de Passos Coelho ao empreendedorismo é tão grande que não se importou de trabalhar, sem nada receber em troca, em empresas candidatas a fundos públicos cuja atribuição era decidida por amigos e companheiros de partido.
Ou que o regime de exclusividade de Passos no Parlamento não o impediu de fazer viagens a Bruxelas e a Cabo Verde, ao serviço da dita empresa, para fundar universidades em África e projectos de reinserção social na Grande Lisboa, tal era o seu empenho em espalhar o bem e a ciência.
Ou que Passos Coelho é tão altruísta que não recebeu um centavo, excepto umas nunca discriminadas mas certamente modestas despesas de representação, por este meritório esforço de levar o progresso a Oeiras e ao Terceiro Mundo.
Assim sendo, como é que alguém pode pôr em causa o direito ao bom nome e à presunção de inocência do Querido Líder, perdão, do Primeiro-Ministro? Só mesmo reles xuxas que se querem vingar do justo tratamento aplicado ao Vara e à Lurdinhas... Mas não conseguirão! Felizmente, a gloriosa maioria que nos governa impedirá esses atentados contra o Senhor Presidente do Conselho, perdão, o Estado de direito.
O PS de Teseu
Os atenienses preservaram o navio em que Teseu regressou de Creta, mas, ao longo dos anos, foram substuituindo as madeiras velhas por novas pranchas. Ao fim de tanto tempo, o navio de Teseu era o navio de Teseu? A partir de amanhã, o PS de Costa será o PS de Seguro?
Toda a velha clique socialista regressará, por isso podemos supor que será um PS diferente, mas igual ao que sempre foi.
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
Coitados, tão incompetentes, estamos tramados:
Os denunciantes, preocupadíssimos com a transparência e a ética, não sabiam que os eventuais crimes tinham prescrito, não é?
Pois, pois...
Pois, pois...
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
Antonio Barack Obama Costa
Antonio Costa, uma vez PM, será comedido, alinhado com a Alemanha, conservador nas opções económicas, visita de banqueiros. Toda a captatio benevolentiae se esfumará sob o peso da responsabilidade executiva.
A franja de apoiantes mais aguerridos que o levará ao poder começará a escrever as Lamentatio Ieremiae Prophetae poucos meses depois da eleição.
Os comentadores e políticos que temos: temos pena
Os que no tempo de Sócrates falavam de cobardes denúncias anónimas e campanhas negras, esfregam agora as mãos.
Os que no tempo de Sócrates esfregavam as mãos, falam agora de cobardes denúncias anónimas e campanhas negras.
Se o Primeiro-Ministro fosse um homenzinho
Se o Primeiro-Ministro fosse um homenzinho, só tinha duas opções. Ou reconhecia que cometeu uma ilegalidade (violação do regime de exclusividade de deputado, fuga ao fisco, tráfico de influências, o que seja) e pedia a demissão, ou negava que cometeu uma ilegalidade e ia à cara a toda a gente que anda por aí a chamar-lhe nomes.
Agora, a sonsice de meter a justiça portuguesa num imbróglio que não tem meios para investigar, pois não pode levantar o sigilo bancário, nem punir, pois os eventuais crimes já estarão prescritos, e que apenas se deve à falta de memória ou vergonha do próprio, é como fugir para as saias da mamã quando os outros meninos ficam com a bola.
Lembra-me o Clinton, que fumava mas não inalava e estava convencido que sexo oral não é sexo. Passos Coelho não se lembra se cometeu um crime, mas se cometeu foi sem intenção, e se foi com intenção já não é crime.
O Clinton, pelo menos, tinha piada.
Agora, a sonsice de meter a justiça portuguesa num imbróglio que não tem meios para investigar, pois não pode levantar o sigilo bancário, nem punir, pois os eventuais crimes já estarão prescritos, e que apenas se deve à falta de memória ou vergonha do próprio, é como fugir para as saias da mamã quando os outros meninos ficam com a bola.
Lembra-me o Clinton, que fumava mas não inalava e estava convencido que sexo oral não é sexo. Passos Coelho não se lembra se cometeu um crime, mas se cometeu foi sem intenção, e se foi com intenção já não é crime.
O Clinton, pelo menos, tinha piada.
quarta-feira, 24 de setembro de 2014
Baudelaire & Cerejo
O Público já pôs online a carta assinada por Passos em que este declara ter estado em exclusividade enquanto deputado. O grande J.A. Cerejo - que no tempo do Freeport era um nojento e agora é um herói -, o melhor ( o único?) jornalista português de investigação, volta a atacar.
Mesmo que não se demita, mesmo que o crime tenha prescrevido, mesmo que não haja crime ( seja apenas um "ilícito"), mesmo que tenha gelo nas veias, Passos está marcado. Em Atenas dir-se-ia ferido de atimia. E a assembleia da república, presidida pela mais jovem reformada activa do país, vai ter muito de explicar. Talvez de mais.
Soares, o relógio parado, diz que o governo não passa de Setembro. Talvez, não creio, mas tão importante como remover as flores do mal é garantir que não regressam as plantas carnívoras.
Antena islâmica
1) Those posting the nuun did so in solidarity with the region’s oppressed religious minorities; those rocking the caliphate’s black banner were applauding the Islamic State’s swift expansion. The IS did not ask people to change their profiles, but the fact that they did tells us a lot about the group’s tech savvy: By exploiting the tendency of social networks to polarize users’ opinions around an issue, the group was taking advantage of social media in the same way it has used online networks to expand its presence.
2) Novidades, novidades...
2) Novidades, novidades...
Ajuda
Um conhecido meu quer reunir apoios para candidatar-se à presidência do Grupo Recreativo de Bidões de Cima, mas não tem o número do Abrunhosa.
terça-feira, 23 de setembro de 2014
Comentar, sinónimos
Pedro Adão e Silva, "comentador TSF" comenta o debate Seguro-Costa. Risota. Bem, lá que o Pedro é comentador TSF , isso é inegável: comenta na TSF.
Aliás, como comentam, noutros kopjes, Santos Silva, Câncio, Vitorino etc.
Seguro não conseguiu arranjar um único "comentador": arranjou uma outra figurita que servirá ( sonhos...) depois de bandeira de esquerda. Não pesca nada disto, de facto.
Ich bin ein Frankfurter
O pior da metáfora da "salsicha educativa" usada pelo Primeiro-Ministro não é o mau gosto. Cada país tem o Kennedy que merece. Quando a Presidente da Assembleia da República chama "carrascos" aos manifestantes das galerias, ou quando Miguel Relvas diz que "a língua é o petróleo da nossa relação" com Timor, habituamo-nos a tudo.
O pior é mesmo pensar que, na mais grave crise nacional desde 75, fomos governados por esta gente.
Lá vai água
A Tecnoforma e a formação de pilotos de avionetes tem muito interesse. Até porque está conectada com a Comissão de Coordenação da Região Centro.
Por seu lado,quando começarem a mexer nas empresas municipais das águas, um pouco por todo o território, vão encontrar coisas valiosas sobre o real papel delas na manutenção do pessoal político:
"A empresa municipal Águas de Coimbra é citada no Relatório do Tribunal de Contas por abusos e ilegalidades cometidas pelos respectivos gestores, os quais são actualmente vereadores da maioria camarária, nomeadamente o ex-vice-Presidente da Câmara e o vereador das finanças. Este último acumula a sua actividade com um cargo de gestão numa multinacional do ramo imobiliário com interesses em Coimbra e que já originou processos menos claros, como a aquisição do edifício dos Correios na Avenida Fernão de Magalhães, sob investigação judicial, e a tentativa de urbanizar a Quinta de S. Jorge do Milreu, mais uma vez em aberto desrespeito pelo PDM. Quanto ao terceiro gestor, também um alto quadro do PSD/Coimbra, a Câmara promove-o através da empresa inter-municipal Águas do Mondego."
Por seu lado,quando começarem a mexer nas empresas municipais das águas, um pouco por todo o território, vão encontrar coisas valiosas sobre o real papel delas na manutenção do pessoal político:
"A empresa municipal Águas de Coimbra é citada no Relatório do Tribunal de Contas por abusos e ilegalidades cometidas pelos respectivos gestores, os quais são actualmente vereadores da maioria camarária, nomeadamente o ex-vice-Presidente da Câmara e o vereador das finanças. Este último acumula a sua actividade com um cargo de gestão numa multinacional do ramo imobiliário com interesses em Coimbra e que já originou processos menos claros, como a aquisição do edifício dos Correios na Avenida Fernão de Magalhães, sob investigação judicial, e a tentativa de urbanizar a Quinta de S. Jorge do Milreu, mais uma vez em aberto desrespeito pelo PDM. Quanto ao terceiro gestor, também um alto quadro do PSD/Coimbra, a Câmara promove-o através da empresa inter-municipal Águas do Mondego."
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
São bons, muito bons
"Ninguém avisou António Costa que ia chover", puseram eles nos media.
É bem verdade. Os áugures, os malandros, mandaram limpar as sarjetas só lá para Dezembro.
É bem verdade. Os áugures, os malandros, mandaram limpar as sarjetas só lá para Dezembro.
Traços ( 15)
Jovianus Pontanus percorreu a Itália em imaginação só para poder dizer mal.
O neurótico faz o mesmo com a infância.
Tristeza não tem fim
"Deportivamente el Valencia tiene un buen equipo. Andre Gomes es un jugador que bien llevado va para crack mundial. Mucho ojito con este joven que promete y mucho!".
E Bernardo Silva a virar o jogo no Mónaco ( contra o Bayer).
Obrigado, Zé Broncas, por não nos deixares apaixonar ainda mais pelo nosso Benfas.
E Bernardo Silva a virar o jogo no Mónaco ( contra o Bayer).
Obrigado, Zé Broncas, por não nos deixares apaixonar ainda mais pelo nosso Benfas.
E este
SITAF, um CITIUS fiscal, lançado em 2005 que em 2011 ainda não funcionava ( e não funciona)?
Também é jeitoso, não é?
Também é jeitoso, não é?
domingo, 21 de setembro de 2014
O Zé Broncas ataca de novo
Ninguém tinha ouvido falar do Talisca, não é?
Pois, no FM 2014 ( saído há quase um ano) lá está Talisca nos sub21 do Brasil.
Pois, no FM 2014 ( saído há quase um ano) lá está Talisca nos sub21 do Brasil.
Elevação
Afinal, o assessor partilhado por Seguro e Meneses ( ah!, o populismo, o direito à presunção de inocência etc) trabalhou para António Costa "durante 16 meses".
O problema é que o homem dos bonecos no defunto Simplex diz ao Correio da Manhã que ficou a arder com a nota e vai processar o messias.
O problema é que o homem dos bonecos no defunto Simplex diz ao Correio da Manhã que ficou a arder com a nota e vai processar o messias.
Manicotti
Já tiveram essa sensação? De que o carro não tem rodas, a cerveja sai quente do frigorífico ou o cão mia? Pois.
Com a entrega do negócio dos lixos à Mota Engil , salvo o PCP e os interessados ( alguns municípios), não lemos nem escutámos o costume acerca do ataque neoliberal.
Pacheco Pereira, uma voz livre, teve tempo para zurzir num tal de Maçães a propósito do referendo escocês, o Câmara Corporativa desconhece de todo mais uma entrega do pote, o messias do PS não abriu a boca. Teho a leve ideia de que Constança Cunha e Sá, Adão e Silva, Bagão e Ferreira Leite também não vão perder tempo com o assunto.
Assim é que é bonito. A família primeiro.
Assim é que é bonito. A família primeiro.
sábado, 20 de setembro de 2014
Pérolas a porcos
Infelizmente.
Já agora, o novo termo para asneiras da defesas, substituindo asneirar ou borregar: : maurissarr.
Já agora, o novo termo para asneiras da defesas, substituindo asneirar ou borregar: : maurissarr.
Happy birthday, Mr. Cohen*
Like a bird on the wire,
like a drunk in a midnight choir
I have tried in my way to be free.
Like a worm on a hook,
like a knight from some old fashioned book
I have saved all my ribbons for thee.
If, if I have been unkind,
I hope that you can just let it go by.
If I, if I have been untrue
I hope you know it was never to you.
*Leonard Cohen faz amanhã 80 anos.
like a drunk in a midnight choir
I have tried in my way to be free.
Like a worm on a hook,
like a knight from some old fashioned book
I have saved all my ribbons for thee.
If, if I have been unkind,
I hope that you can just let it go by.
If I, if I have been untrue
I hope you know it was never to you.
*Leonard Cohen faz amanhã 80 anos.
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Não chega?
Vivi três anos deliciosos em Ponta Delgada, um deles como professor na Universidade dos Açores. Nunca me apercebi, entre alunos, colegas, amigos e conhecidos, de qualquer sentimento de independência. Bem pelo contrário. É como o monstro do Loch Ness: se existe, anda muito escondidinho.
De modo que aproveitar o referendo escocês para ressuscitar a FLA é um pouco humilhante. Para os escoceses. Não chega a derrota de ontem?
De modo que aproveitar o referendo escocês para ressuscitar a FLA é um pouco humilhante. Para os escoceses. Não chega a derrota de ontem?
A propósito das notícias de hoje
Que a relação de Passos Coelho com a Tecnoforma tem zonas de sombra, já se sabia.
Que a sua actividade empresarial se resume ao que o Público chama eufemisticamente "facilitar a captação de contratos para a empresa" (leia-se: sobretudo com o Estado), também já se sabia.
O que não se sabe é como é que este homem chegou a Primeiro-Ministro.
Ou talvez se saiba.
Que a sua actividade empresarial se resume ao que o Público chama eufemisticamente "facilitar a captação de contratos para a empresa" (leia-se: sobretudo com o Estado), também já se sabia.
O que não se sabe é como é que este homem chegou a Primeiro-Ministro.
Ou talvez se saiba.
Silly season serôdia
Seria para assitir de cadeirinha. Os tipos estão profundamente convencidos da existência de diferenças insanáveis entre eles.
Daria na primeira guerra intramarina do Atlântico.
PS: aqui era o mais depressa possível, mas com a condição de o cabotino permanecer dictactor.
Daria na primeira guerra intramarina do Atlântico.
PS: aqui era o mais depressa possível, mas com a condição de o cabotino permanecer dictactor.
quinta-feira, 18 de setembro de 2014
Somos todos parvos
Logo depois da sentença do Face Oculta e da de Maria de Lurdes Rodrigues/ João Pedroso, aparece esta notícia da Tecnoforma. Pensaram numa mera coincidência? Sois muito bonzinhos.
A insuspeita SIC-N foi averiguar e constatou que o processo de Coimbra foi arquivado e o de Lisboa está parado há ano e meio e sem arguidos.
Seria giro saber quem - no mundo dos media- se lembrou desta manobra tão canhestra. Quem o faz a Passos faz ao vizinho ( por exemplo, a ...um rival partidário).
A insuspeita SIC-N foi averiguar e constatou que o processo de Coimbra foi arquivado e o de Lisboa está parado há ano e meio e sem arguidos.
Seria giro saber quem - no mundo dos media- se lembrou desta manobra tão canhestra. Quem o faz a Passos faz ao vizinho ( por exemplo, a ...um rival partidário).
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
Milagre do CITIUS
Sempre tão atentos às ineficiências da máquina pública, é necessário uma coisa que envergonhe o governo para que os bravos e independentes liberais do Observador e do Blasfémias não escrevam uma linha.
Filosofia de alcova ( grand finale)
Podem ver o casamento do Steven no filme. Está lá tudo.
Enfim, tragédia, desejo, separação, risos e muita, muita... tensão.
terça-feira, 16 de setembro de 2014
A circunstância
O Dr. Vicente já trouxe à colação, citando o Vasco Lobo Xavier, a nova moda entre ex-ministros socialistas: invocar a "circunstância" de terem sido ex-ministros socialistas para pôr em causa sentenças judiciais. Depois de Vara ter celebrizado tal atenuante (embora os "pistoleiros do costume" insistam em atribuir a sua condenação a uns robalos e outras minudências), ontem foi Maria de Lurdes Rodrigues, condenada pelo crime de prevaricação, a queixar-se de perseguição política. Parece que a sentença "põe em causa princípios básicos do Estado de Direito e do regime democrático", nem mais nem menos, e "viola o princípio de separação de poderes". Augusto Santos Silva, que foi testemunha abonatória, limita-se a dizer, com elegância, que a sentença é "totalmente absurda" e mera "opinião política". João Pedroso, que não é ex-ministro mas foi objecto da dita prevaricação, não diz nada, como se compreende. Afinal, não lhe deve sobrar tempo para dizer muita coisa: em regime de exclusividade numa universidade pública e dispensado de dar aulas para fazer o doutoramento, recebeu 118 mil euros do Ministério da Justiça por serviços de consultoria e 265 mil euros do Ministério da Educação para compilar legislação, dos quais teve que devolver metade por não ter concluído o trabalho.
Mas isto são os robalos e minudências que os pistoleiros aproveitam logo para denegrir gente de bem. O que interessa é a doutrina. E a doutrina é clara: se os tribunais prendem e condenam ex-políticos do PSD, por exemplo Duarte Lima ou Isaltino, fez-se justiça; se os tribunais prendem e condenam ex-políticos do PS, por exemplo vocês sabem de quem é que eu estou a falar, a democracia está em perigo. Porque um socialista, já se sabe, é por definição inocente - mesmo depois de condenado. Ao contrário dos lacaios do capital, os socialistas dedicam a sua vida à utopia, aos pobrezinhos, ao casamento gay e nunca, mas nunca, cometeriam uma ilegalidade em proveito próprio. Ou dos "amigos do PS".
Urge, pois, alertar os portugueses para esta ameaça ao Estado de Direito, à separação de poderes e ao direito fundamental de receber uns robalos por fora. Se os tribunais desatam a condenar socialistas, o que é que se segue? A censura? O partido único? O Almirante Thomaz? Apelo a uma revolução! A uma petição! A uma revisão da Constituição! No artigo 32º, onde está escrito "Todo o arguido se presume inocente até ao trânsito em julgado da sentença de condenação", escreva-se em letras de fogo "Todo o socialista se presume inocente até ao Juízo Final, com direito a recurso".
Só assim poderemos libertar-nos do espectro do fascismo.
Mas isto são os robalos e minudências que os pistoleiros aproveitam logo para denegrir gente de bem. O que interessa é a doutrina. E a doutrina é clara: se os tribunais prendem e condenam ex-políticos do PSD, por exemplo Duarte Lima ou Isaltino, fez-se justiça; se os tribunais prendem e condenam ex-políticos do PS, por exemplo vocês sabem de quem é que eu estou a falar, a democracia está em perigo. Porque um socialista, já se sabe, é por definição inocente - mesmo depois de condenado. Ao contrário dos lacaios do capital, os socialistas dedicam a sua vida à utopia, aos pobrezinhos, ao casamento gay e nunca, mas nunca, cometeriam uma ilegalidade em proveito próprio. Ou dos "amigos do PS".
Urge, pois, alertar os portugueses para esta ameaça ao Estado de Direito, à separação de poderes e ao direito fundamental de receber uns robalos por fora. Se os tribunais desatam a condenar socialistas, o que é que se segue? A censura? O partido único? O Almirante Thomaz? Apelo a uma revolução! A uma petição! A uma revisão da Constituição! No artigo 32º, onde está escrito "Todo o arguido se presume inocente até ao trânsito em julgado da sentença de condenação", escreva-se em letras de fogo "Todo o socialista se presume inocente até ao Juízo Final, com direito a recurso".
Só assim poderemos libertar-nos do espectro do fascismo.
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
Apodrecimento ainda
Muito refrescante.
Quando é com o Tribunal Constitucional, é a direitola sem mundo nem leituras que espezinha a lei.
Quando é com o Tribunal Constitucional, é a direitola sem mundo nem leituras que espezinha a lei.
Apodrecimento
Ninguém reparou que para a bastonária dos advogados, em Entre os Rios apenas caiu uma ponte?
É provável. A pelugem agora só se levanta para um lado.
É provável. A pelugem agora só se levanta para um lado.
Mais uma urdidura e com tudo
2) Recorde-se isto:
Maria de Lurdes estava a dar cabo da escola pública em obdeiência a uma perspectiva neoliberal.
3) Para complicar o posicionamento geopolítco, o advogado da ex-ministra é o célebre dr. Godinho de Matos, o tal da "esquerda revolucionária" pago a 40.000euros/ano para entar mudo e sair calado das reuniões da administração do BES.
Somos ou não somos um povo politicamente denso?
Filosofia de alcova ( 2)
O Prof. Picoito fala de uma sociedade, a mim interessa-me o casamento no século XXI. Esforço, devoção, persistência, solidariedade, tudo muito bonito. No SLB, no New Deal, nos Jesuítas, no Bacalhau Pascoal.
O mundo mudou um nadinha desde os Beatles e a pílula, como Larkin notou. A boa cama é muito mais do que epidermes e cremes.
A boa cama é aquilo que faz um casamento parecer o que não é para ser o que é.
Voluntários estrangeiros na ameaça global
Alguns estrangeiros nas Waffen-SS, 1939:
França: 84
Suécia:3
EUA:8
Holanda:7
Bélgica:4
Itália: 15
Suíça: 44
Grécia:3
Dinamarca:40
Brasil: 4
Grã Bretanha :10
Roménia: 110
(Fonte)
França: 84
Suécia:3
EUA:8
Holanda:7
Bélgica:4
Itália: 15
Suíça: 44
Grécia:3
Dinamarca:40
Brasil: 4
Grã Bretanha :10
Roménia: 110
(Fonte)
domingo, 14 de setembro de 2014
Meets e rolezinhos brancos
A impunidade é tal que este indíviduo ainda consegue falar.
O histórico tresanda, mas, enfim, não é como se fossem pretos a invadir o Vasco da Gama todos os domingos, porque temos de manter os nossos analistas conservadores ( betos, antigos e ex-revolucionários) sossegados.
O histórico tresanda, mas, enfim, não é como se fossem pretos a invadir o Vasco da Gama todos os domingos, porque temos de manter os nossos analistas conservadores ( betos, antigos e ex-revolucionários) sossegados.
Um bom retrato
Por muito menos Miguel Relvas foi defenestrado, mas Paula Teixeira da Cruz, pelos vistos, intimida colegas de governo, jornalistas e analistas /comentadores/ bloggers da SIC-N da TSF.
Caos organizado, navegação de cabotagem, silêncio total.
Caos organizado, navegação de cabotagem, silêncio total.
sábado, 13 de setembro de 2014
O charme discreto da burguesia
"Na primeira sessão de julgamento, Nuno Godinho de Matos, advogado de Manuel Alegre, insurgiu-se contra a "agressão de caráter" ao histórico socialista",
Godinho, o calceteiro, o bijou no boudoir des femmes, o administrador não-executivo que entrava mudo e saía calado nas reuniões do BES a 40.000/ano.
Godinho, o calceteiro, o bijou no boudoir des femmes, o administrador não-executivo que entrava mudo e saía calado nas reuniões do BES a 40.000/ano.
Um bocadinho menos
Primeiro foi Vasco Gonçalves, depois Otelo, mais tarde o PRD, muito mais tarde Fernando Nobre e agora Marinho Pinto.
A missão dos políticos acima dos partidos é fazer-nos desprezar um bocadinho menos os políticos dos partidos.
A missão dos políticos acima dos partidos é fazer-nos desprezar um bocadinho menos os políticos dos partidos.
Guia de autoajuda para casamentos realistas (II)
Diz o Dr. Vicente que as fundações de um sólido casamento assentam na "boa cama". Faz-me lembrar aquele humorista brasileiro que atribuía a vitória na guerra dos sexos a quem vencesse o corpo-a-corpo. Piadas à parte, todos sabemos que a boa cama (mesmo acompanhada pela boa mesa, como se sugere nos comentários) não chega. Há muitos casamentos que duram a maratona de uma vida inteira com momentos, mais ou menos longos, de distância, doença, demolidor cansaço ou simples decadência. Qual é o segredo? Não sei, mas não há Viagra para o coração.
Talvez o Dr. Vicente, um sábio do jardim das Hespérides, esteja a torcer o nariz à minha invocação de S. Tomás. A este respeito, convém lembrar que os Antigos ignoravam o distinguo entre amor de concupiscência e amor de benevolência, mas intuíam-no. Basta ler a Ilíada e o mito de Orfeu e Eurídice.
Na Ilíada, o amor de Páris por Helena, que provoca a guerra de Tróia, e o amor de Aquiles por Briseida, que desencadeia o início do poema, são exemplos arquetípicos de paixão egoísta. Páris, cobarde e traiçoeiro, rapta uma mulher casada, e mulher de um homem que lhe deu hospitalidade, mas não está disposto a lutar por ela. Tem que ser a adúltera a forçá-lo ao combate, que ele só trava de longe, com flechas envenenadas e o benefício do infractor que é a protecção de Afrodite. E, no entanto, para manter esta conquista, Páris sacrifica a cidade, a família e a coroa do pai. Aquiles, por seu lado, enfrenta o todo-poderoso Agamémnon para ficar com Briseida, quase provocando a derrota dos Aqueus com a recusa em lutar por eles, mas nem lhe passa pela cabeça fazê-la esposa pelo casamento. Ela é apenas um troféu, uma escrava, um objecto de posse. O resto da tropa grega também deixa muito a desejar: abandonam mulher, filhos e casa durante dez anos e vão cercar uma cidade longínqua por dor de corno tribal. Homero não tem ilusões sobre a baixeza dos vencedores. Nem Borges, quando resume a Ilíada à história "de um herói amuado na sua tenda, sentindo que o rei o tratou injustamente, que depois toma a guerra como uma rixa privada porque um amigo foi morto e a seguir vende ao pai o cadáver do homem que matou..."
Na verdade, se queremos encontrar um pingo de decência (ou de benevolência, diria S. Tomás), temos que ir ao campo dos sitiados. Aí está Príamo, o velho rei que se submete à humilhação de implorar, em lágrimas, ao vingativo Aquiles o corpo desfeito do herdeiro, a fim de lhe dar sepultura. Aí está Heitor, que trava galhardamente uma guerra que não é sua, e que sabe perdida, mas imposta pelo destino em defesa dos seus. Ambos lutam por qualquer coisa maior do que eles próprios.
Chefes e guerreiros, é por esta boca inimiga que a epopeia fala de outros amores. Na cena da despedida de Heitor e Andrómaca, cuja versão fui buscar a Chirico para encimar o post, ela suplica-lhe que não enfrente Aquiles: "Tu és para mim pai e mãe, és irmão/ e vigoroso companheiro do meu leito./ Compadece-te e fica aqui na muralha/ para não fazeres órfão o teu filho e viúva a tua mulher." Heitor responde que não o fará, com o argumento esperado de que sempre combatera "entre os dianteiros dos Troianos/ esforçando-me pelo grande renome de meu pai e pelo meu." À primeira vista, o orgulho impõe-se, para este marido ideal (e note-se que"a boa cama" também lá está), ao amor da mulher e do filho. Mas, depois de dizer isto, o campeão de Tróia confessa que, afinal, "não é o sofrimento futuro dos Troianos que me importa/ (...) muito mais me importa o teu sofrimento/quando em lágrimas fores levada por um dos Aqueus vestidos de bronze/ privada da liberdade que vives agora: em Argos tecerás ao tear às ordens de outra mulher,/ ou então, contrariada, levarás água da Messeida ou da Hipereia." Subitamente, já não vemos o herói que defende uma cidade para atingir a glória imortal, mas o marido que lamenta a triste sorte da mulher, votada a uma ignomínia pior do que a morte - servir "às ordens de outra". Subitamente, já não vemos um casal real, mas dois amantes para quem nada mais existe no Universo - pai, mãe, irmãos, "renome" ou mesmo "o sofrimento dos Troianos". Eis um tipo de benevolência que faria sorrir S. Tomás.
Espero que este apontamento clássico, a que se seguirá o de Orfeu e Eurídice, descanse o Dr. Vicente.
*Trad. de Frederico Lourenço (adaptada).
Talvez o Dr. Vicente, um sábio do jardim das Hespérides, esteja a torcer o nariz à minha invocação de S. Tomás. A este respeito, convém lembrar que os Antigos ignoravam o distinguo entre amor de concupiscência e amor de benevolência, mas intuíam-no. Basta ler a Ilíada e o mito de Orfeu e Eurídice.
Na Ilíada, o amor de Páris por Helena, que provoca a guerra de Tróia, e o amor de Aquiles por Briseida, que desencadeia o início do poema, são exemplos arquetípicos de paixão egoísta. Páris, cobarde e traiçoeiro, rapta uma mulher casada, e mulher de um homem que lhe deu hospitalidade, mas não está disposto a lutar por ela. Tem que ser a adúltera a forçá-lo ao combate, que ele só trava de longe, com flechas envenenadas e o benefício do infractor que é a protecção de Afrodite. E, no entanto, para manter esta conquista, Páris sacrifica a cidade, a família e a coroa do pai. Aquiles, por seu lado, enfrenta o todo-poderoso Agamémnon para ficar com Briseida, quase provocando a derrota dos Aqueus com a recusa em lutar por eles, mas nem lhe passa pela cabeça fazê-la esposa pelo casamento. Ela é apenas um troféu, uma escrava, um objecto de posse. O resto da tropa grega também deixa muito a desejar: abandonam mulher, filhos e casa durante dez anos e vão cercar uma cidade longínqua por dor de corno tribal. Homero não tem ilusões sobre a baixeza dos vencedores. Nem Borges, quando resume a Ilíada à história "de um herói amuado na sua tenda, sentindo que o rei o tratou injustamente, que depois toma a guerra como uma rixa privada porque um amigo foi morto e a seguir vende ao pai o cadáver do homem que matou..."
Na verdade, se queremos encontrar um pingo de decência (ou de benevolência, diria S. Tomás), temos que ir ao campo dos sitiados. Aí está Príamo, o velho rei que se submete à humilhação de implorar, em lágrimas, ao vingativo Aquiles o corpo desfeito do herdeiro, a fim de lhe dar sepultura. Aí está Heitor, que trava galhardamente uma guerra que não é sua, e que sabe perdida, mas imposta pelo destino em defesa dos seus. Ambos lutam por qualquer coisa maior do que eles próprios.
Chefes e guerreiros, é por esta boca inimiga que a epopeia fala de outros amores. Na cena da despedida de Heitor e Andrómaca, cuja versão fui buscar a Chirico para encimar o post, ela suplica-lhe que não enfrente Aquiles: "Tu és para mim pai e mãe, és irmão/ e vigoroso companheiro do meu leito./ Compadece-te e fica aqui na muralha/ para não fazeres órfão o teu filho e viúva a tua mulher." Heitor responde que não o fará, com o argumento esperado de que sempre combatera "entre os dianteiros dos Troianos/ esforçando-me pelo grande renome de meu pai e pelo meu." À primeira vista, o orgulho impõe-se, para este marido ideal (e note-se que"a boa cama" também lá está), ao amor da mulher e do filho. Mas, depois de dizer isto, o campeão de Tróia confessa que, afinal, "não é o sofrimento futuro dos Troianos que me importa/ (...) muito mais me importa o teu sofrimento/quando em lágrimas fores levada por um dos Aqueus vestidos de bronze/ privada da liberdade que vives agora: em Argos tecerás ao tear às ordens de outra mulher,/ ou então, contrariada, levarás água da Messeida ou da Hipereia." Subitamente, já não vemos o herói que defende uma cidade para atingir a glória imortal, mas o marido que lamenta a triste sorte da mulher, votada a uma ignomínia pior do que a morte - servir "às ordens de outra". Subitamente, já não vemos um casal real, mas dois amantes para quem nada mais existe no Universo - pai, mãe, irmãos, "renome" ou mesmo "o sofrimento dos Troianos". Eis um tipo de benevolência que faria sorrir S. Tomás.
Espero que este apontamento clássico, a que se seguirá o de Orfeu e Eurídice, descanse o Dr. Vicente.
*Trad. de Frederico Lourenço (adaptada).
Razão tinham Cipolla e Musil
O número de estúpidos é sempre maior do que julgamos: uma selfie do além.
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
The portuguese connection
Um país distraído todo o ano a passar droga sem abano.
Desde 2005 ( depois ainda tentei aqui) que escrevo sobre esta nossa nova valência: placa giratória do tráfico de cocaína pela antiga rota do haxixe da África Ocidental( agora já estendida à África do Sul lusófona enão só). E não é novidade.
Seguindo a velha regra de as apreensões serem 1/3 do tráfico real, isto está lindo, está: gostava de saber quantos polícias, magistrados, advogados e políticos estão no pay-roll.
Desde 2005 ( depois ainda tentei aqui) que escrevo sobre esta nossa nova valência: placa giratória do tráfico de cocaína pela antiga rota do haxixe da África Ocidental( agora já estendida à África do Sul lusófona enão só). E não é novidade.
Seguindo a velha regra de as apreensões serem 1/3 do tráfico real, isto está lindo, está: gostava de saber quantos polícias, magistrados, advogados e políticos estão no pay-roll.
Cultura
A história do sino foi posta para que o lorpa que cite a notícia leve com o fulgurante e original argumento "meu malandro, milhões à vida com o BPN e tu preocupado com o sino , hã?".
Temos pena, mas não é só o sino. São 700 milhões.
Temos pena, mas não é só o sino. São 700 milhões.
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
Confesso que vivi
Para ouvir Paceheco Pereira ( hoje, na Quadratura), em tempos idos o maior adversário da langue de bois dos políticos, adoptar a tese de Estrela Serrano: os jornalistas não devem fazer perguntas ( a António Costa) concretas sobre o défice , a dívida, etc.
Também foi bom viver para saber que, três anos depois, afinal não há que incomodar as pessoas com as famosas alternativas concretas que havia às dúzias e que só o pensamento único governamental amordaçava.
Razão tinha, afinal, ela.
Também foi bom viver para saber que, três anos depois, afinal não há que incomodar as pessoas com as famosas alternativas concretas que havia às dúzias e que só o pensamento único governamental amordaçava.
Razão tinha, afinal, ela.
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
Já nem escondem:
Está ser assaz divertido constatar a quantidade de treinadores de bancada da esquerdinha rebelde ( aqui reconvertida e na pele de "jornalista") que Costa tem de aguentar. Daqui a ano e meio estão a grelhá-lo em brasas de lenha.
Vale a pena ler o suposto artigo todo, afinal Ângela Silva foi a autora da célebre sesta de Santana Lopes, a ferrenha defensora de Marques Mendes, enfim, a típica e tão necessária costureirinha da capital que anda enfiada nestes lamaçais há decénios.
Fisoterapia
1) O Vasco resume bem a cumplicidade dos partisans e comentadores ( há quem seja as duas coisas).
2) É penoso ler os blogues adolescenciais aos gritinhos pelo seu candidato. Muito penoso.
3) Eram 21.02h quando Costa elogiou o "empreendedorismo jovem". Muito ennuyé blasée enfiou orelhas de burro. Bem enfiadas.
4) Tanta coisa ( saúde e educação gratuita para todos, industrialização, emprego a rodos etc) que os candidatos vão conseguir. Que belo país vamos ter, de uma maneira ou de outra.
2) É penoso ler os blogues adolescenciais aos gritinhos pelo seu candidato. Muito penoso.
3) Eram 21.02h quando Costa elogiou o "empreendedorismo jovem". Muito ennuyé blasée enfiou orelhas de burro. Bem enfiadas.
4) Tanta coisa ( saúde e educação gratuita para todos, industrialização, emprego a rodos etc) que os candidatos vão conseguir. Que belo país vamos ter, de uma maneira ou de outra.
Espectacular
A escola faz o seu caminho. A culpa foi da Judite porque não queria falar do país, quando sobre o país Costa diz que ainda não pode adiantar nada a não ser que "tem uma agenda".
Eu também.
Eu também.
Chefe de Estado,
mas acima da política, ou seja, de tudo. É chefe do seu palácio e das sensibilidades de 18 estados-membros.
É um real progresso. Os Habsburgos escavacaram a Europa entre 1848 e 1918( foram muito sensíveis ao lançar soldados italianos contra italianos).
É um real progresso. Os Habsburgos escavacaram a Europa entre 1848 e 1918( foram muito sensíveis ao lançar soldados italianos contra italianos).
terça-feira, 9 de setembro de 2014
O saco de vento
Uma simpatia, bem educado, não responde a provocações: assim é António Costa.
Infelizmente, também é um saco de vento que não se compromete com nada maior do que um grão de milho.
A pergunta certa é: por que motivo o soarismo e a tralha socrática - o primeiro não precisa de apresentação, a segunda é a que rosna com a sentença do Face Oculta - escolheram Costa? Talvez porque saibam exactamente o que é um saco de vento.
Infelizmente, também é um saco de vento que não se compromete com nada maior do que um grão de milho.
A pergunta certa é: por que motivo o soarismo e a tralha socrática - o primeiro não precisa de apresentação, a segunda é a que rosna com a sentença do Face Oculta - escolheram Costa? Talvez porque saibam exactamente o que é um saco de vento.
Filosofia de alcova
Pois a minha, como ser simples que sou, é muito mais vulgar do que a do Prof.Picoito.
O casamento é antinatural, é um acto da cultura, logo, exclusivamente humano. Por conseguinte, tal como um livro, um filme ou uma guerra, o seu fim último é desordenado, caótico, infiel a leis ou preceitos: dois humanos num acto de cultura carregam milhões de anos de experiências.
Assim, a única coisa que pode assegurar um bom casamento, conseguidas as afinidades higiénicas mínimas, é a sua ordem primacial: a boa cama.
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
Guia de autoajuda para casamentos realistas
Há casamentos que correm bem porque o marido e a mulher partilham os mesmos gostos, os mesmos interesses, os mesmos ideais. A sua ventura individual é uma aventura em comum, ainda que a aventura pareça um pouco monótona - sobretudo a quem está de fora. A monotonia é a base da vida a dois. Desconfio muito do sentimentalismo que o diz que o amor vence todas as barreiras. Talvez, se as barreiras forem as dos 110 metros. Mas o casamento não são os 110 metros barreiras, é a maratona. E o amor, se é mais do que o contacto de duas epidermes (ou seja, os 100 metros planos), é uma comunidade de vida - que se exprime, em sentido muito profundo, pelo contacto de duas epidermes. É o que os dois portadores das epidermes querem ter em comum, embora a prova-maratona do amor seja partilhar o que têm de diferente.
Quando se chega a tal ponto, já não estamos apenas diante de um casamento que corre bem. Estamos diante da felicidade conjugal (pelo desculpa pelas palavras). A tal comunidade de vida já não é só partilhar a felicidade com outro, mas viver para a felicidade do outro. Por isso S. Tomás distinguia entre amor de concupiscência, aquele em que queremos o outro pelo nosso bem, e amor de benevolência, aquele em que queremos o bem do outro. Ave de arribação frágil e raríssima, sempre ameaçada pelo egoísmo predatório. Quem, no pleno uso da razão, poderá dar a felicidade a outra pessoa? E quem, no pleno uso da razão, poderá esperar a felicidade de outra pessoa? O amor, assim o descreve Rilke, é o abismo entre duas capacidades finitas de amar e duas necessidades infinitas de ser amado.
Tentamos, em vão, encher este abismo com sentimentalismo ou cinismo. O sentimentalismo diz-nos que o amor vence todas as barreiras, lugar-comum duvidoso. O cinismo diz-nos que o amor é o contacto entre duas epidermes, lugar menos comum, mas ainda mais duvidoso. O realismo, que nasce da experiência, diz-nos outra coisa. Diz-nos que o verdadeiro amor (peço desculpa pelas palavras) é aquele de que falava Chesterton à mulher, numa das suas viagens à América. Certo dia, abriu o jornal e leu esta frase ameaçadora: "Casar é perder metade da liberdade". Parou, abanou a cabeça e disse à sua amada Frances que só mesmo no Novo Mundo se podia ser tão optimista.
Quando se chega a tal ponto, já não estamos apenas diante de um casamento que corre bem. Estamos diante da felicidade conjugal (pelo desculpa pelas palavras). A tal comunidade de vida já não é só partilhar a felicidade com outro, mas viver para a felicidade do outro. Por isso S. Tomás distinguia entre amor de concupiscência, aquele em que queremos o outro pelo nosso bem, e amor de benevolência, aquele em que queremos o bem do outro. Ave de arribação frágil e raríssima, sempre ameaçada pelo egoísmo predatório. Quem, no pleno uso da razão, poderá dar a felicidade a outra pessoa? E quem, no pleno uso da razão, poderá esperar a felicidade de outra pessoa? O amor, assim o descreve Rilke, é o abismo entre duas capacidades finitas de amar e duas necessidades infinitas de ser amado.
Tentamos, em vão, encher este abismo com sentimentalismo ou cinismo. O sentimentalismo diz-nos que o amor vence todas as barreiras, lugar-comum duvidoso. O cinismo diz-nos que o amor é o contacto entre duas epidermes, lugar menos comum, mas ainda mais duvidoso. O realismo, que nasce da experiência, diz-nos outra coisa. Diz-nos que o verdadeiro amor (peço desculpa pelas palavras) é aquele de que falava Chesterton à mulher, numa das suas viagens à América. Certo dia, abriu o jornal e leu esta frase ameaçadora: "Casar é perder metade da liberdade". Parou, abanou a cabeça e disse à sua amada Frances que só mesmo no Novo Mundo se podia ser tão optimista.
Antena islâmica
"In Africa, Ansar al-Sharia
in Tunisia (AST) has been in
a state of flux, rebranding a substantial part of its network as Shabab al-Tawhid.
Analysis of AST members and supporters on social media shows significant
sympathies for the Islamic State, as well as some operational links, but the
organization has declined to endorse the declaration of the caliphate, despite
direct queries from Islamic State supporters online. Its official
statements have to some extent followed the lead of the official al Qaeda
affiliates (see more on this below). However, there have been reports of conflicting
views among the group's membership and top leaders, and it appears the
debate is still working itself out. The Islamic State counts numerous Tunisians
among its foreign fighters, including some linked to AST, and authorities claim
to have arrested 8,000 more who were trying to join the fight".
Aqui.
Aqui.
domingo, 7 de setembro de 2014
sexta-feira, 5 de setembro de 2014
Zech-Nenntwich: uma história extraordinária
Podemos começar pelos diários de Guy Liddel, do MI5. É quando o nosso homem voa num Mosquito até Inglaterra e diz que quer desertar. Volta para a Alemanha, é preso pela Gestapo mas consegue fugir para a Suécia. Regressa a Inglaterra onde fica durante a guerra e trabalha contra os nazis.
Nos anos 50 é extraditado para a Alemanha e é preso por genocídio. Volta a fugir com passaporte egípcio, mas entrega-se pouco tempo depois, antes que os israelitas lhe limpem o sebo.
Estranho
Hoje não tivemos emissões especiais na SIC-N e na TVI24. Não pude ver e ouvir os Pedros - Adão e Silva e Santos Guereiro - como costumo ouvir quando ocorre alguma coisa politicamente importante.
Deve ter sido por causa de algum futebol.
Deve ter sido por causa de algum futebol.
E como estou com a mão na massa (salvo seja)
...e o Dr. Vicente trouxe à colação essa esquiva matéria dos slogans socialistas, aproveito para lembrar um que o Alexandre O`Neill propôs, salvo erro, para a primeira campanha do partido: "Ele não merece, mas vota no PS".
Faz falta, o O`Neill, para rirmos um bocadinho disto tudo.
Faz falta, o O`Neill, para rirmos um bocadinho disto tudo.
Autos-de-fé e Quim Barreiros
A sentença do caso "Face Oculta" foi lida hoje de manhã no tribunal de Aveiro: 17 anos de prisão para Manuel Godinho, 5 para Armando Vara, 5 para o pai Penedos e 4 para o filho Penedos. Esperemos pelos recursos, que de certeza virão, mas aparentemente a justiça funcionou.
A sentença fará correr rios de tinta nos próximos dias. Há muito a dizer sobre o caldo de cultura que alimenta a corrupção de vão de escada, e não é por estarem em jogo montantes inferiores aos dos "submarinos" e "helicópteros" que devemos desvalorizá-la. Sem que este seja o processo do socratismo, é boa altura para ler os blogues socráticos, campeões da moral e dos bons costumes. Dá sempre jeito saber o que se passa na cabeça de quem andou com esta gente ao colo.
No Aspirina B, que vive em estado de delirium tremens desde a derrota de Sócrates e correspondente exílio, aproveita-se para zurzir na Ministra da Justiça e alerta-se para um "auto-de-fé em curso", ao qual até "o maior partido da oposição" (leia-se Seguro e Costa) terão dado uma mãozinha. Se a ideia era separar o trigo do joio, ou seja Sócrates do gang, a teoria da conspiração universal contra o messias talvez não seja o melhor caminho.
Já o Câmara Corporativa, como não podia deixar de ser, opta pela criatividade pimba-juvenil. O colectivo de anónimos está claramente mais interessados em divagar sobre Quim Barreiros e Winnie the Pooh do que sobre corrupção no tempo da outra senhora. Gostos...Pensando bem, o que é que eles hão-de dizer? Hoje é um mau dia para ser abrantes.
A sentença fará correr rios de tinta nos próximos dias. Há muito a dizer sobre o caldo de cultura que alimenta a corrupção de vão de escada, e não é por estarem em jogo montantes inferiores aos dos "submarinos" e "helicópteros" que devemos desvalorizá-la. Sem que este seja o processo do socratismo, é boa altura para ler os blogues socráticos, campeões da moral e dos bons costumes. Dá sempre jeito saber o que se passa na cabeça de quem andou com esta gente ao colo.
No Aspirina B, que vive em estado de delirium tremens desde a derrota de Sócrates e correspondente exílio, aproveita-se para zurzir na Ministra da Justiça e alerta-se para um "auto-de-fé em curso", ao qual até "o maior partido da oposição" (leia-se Seguro e Costa) terão dado uma mãozinha. Se a ideia era separar o trigo do joio, ou seja Sócrates do gang, a teoria da conspiração universal contra o messias talvez não seja o melhor caminho.
Já o Câmara Corporativa, como não podia deixar de ser, opta pela criatividade pimba-juvenil. O colectivo de anónimos está claramente mais interessados em divagar sobre Quim Barreiros e Winnie the Pooh do que sobre corrupção no tempo da outra senhora. Gostos...Pensando bem, o que é que eles hão-de dizer? Hoje é um mau dia para ser abrantes.
É bom mas não basta
Dizer que é escandaloso.
É preciso investigar quem garante esta negociata a editoras e autores.
E investigar por que motivo a Fenprof,um sindicato da CGTP, nunca se denuncia este "roubo", "assalto de esticão" etc aos bolsos do povo e da "classe média".
É preciso investigar quem garante esta negociata a editoras e autores.
E investigar por que motivo a Fenprof,um sindicato da CGTP, nunca se denuncia este "roubo", "assalto de esticão" etc aos bolsos do povo e da "classe média".
quinta-feira, 4 de setembro de 2014
Publicidade enganosa
Mil vezes o kill your father , fuck your mother.
Porquê? Porque um puto que ouça os Doors aprende que a hybris só têm piada quando somos putos ou da casa dos Labdácidas; um que leia isto fica convencido de que a vida é um anúncio de smartphones.
Porquê? Porque um puto que ouça os Doors aprende que a hybris só têm piada quando somos putos ou da casa dos Labdácidas; um que leia isto fica convencido de que a vida é um anúncio de smartphones.
É sempre bonito
Quando os ideiais fraternais democráticos não atrapalham os negócios, pontuais na hora de receber.
Não é como se estivéssemos a falar da Guiné Equatorial, caramba ( por enquanto...).
Não é como se estivéssemos a falar da Guiné Equatorial, caramba ( por enquanto...).
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
terça-feira, 2 de setembro de 2014
Dossier Pelicano
Joqauim Barreto, de Cabeceiras de Basto , é o homem de Costa nas eleiçoes da Federação de Braga, a cidade de onde João Galamba bradava vitória há um par de meses. É um homem muito industrioso: organizou De Joelhos até Lisboa para festejar a vitória de Costa na autarquia de Lisboa. Seja como for, é toda uma nova forma de fazer política, a deste representante de António Costa em Braga.
Também é parco em palavras: inquirido pelo PCP e pelo PSD, explicou uma derrapagem por causa de um problema de fumegagem. É estranho que uma empresa tão boa tenha sido tão imprevidente. Isto já pia mais fino com a coincidencia: a alteração ao registo de contratos públicos data de 2009, a mesma altura em que o nosso Joaquim Barreto adjudicou a obra através de um concurso que já estava feito antes de estar, a tal que que não previu um coiso de fumegagem.
Quanto a zombies que votam, parece que o homem de Costa não fica atrás dos mortos-matados. Talvez isto explique por que motivo a coisa está em águas de bacalhau.
Então e o Dossier Pelicano? Ora, isso fica para os amantes das teorias da conspiração. Braga, Lisboa, Parque Meyer e uma boa meia- pergunta ( o valor final já conhecemos):
"O acordo surge quando se aguardava a decisão do Supremo sobre a anulação quer da permuta do Parque Mayer por um lote da Feira Popular quer da aquisição em hasta pública de outro, conseguidas pelo município na primeira instância em 2010 e na relação em 2011. O i tentou obter um esclarecimento do município sobre o porquê desta solução quando a autarquia aguarda há menos tempo pela decisão final do Supremo do que o que esperou pelas decisões favoráveis nas instâncias comuns. Até ao fecho desta edição não houve resposta a essa pergunta nem ao valor final que o município estima para esta operação".
Também é parco em palavras: inquirido pelo PCP e pelo PSD, explicou uma derrapagem por causa de um problema de fumegagem. É estranho que uma empresa tão boa tenha sido tão imprevidente. Isto já pia mais fino com a coincidencia: a alteração ao registo de contratos públicos data de 2009, a mesma altura em que o nosso Joaquim Barreto adjudicou a obra através de um concurso que já estava feito antes de estar, a tal que que não previu um coiso de fumegagem.
Quanto a zombies que votam, parece que o homem de Costa não fica atrás dos mortos-matados. Talvez isto explique por que motivo a coisa está em águas de bacalhau.
Então e o Dossier Pelicano? Ora, isso fica para os amantes das teorias da conspiração. Braga, Lisboa, Parque Meyer e uma boa meia- pergunta ( o valor final já conhecemos):
"O acordo surge quando se aguardava a decisão do Supremo sobre a anulação quer da permuta do Parque Mayer por um lote da Feira Popular quer da aquisição em hasta pública de outro, conseguidas pelo município na primeira instância em 2010 e na relação em 2011. O i tentou obter um esclarecimento do município sobre o porquê desta solução quando a autarquia aguarda há menos tempo pela decisão final do Supremo do que o que esperou pelas decisões favoráveis nas instâncias comuns. Até ao fecho desta edição não houve resposta a essa pergunta nem ao valor final que o município estima para esta operação".
Pois é
Estive no outro dia em longa, deliciosa e nem sempre amena cavaqueira com o dr.António Arnaut. Histórias de Aquilino e Nemésio ( duas paixões em comum) , da maçonaria e do SNS, claro, até de uma viagem a Pyongyang. A página tantas lá se falou de política. O remate final coube-lhe a ele: a desigualdade é muito maior agora. Ora se é.
Nada disso
1) No anos 90 ouvia o mesmo discurso, aqui sintetizado, a qualquer ilustrado do PSR, MRPP ou PCP . A diferença é que na altura o acusador tomava o pequeno almoço com Cavaco e o resto da célebre task force que definia a comunicação política do cavaquismo.
2) Já aqui avisei. Depois de culpar Cavaco e os media, o ódio recairia sobre o ... povo. No dia em que este mesmo povo bruto, drogado e imbecil der uma vitória esmagadora a um António Costa, passa a ser excelente, educado e sóbrio.
Outra questão, levantada pelo Luís Naves, é a da incapacidade de adaptação a novos tempos. Bem, também é velhíssima, com o seu cortejo tremendista de pragas e hecatombes anunciadas (de Hesíodo a Spengler), mas reconheço-lhe um particular interesse nos dias portugueses de hoje. Lá irei um dia destes ( com arquivo...).
segunda-feira, 1 de setembro de 2014
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